Dá pra acreditar?

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"Novas baixas na guerra
No quinto dia de confrontos na Vila Cruzeiro, um jovem morre e 12 pessoas ficam feridas
Maria Mazzei e Paula Sarapu

Rio - No quinto dia de ocupação da Favela Vila Cruzeiro, na Penha, mais 12 pessoas ficaram feridas e um jovem morreu, com tiro na cabeça. A família de Vitor Souza Eusébio, 21 anos, diz que ele cursava o Ensino Médio numa escola técnica e que fora atingido quando observava furo de bala na caixa d’água de casa. A PM, no entanto, afirma que o rapaz teria trocado tiros com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que derrubou ontem mais barricadas do tráfico. Desde o dia 2, a guerra deixou 26 feridos e cinco mortos.
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Mãe e filho baleados em casa
O confeiteiro Ricardo Alexandre saiu às pressas do trabalho e encontrou o chão ensangüentado: a mulher, Eliene, e o filho Ricardo, 3 anos, haviam sido baleados. O tiro perfurou a parede, acertou as costas da mãe e os estilhaços feriram a criança. “Já estávamos dormindo no chão há cinco dias por causa do tiroteio. Meu filho tampa os ouvidos quando ouve o barulho”, contou.Os pais de Helton Gomes aproveitaram trégua no confronto para ir à igreja. O jovem ficou com a irmã em casa. “Ele retirava o lixo quando foi atingido no ombro”, disse a mãe, Regina Santana.
Maria Paulino da Silva voltava de churrasco com o marido, Antônio, e as filhas, de 6 e 9 anos. O porteiro estava de mãos dadas com as meninas. 'Mesmo sentindo muita dor, tentou nos proteger. Queria que eu corresse com as duas para casa”, relatou Maria. Para Wellington Almeida, 30, filho de Edvaldo Luiz Nascimento, baleado na barriga, a situação no Rio está semelhante à do Iraque: “A violência é a mesma'."
(O Dia Online - 07Mai07)

"Polícia não vai parar de combater
Secretário de Segurança diz que número de mortes de PMs não está fora do controle e que ações vão continuar

Rio - O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, não acredita que o número de baixas na PM este ano — 53 mortes — esteja acima da média. 'Não posso administrar olhando para trás. O índice, nesses três primeiros meses, não está fora de controle', disse, na festa pelos 199 anos da Polícia Civil. Em reportagem publicada ontem, O DIA mostrou que a corporação perdeu um batalhão inteiro desde 2005, com 342 policiais mortos.
O secretário lamentou a seguida perda de policiais. 'A gente sente a morte do cidadão e do policial. Mas a polícia tem de atuar. Estamos olhando para um horizonte mais largo, preparando policiais para o uso da inteligência e de equipamentos', afirmou ele, que prevê uma melhora das condições da polícia com os investimentos oriundos dos Jogos Pan-Americanos." (grifos meus).
(O Dia Online-07Mai07)

Se a atuação da polícia tem dado causa (por vezes, DIRETAMENTE) à morte de inocentes (policiais militares e moradores) e se, conforme o próprio titular da pasta da segurança (em alusão às "baixas"), ela "tem de atuar", para que ela serve?
A quem ela serve?
Serve à população ou aos interesses políticos do secretário e do governador?

E eu, idiota que sou (tenho que reconhecer), que pensei que as coisas iriam finalmente melhorar!
Que a verdade e a coerência iriam ao menos prevalecer!
Que a técnica daria lugar à falácia e à pirotecnia.

Ainda dá pra acreditar?
Em quem?