Ingressamos na então Escola de Formação de Oficiais (EsFO) da PMERJ no dia 29 de março do último ano da década de 1980.
Na última turma formada e comandada apenas por homens.
Na última turma submetida a rigores e reprimendas físicas e morais não só inconcebíveis nos dias de hoje, mas cuja brusca e necessária atenuação teve início, para nossa perplexidade, já no ano seguinte com a mudança de governo e a salutar retomada do ingresso feminino.
E somos, ouso crer, a última turma a não apenas não refutar os excessos de toda ordem a que era submetida, mas a se orgulhar deles. Afinal, só os fracos agiriam de forma diferente...
_ "Como se forja o ferro frio?"
_ Com calor e pancada (a palavra era outra) Sr.
_ "Quais são seus direitos cadete?"
_ O direito de não ter direitos e o direito de não reclamar dos meus direitos Sr.
Não era retórica! Nunca foi!
Certa? Errada?
De forma insuspeita - era só um moleque de 17 anos, filho de Oficial Superior, e nunca antes submetido a nada sequer parecido - me atrevo a dizer que a formação foi compatível com sua época e com a conjuntura política vigente.
Somos os últimos daquele inesquecível tempo perdido...