No dia de hoje, um pouco mais cedo, observei declarações do Chefe de Polícia Civil dando conta de que o tráfego do ônibus de turismo alvo de recentes ações criminosas não havia sido informado previamente, impedindo, de tal maneira, que fosse escoltado pela polícia.
Faz pouco tempo, observei o mesmo delegado de polícia declarar que em nenhum lugar do mundo há 100 % de policiamento.
Não entendi nada!
Do que ele estava falando? Ou melhor, a que serviço “policial” estava fazendo referência?
Tentando entender a “escolta”, ela seria feita por quem? Pela CORE? Pela PM? Em prejuízo de quem?
Bom, se fosse feita pela CORE (composta por funcionários sobre os quais o delegado tem ascendência funcional), acredito que se daria em prejuízo da população, uma vez que funcionários públicos seriam (ou continuariam a ser) desviados de suas funções investigativas para escoltar coletivos de empresas privadas (com turistas em seu interior).
Por outro lado, se as referências tinham por foco (como acredito) a polícia ostensiva (sobre a qual o referido delegado não tem – ou não deve ter – qualquer influência funcional), acredito que o prejuízo também seria da população, já que os militares estariam também desviados do atendimento público para dar atenção à segurança PRIVADA.
Ou será que não há diferença entre o público e o privado?
Bom, mas o delegado também fez outra declaração, com ênfase, acredito, no raciocínio simplório que permite vincular presença policial à segurança, como se a segunda fosse, necessariamente, derivada da primeira.
Mais uma vez, parece que o delegado buscou responder às questões formuladas com ênfase no trabalho da polícia ostensiva, tentando até “defendê-la”.
Deve haver alguma coisa errada, já que o delegado em questão deveria falar pela polícia judiciária e não pela ostensiva.
Já que as escusas do delegado deveriam guardar nexo com o labor de ELUCIDAR DELITOS, atribuição precípua da Polícia Civil, pela qual DEVE responder.
Mas qual seria o motivo de o delegado fazer tais declarações?
Talvez pela falta de questionamentos adequados.
Afinal, será que ele foi questionado sobre a elucidação dos outros roubos, de natureza similar, praticados em período recente no RJ? Sobre o “andamento” dos inquéritos? Sobre os nomes dos delegados responsáveis pelas “investigações” e, em conseqüência, DESCOBERTA e PRISÃO dos criminosos?
Será que ele foi questionado sobre de onde seriam deslocados os policiais a serem empregados nas escoltas?
Será que ele foi indagado sobre o fato de a prática delituosa em questão ser derivada da sensação de impunidade acarretada pela quase certeza de que seus autores não serão descobertos?
Causa estranheza o fato de que quando a Polícia Civil, na pessoa de seu Chefe, vem a público oferecer escusas reativas, o faça do ponto de vista de funções que não lhe incumbem e se permita olvidar do que deveria fazer e, ao que tudo indica, não faz.A propósito, gostaria de saber como andam os índices de ELUCIDAÇÃO de DELITOS?
Para que tem servido a Polícia Civil?
Para registrar delitos, não descobrir seus autores e acarretar o arquivamento de inquéritos?
Para garantir o status quo de alguns poucos de seus integrantes, beneficiados com suas fórmulas burocráticas e inquisitoriais?
Para que ele deveria servir?
E mais, quem tem sido prejudicado por sua falta de eficácia, eficiência e efetividade na ELUCIDAÇÃO de DELITOS?
Será esse fato derivado do "Jogo da Batata Quente"? E ae? Quem vai ficar com a batata queimando as mãos? Chega de assar essa batata senhores, ou nós assumimos a cozinha e fazemos um pure, ou deixamos como está,nesse eterno "banho maria".
ResponderExcluirMaj.Wanderby,
ResponderExcluirNa minha opinião, a solução está na esfera da policia civil, a quem cabe a função investigativa. Inúmeras vezes essa função tem sido desempenhada pela Policia Militar através da P-2, devido a inércia da Policia Civil na elucidação de delitos. Salvo o CORE, o que vemos hoje, são policiais civis nos Distritos em que estão lotados, servindo de office-boy de delegado, exercendo funções burocráticas dentro das delegacias, e a PM tem "que se virar" na rua, investigando, prendendo, trocando tiro, etc, etc. É por essas e por outras, que a PM é e sempre será vidraça, porque é a que está sempre em evidência.