14/07/2012
08/07/2012
QUIS CUSTODIET IPSO CUSTODES (QUEM NOS PROTEGE DE QUEM NOS PROTEGE?)
Paulo Fontes, Tenente-Coronel PMERJ RR
Platão, in “A República”,  sua obra maior  sobre
 sobre governo e moralidade diz: A classe guardiã irá proteger a cidade.
 Mas uma pergunta é feita a Sócrates, "Quem guardará os guardiões?" ou, 
"Quem irá nos proteger dos protetores?
Em ação digna dos melhores filmes policiais de Hollywood quinze bandidos fortemente armados  invadiram a 25ª Delegacia Policial  e
 de lá resgataram o facínora Diego de Souza Feitosa conhecido como DG , 
responsável pelo tráfico de drogas nas favelas do Jacarezinho, Mandela e  Manguinhos, afrontando acintosamente a sociedade e humilhando a Polícia Civil. 
Zombando  da
 Polícia saiu pela porta da frente da 25ª DP apenas três horas após ser 
preso, segurando fuzil e protegido pelos comparsas, que ainda trocaram 
tiros com os policiais que se encontravam nas imediações.
Mas o pior de tudo é que quatro
 horas antes o bandido foi preso numa Operação Policial Militar 
criteriosamente planejada pelo comando do Batalhão de Choque, do BOPE  e do 22º BPM, mas tudo foi por água abaixo  em face da pífia intervenção da Polícia Judiciária fluminense. 
DG
 que estava armado e portava duas granadas na cintura tentava fugir numa
 moto roubada com cobertura da sua quadrilha mas foi perseguido até as 
imediações do Jacarezinho colidindo com um veículo quando então foi 
capturado por Policiais Militares do GAT do 22º BPM.
O criminoso embora tenha sido levado para a 21ª DP  em Bonsucesso foi encaminhado à delegacia do Engenho Novo, que é a central de flagrantes e de lá foi resgatado. 
O Secretário de Segurança Pública  tem
 a obrigação de determinar à Chefe da PCERJ, Delegada Marta Rocha uma 
apuração rigorosa desses fatos, inclusive com instauração de 
Procedimento Administrativo  Disciplinar (PAD) e Inquérito 
Policial, porquanto vários pontos do imbróglio continuam obscuros e sem 
respostas, pois é inaceitável e inadmissível que um criminoso capturado 
em Operação Policial Militar criteriosamente planejada pela Autoridade 
de Polícia Ostensiva, cujos integrantes arriscaram suas vidas no encalço
 do meliante, seja resgatado três horas depois de ser preso  e entregue à custódia da Autoridade de Polícia Judiciária. Isto é um acinte!
Perguntamos
 se as Delegacias da PCERJ possuem um Plano de Segurança das suas 
instalações, com plantões permanentes de agentes armados na entrada a 
fim de evitar ações desse tipo?
Ou então  se
 existe um Plano de Contingência da CORE a fim de patrulhar senão todas 
as Delegacias, pelo menos aquelas que concentram flagrantes ou presos?
Onde
 exatamente ficou acautelado o traficante, porque segundo consta os seus
 comparsas vieram com alicate especial para triturar cadeados?
Mas
 porque razão celas que deveriam ser fechadas eletronicamente, para 
impedir ou dificultar ações desse calibre, ainda dependem do cadeado  em pleno século 21?
Porque
 o Delegado da 25ª DP ao ser informado da periculosidade de bandido 
não solicitou escolta ainda que provisória, ao BOPE ou ao Batalhão de 
Choque, até porque os Policiais Militares do 22º BPM ao tomarem 
conhecimento de quem se tratava, cercaram o Hospital de Bonsucesso onde o
 criminoso foi socorrido?
Porque o bandido não permaneceu  na 21ª DP para onde foi inicialmente encaminhado, sob o argumento de que a central de flagrantes é a 25ª DP? Qual  delas é mais segura, independente de serem centrais de flagrantes ou não?
Porque
 existem Unidades da PCERJ que concentram flagrantes? Será por falta de 
Delegados? Será pelo fato da escala de serviço contemplar um grande 
período de folga em detrimento do serviço, como por exemplo, 24  x 72 ou 24  x  96, onde o  Delegado trabalha  por um período diuturno (será?) e descansa três ou quatro dias?
Aliás
 a equipe da Corregedoria da PCERJ que estava no local em inspeção de 
rotina poderá elaborar um relatório circunstanciado e minudente sobre o 
caso, a fim de que a Chefia da Instituição possa agir, praticando uma 
política de “ACCOUNTABILITY”, punindo os verdadeiros responsáveis, ao 
invés de continuar com a velha prática de sempre: mudar o sofá da sala 
para o quarto.
O
 fato é que o leite tem sido derramado faz muito tempo e a sociedade 
exige uma resposta à altura dos impostos que paga porque ações de guerra
 desse tipo deixam as pessoas inseguras e descrentes no poder público e 
na ação da Polícia como um todo, seja ela Militar ou Civil!