Não é apenas pelo caráter
precário de sua própria candidatura, amparada por mera medida liminar, cujo ulterior julgamento poderá afastá-lo do governo em caso de
eleição.
Também não é pela danosa
subtração do exercício da polícia administrativa e mesmo do policiamento
ostensivo propriamente dito da Polícia Militar, com o duvidoso, inconstitucional
e danoso repasse do exercício do poder de polícia à iniciativa privada, a ponto
de termos hoje particulares meio fardados e PMs fardados pela metade atuando como “espantalhos” de criminosos nos centros comerciais.
Não, não é pela quase venda da histórica sede do Quartel General da PM e pelo fechamento de Unidades como o 1º BPM, o 13º BPM, o Batalhão de Polícia Ferroviária, o Batalhão de Polícia Florestal e de Meio Ambiente e o Batalhão de Polícia de Trânsito; nem tampouco pela interferência política em processos
também constitucionalmente próprios da PM, como o exercício da polícia
judiciária militar, o atendimento e repasse de ocorrências e a gestão das relações
de ensino e aprendizagem.
Ao longo dos mais de dez anos de protagonismo
do grupo do qual emerge a candidatura de Eduardo Paes algumas marcas merecem
destaque no RJ:
A cada 3 dias (em média) um PM é
assassinado.
A cada 30 dias, 554 pessoas são vítimas
fatais de crimes contra a vida ou contra o patrimônio.
Apesar disso, somos hoje campeões
no quesito impunidade.
O RJ é o estado em que mais se
demora a investigar crimes; 95 % das delegacias têm investigações ainda abertas
mais de dois anos após instauração de inquéritos. E, claro, investigação fechada
não indica necessariamente autoria elucidada e, menos ainda, oferta de denúncia e condenação.
No Rio de Janeiro,
estatisticamente falando, o crime compensa!
E é por isso tudo, por respeito às
vidas, inclusive dos nossos, perdidas sem sentido algum e sem responsabilização,
que a reflexão se faz necessária.
Não votar em Eduardo Paes é uma questão
de respeito, inclusive, próprio.