“Que coisa!
Descobri que sou negro
E nunca falei em versos
Do ser negro
Nunca cantei sua dor
De ser quase gente
De ser diferente
E quase sempre
Humilhado por sua cor
Ser negro é ser pobre
É ser besta
É ser vilão
É ser burro
É estar na servidão
É não ser gente
É ser diferente
Que coisa!
Que coisa! Não corri da polícia nem ganhei medalha de ouro como corredor, mas
corri para a polícia... Não fui assassinado nem fui criminoso... Que coisa! Não vou
interrogar o silêncio.".
Coronel Cerqueira, um homem muito à frente de seu tempo, foi assassinado no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1999.
As circunstâncias do homicídio permanecem nebulosas até hoje.
(*) Manuscrito da entrevista com Carlos Magno Nazareth Cerqueira de 18 de julho de 1988. In Museu da
Imagem e do Som. Projetos Especiais: Cem anos de Abolição, p. 10. In Arquivo pessoal do coronel
Nazareth Cerqueira localizado no Instituto Carioca de Criminologia, extraído da tese de doutorado de Bruno Marques Silva intitulada "Uma nova polícia, um novo policial”: uma biografia intelectual do coronel PM Carlos Magno Nazareth Cerqueira e as políticas de policiamento ostensivo naredemocratização fluminense(1983-1995)".
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