Faz mais de dezenove anos que aprendi a marchar.
Lembro-me da dificuldade inicial, já que nunca havia recebido tal ensinamento. Lembro-me dos tapas na nuca e dos brados de veteranos e superiores.
Lembro-me, sobretudo, de que deveria manter o bumbo no pé direito.
Dezenove anos!
Sei que pode parecer pouco ou muito tempo, dependendo aos olhos de quem tal lapso temporal se apresente, mas tenho certeza de que todos os que passaram por ensinamento idêntico têm recordação do bordão: "bumbo no pé direito".
Já há não tanto tempo, a figura do "bumbo no pé direito" veio à luz na rede mundial de computadores para ilustrar, por parte do(s) responsável(eis) pelo Projeto 200 anos, a necessidade de que a conduta dos integrantes da Corporação fosse pautada em parâmetros de legalidade e ética. Polêmicas à parte, lembro-me de que fiz não poucos comentários elogiosos (dos quais não tenho qualquer arrependimento) à iniciativa de conscitar à reconstrução da profissão; à mantença do bumbo no pé direito.
Desde então, a perspectiva de "tapas na nuca" foi algo sempre muito mais presente. Por vezes (não poucas), os "tapas" soavam iminentes.
Pois bem, demorou muito, reconheço, mas eles finalmente vieram, infeliz e paradoxalmente, de fonte digna e honrada, compreensivelmente premida pelas circunstâncias.
Sei que a banda já parece não mais tocar; ao menos, não consigo mais ouvir o bumbo...
Marcho "de memória", mas, mesmo assim, acredito que ainda mantenho o bumbo no pé direito.
Lembro-me da dificuldade inicial, já que nunca havia recebido tal ensinamento. Lembro-me dos tapas na nuca e dos brados de veteranos e superiores.
Lembro-me, sobretudo, de que deveria manter o bumbo no pé direito.
Dezenove anos!
Sei que pode parecer pouco ou muito tempo, dependendo aos olhos de quem tal lapso temporal se apresente, mas tenho certeza de que todos os que passaram por ensinamento idêntico têm recordação do bordão: "bumbo no pé direito".
Já há não tanto tempo, a figura do "bumbo no pé direito" veio à luz na rede mundial de computadores para ilustrar, por parte do(s) responsável(eis) pelo Projeto 200 anos, a necessidade de que a conduta dos integrantes da Corporação fosse pautada em parâmetros de legalidade e ética. Polêmicas à parte, lembro-me de que fiz não poucos comentários elogiosos (dos quais não tenho qualquer arrependimento) à iniciativa de conscitar à reconstrução da profissão; à mantença do bumbo no pé direito.
Desde então, a perspectiva de "tapas na nuca" foi algo sempre muito mais presente. Por vezes (não poucas), os "tapas" soavam iminentes.
Pois bem, demorou muito, reconheço, mas eles finalmente vieram, infeliz e paradoxalmente, de fonte digna e honrada, compreensivelmente premida pelas circunstâncias.
Sei que a banda já parece não mais tocar; ao menos, não consigo mais ouvir o bumbo...
Marcho "de memória", mas, mesmo assim, acredito que ainda mantenho o bumbo no pé direito.
De "direita" e de "esquerda", tira-se muitas lições. Quantos de nós, em um passado não muito distante, não ficamos incomodados com a tal direita que nos dizia o que podíamos e o que não podíamos fazer? Pois fizemos o que diziam que não devíamos fazer: optamos pela esquerda. Aí... bem, aí qual é a diferença?
ResponderExcluirEntendemos perfeitamente o que quiseste transmitir.
ResponderExcluirMas tem alguns que estão "fora de forma"...
Os petelecos e cascudos dos veteranos, não serviram para desistímulo, mas forjaram um caráter forte.
ResponderExcluirTenho certeza, que os pequenos "petelecos" de hoje, servirão para fortalecer propósitos, que um dia, não poderão mais serem cerceados.
Samango 4ª CPA
Analogia interessante, mas não nos esqueçamos que por ser uma mera similitude existem pontos relevantes que não se tocam e merecem ser comentados. Tomei a liberdade de fazê-lo! São apenas alguns!
ResponderExcluirOs problemas do ser humano são cíclicos, resultam de sua própria incapacidade de enfrentá-los com o fito de realmente soluciona-los. Daí mudar o protagonista ou o lugar, algumas vezes, mas repetir-se a história e os exemplos de nossa sordidez, enquanto espécie.
Nestes vinte anos na Instituição já tive o desprazer de ver, algumas vezes, pessoas dignas e honradas exporem-se, motivadas pela sincera preocupação de contribuírem com a Corporação que tanto amam, e serem ludibriadas por oportunistas que somente possuem uma motivação: “se dá bem”.
Eis o primeiro ponto. Hoje, tem-se a certeza que a maior parte dos que disseram querer o melhor para a Corporação, apenas queriam o melhor para si. “Papagaios de pirata”, bajuladores, oportunistas, todos podem ser reunidos em uma única agremiação: “do eu primeiro”. Nunca se importaram com o status quo, apenas em aproveitar-se dele. Vide a afluência com que se predisporão a “colaborar” assim que novos rumos políticos foram traçados.
Não são apenas pessoas desonradas não, são mais perigosas ainda. Trata-se de parasitas, que apenas usufruem de tudo que a Corporação pode proporcionar, mas a matam aos poucos. E detalhe! Retiram dela de forma lícita e ilícita; auferem compensações legais e ilegais; e o fazem escudando-se sob o manto de nossa farda e carteira funcional.
Segundo ponto. Não basta ser honesto, não basta permanecer distante dos imbróglios administrativos. A omissão pode ser tão funesta quanto a participação. Se me deparo com o erro, com a falcatrua, com a injustiça e não atuo para restaurar ou celebrar a ordem, sou sim um conluiado. Sei que é uma asseveração áspera, mas o mal (lato sensu) é muito mais abrasivo e insidioso, aproveitando-se, justamente da pusilanimidade dos omissos.
Parabéns por sua coragem e posturas retas. O senhor possui uma qualidade que procuro cultivar ao longo de minha vida: coerência. Aquele que convive com seus pares ou superiores dos quais tem conhecimento (ainda que não os flagre) que perpetram ações lesivas a PMERJ e/ou sociedade, são pseudoprobos. Entretanto, um dia, ao ouvirem a voz da consciência, a voz de Deus, ou quem sabe a voz de seu filho, esposa ou amigo que sofreram os efeitos de sua omissão, reconhecerá sua culpa.
Sabemos, afinal somos policiais militares, bem e mal convivem lado a lado no dia-a-dia; mas nunca deverão ocupar o mesmo lugar no espaço, sob o risco de passarmos a aceitar tudo, justificar todas as condutas erradas. Devemos ter COÊRENCIA, esquerda e direita não são iguais não; optar por um caminho implica em assumir a responsabilidade da opção. O bumbo é no pé direito sim, isto não pode ser desvirtuado.
Terceiro ponto. O senso comum já diz há muito tempo que toda unanimidade é burra. Somos militares sim, devemos nos orgulhar disso e não abrir mão imputando a tal fato a genealogia de nossas mazelas. Estar em forma “coberto e alinhado” deve denotar nossa capacidade de agir em grupo; de ser a única agência do estado apta a comparecer em qualquer ponto do território estadual, em qualquer hora do dia/noite e atender a população. Ser militar não é sofrer de acefalia; estar em forma não é compactuar com o erro ou pensar igual. Somos diferentes sim e justamente por isto, quando nós nos unimos, quando formamos um corpo militar, somos forte. Não somos uma turba, formamos um grupo com desígnios, identidade e valores.
A unanimidade é passiva, é covarde, é desonrada, é o escudo dos fracos e dos omissos!!!!!!
Bem, chega! Não vou ocupar mais espaço!
Renovo minha solidariedade e respeito.
Assinado: Pereira, seu subordinado.
Major: tenho apenas dois anos na profissão, e vejo seus 19 como um uma grande edificação. A vida do policial militar é mais vida, por ser tão cheia de sensações e situações-limite.
ResponderExcluirO "bumbo no pé direito" é, com certeza, algo que todos que passam por uma formação militar não esquecem. O problema é que, na formação militar, e entre grande parte dos que louvam o militarismo como doutrina útil para a Segurança Pública, a ordem, a retidão e a harmonia não são levados em consideração por suas condutas. Belíssimo post... vou fazer uma menção no Abordagem Policial.
O senhor está sendo coerente e isto me faz pensar que as vezes a coerência nos faz perder a cabeça, vide o Apóstolo João Batista, que por ser coerente teve sua cabeça servida numa bandeija...
ResponderExcluir"Em 1990, eu ganhava DEZ SALÁRIOS MÍNIMOS como Soldado PM. Hoje, como Sargento PM, não ganho a metade."
ResponderExcluirO salário do Soldado PM mais parece uma "esmola"! Não deveria, em hipótese alguma, ser inferior a R$ 4.150,00.
CHEGA de desculpas esfarrapadas! O enrolador (Sérgio Cabral Filho) foi desmascarado vergonhosamente.
A questão salarial não pode ser esquecida, pois o PM fica muito desgastado fazendo "bico" para complementar a renda familiar.
ResponderExcluirSalário Mínimo Necessário* - Junho de 2008: R$ 2.072,70 (dois mil, setenta e dois reais e setenta centavos).
*Salário mínimo de acordo com o preceito constitucional "salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim" (Constituição Federal, artigo 7º, inciso IV).
http://www.dieese.org.br/rel/rac/salminjul08.xml