Enquanto os servidores estaduais se reunem na tentativa de unir forças contra o governo tirânico e opressor; este "arremedo de administrador" continua viajando com o nosso dinheiro e rindo da nossa cara.
Estado do Rio de Janeiro tem a 2ª maior arrecadação, perdendo apenas para o Estado de São Paulo, mas paga o pior salário do Brasil aos seus Soldados de Polícia. A folha de pagamento do Estado consome apenas 14,7% da arrecadação média mensal (segundo os dados de 2006), percentual muito distante do limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Nenhum PM deveria ganhar menos de R$4.000,00 (quatro mil reais). O Estado do RJ tem condições de pagar muito bem o Policial Militar. Se não tivesse, o Sérgio Cabral teria que pedir ajuda ao LULA. A PMERJ tem salários vergonhosos porque o Governador quer! O presidente até propôs o Piso Nacional de R$1.600,00...
O GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, COM ÊNFASE EM SUA CÚPULA, É EXTREMAMENTE REPUGNANTE!
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, responsável pelo policiamento ostensivo e pela preservação da ordem pública, está desprovida de salários dignos. Sua tropa não tem treinamento adequado e condições mínimas de trabalho. Eficiência não requer só números, mas qualidade.
O Governador do Rio de Janeiro precisa:
* APROVAR a PEC 24/08 - ALERJ; * AUMENTAR os SALÁRIOS da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros; * APARELHAR a PMERJ devidamente.
Não há serviço de segurança pública adequado com Policial mal remunerado, desmotivado e sem os equipamentos necessários. O Governador Sérgio Cabral tem que respeitar pelo menos o SALÁRIO MÍNIMO REGIONAL.
É preciso mudar esse quadro urgentemente! “COM POLÍCIA MAL PAGA NÃO HÁ PROJETO QUE DÊ CERTO”.
UM DOS PRINCIPAIS FATORES DE ESTRESSE VIVENCIADOS PELOS POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO É O SALÁRIO, CONSIDERADO INJUSTO. Esse pode ser considerado o maior problema dos Militares Estaduais (da PMERJ e do CBMERJ), pois há irregularidade nos vencimentos, ou seja, o soldo das praças (de Sd a 2º Sgt) está abaixo do salário mínimo, contrariando a Constituição Federal/1988 e a Constituição do Estado/RJ!
COM UMA POLÍCIA MUITO MAL PAGA E INSATISFEITA NÃO HÁ PROJETO E COMANDO QUE RESOLVAM.
SEM A POLÍCIA MILITAR, NÃO HÁVERÁ DEMOCRACIA, CIDADANIA E NEM LIBERDADE NO RIO DE JANEIRO.
DIGNIDADE SALARIAL JÁ!!!!! Temos que resgatar a cidadania do PM e do BM.
VALE A PENA LER O PRONUNCIAMENTO DO BRIGADEIRO DO BLOG DE NOSSO AMIGO GUSTAVO ALMEIDA. FALOU TUDO E MUITO BEM?LEIAM VALE A PENA.
Quinta-feira, 19 de Junho de 2008 Ecos da caserna
No livro "O prêmio Darwin", que se originou do genial site The Darwin Awards, é narrada a história divertida do usuário de drogas que telefonou para a polícia para "reclamar da qualidade da cocaína que um traficante lhe vendera". Obviamente, o episódio se passou nos EUA e o usuário foi preso. A repercussão do episódio no Morro da Providência tem soado, aos ouvidos da caserna, como esta história do Prêmio Darwin. O próprio Exército não apoiava sua presença no morro. O próprio Exército era legalista e não queria afrontar a Constituição. Mas presidente, vice-presidente e ministro mandando, juntos, era demais. O curioso é que, ao contrário do episódio citado no início do texto, todos estão agindo como se o usuário realmente tivesse o direito de reclamar. Para ilustrar melhor a questão, segue texto do coronel-aviador reformado Luís Mauro Ferreira Gomes. O texto é longo para a internet, mas se justifica em cada linha. É exatamente o que pensa neste momento a reserva e a ativa. Sem tirar nem pôr.
PS - Os grifos são meus.
Regras de mais e princípios de menos Por Luís Mauro Ferreira Gomes
Em 17 de junho de 2008
O ataque cerrado as Forças Armadas brasileiras continua cada vez mais intenso. Desta feita, o instrumento usado foi assassinato de três jovens depois de terem sido presos por militares e, inexplicavelmente, entregues, pelos coatores, a traficantes de uma facção rival. Imediatamente, várias autoridades passaram a dar declarações preconceituosas, com o objetivo de debitar ao Exército, como instituição, a responsabilidade pelo crime, cujos autores, ao contrário do que normalmente ocorre, já foram identificados e presos. Para o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, o Exército tornou-se "um protagonista nocivo, na tragédia de horrores imposta aos moradores". Que a tragédia foi um horror, nem era preciso dizer, mas ver nocividade no Exército seria como considerar a OAB nociva, porque alguns advogados transportam droga para traficantes ou transmitem sentenças de morte geradas dentro dos presídios, para os criminosos que as executarão do lado de fora. As manifestações de indignação quase histéricas, cuidadosamente encenadas por alguns, não se justificam, pois os culpados serão, inevitavelmente, condenados. E o serão, justamente, por serem militares. Dissemos "justamente", porque os militares não adotam a lógica do presidente e de seus seguidores, para os quais o aparelho repressor do Estado serve, apenas, para constranger adversários políticos. Os aliados são sempre intocáveis. Onde estarão, agora, os "mensaleiros"; os "cuequeiros"; os "sanguessugas"; os mafiosos da saúde; os "aloprados"; os usuários dos cartões de crédito ditos corporativos; os autores do dossiê da Casa Civil; os traficantes de influência da venda irregular da VARIG; os assassinos dos prefeitos do PT, vitimados em meio à queima de arquivos, nos escândalos de desvio de dinheiro público; os ministros; os parentes e os amigos do presidente? Como se vê, nenhum desses casos envolvia militares. A impunidade só vigora nos meios castrenses, quando imposta pela Justiça, contaminada pelos "defensores dos direitos humanos", mais interessados em quebrar a espinha dorsal das Forças Armadas, demolindo-lhes os princípios basilares da Hierarquia e da Disciplina. Ninguém verá a “tropa de choque” do Exército ser chamada para "blindar" criminosos. Esta será preservada para usos mais nobres, quando tal se fizer necessário. A Força Terrestre sempre procurou evitar o seu emprego em operações de Garantia da Lei e da Ordem, sem o cumprimento de todos os ritos legais. O que, então, estaria o Exército fazendo no Morro da Providencia? Infelizmente, o presidente envolveu, indevidamente, os militares, coagindo-os, como Comandante Supremo das Forças Armadas, a participar de um projeto de cunho político-partidário, para favorecer o seu candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. Assim, a indignação presidencial com o envolvimento de militares no crime, só se explicaria pelo desgaste que isso possa ter causado ao seu candidato. Em verdade, o presidente deve estar exultante. A exposição da sua política indigenista antinacional e criminosa deflagrou um intenso esforço para desacreditar o Exército, utilizando-se, inclusive, do recurso à baixaria, com a exploração, nos meios de comunicação, das declarações de militares homossexuais desajustados. Um presente desses deve tê-lo deixado muito feliz. O presidente "indignado" mandou, então, o ministro da Defesa acompanhar as investigações. Ressuscitado, agora, depois do grande silêncio obsequioso a que se viu condenado, quando foi confrontado pelo Alto-Comando do Exército em decorrência de suas bravatas iniciais, o ministro não nos parece, mercê do seu passado, a melhor pessoa para acompanhar qualquer investigação. E ele não perdeu tempo. Tratou, logo, de tirar proveito da situação, ao augurar, em busca de mais quinze minutos de fama, uma reação forte, da sociedade, e radical, da Justiça, contra o nosso Exército. Novamente, a avaliação do ministro foi equivocada. Reação forte da sociedade, quando houver, será contra esse governo desastroso. Contra as Forças Armadas, somente as manifestações orquestradas pelos inimigos tradicionais e já conhecidos, para os quais tudo vale, desde que seja para destruí-las. O Exército Brasileiro é instituição permanente e continuará respeitado por todos, muito depois que os nossos maus governantes tenham sido varridos da História. Até o ministro Tarso Genro saiu do limbo e voltou a "deitar falação". A contaminação ideológica é tanta, que ninguém fala dos traficantes do Morro da Mineira, os verdadeiros assassinos dos rapazes, nem do absurdo de existirem, na cidade, com a tolerância do Estado, áreas controladas por essa ou por aquela facção criminosa. O Ministro da Justiça, tão diligente contra os rizicultores, também silenciou sobre isso. Só interessa ferir, de morte, o Exército. Mais uma vez, fracassarão. Mas a responsabilidade do presidente vai muito além do que já foi dito. Com os baixos soldos, as graves restrições orçamentárias e o desprestígio que têm sido impostos às Forças Armadas, a seleção de pessoal ficou muito prejudicada. O recrutamento de militares nas áreas controladas por traficantes e a sensação de impunidade generalizada, sem dúvida, contribuíram para essa barbárie. Por tudo isso, é o presidente quem menos tem o direito de se indignar. Ele é a principal fonte de todos os nossos problemas e, portanto, também, da nossa indignação, esta, sim muito justa. Para agravar a situação, recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral sucumbiu à lógica dos criminosos e perdeu a chance de resgatar parte da moralidade nacional. Alguns ministros parecem haver-se esquecido de que a aplicação do Direito se rege por princípios e por regras, para se concentrarem, exclusivamente, nestas últimas. É incompreensível que quatro deles tenham preferido permitir que maus cidadãos se aproveitem de suas próprias ações dolosas e torpes para conseguirem imunidades, que lhes garantam continuar a praticar seus crimes livremente. No Brasil, há regras demais e princípios de menos. Vivemos em um caos jurídico, onde os bons são oprimidos e os maus têm toda a proteção do Estado. Isso decorre da anomia intencional que a ditadura petista nos impõe, para desestruturar o Estado de direito, em benefício de seu projeto despótico de poder. Por que alguém se sentiria obrigado a respeitar as Leis, se, todos os dias, os ministros e o próprio presidente as violentam, sem qualquer pudor, e debocham de toda a Nação, negando, cinicamente, todas as evidências das atividades ilícitas que cometem às escâncaras? Tudo, tranqüilamente, sem que nada se faça para impedi-los. Todas as regras têm seus limites e somente devem servir para proteger quem, também, as cumpra. O Estado de direito tem o dever de usar todos os meios à sua disposição, para proteger-se de todos os que o ameaçam, inclusive de ministros e presidentes.
*Coronel-Aviador reformado.
Postado por Gustavo de Almeida às 05:33 0 comentários
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Quarta-feira, 18 de Junho de 2008 Pausa para reflexão
O fato abaixo consta no site http://www.redecontraviolencia.org/ e passou meio desapercebido - ainda que o José Luís seja um cara acostumado a falar com todo mundo na imprensa do Rio, desde a perda de seu filho Maicon em 1996. Segue o relato:
"José Luís Faria da Silva, morador de Acari, pai do pequeno Maicon, morto aos dois anos em 1996 durante uma operação da PM, e militante da Rede, saiu de casa para ir à lanchonete que está construindo na favela há alguns meses. Já na rua, e acompanhado por um jovem conhecido, avistaram um grupo de cerca de 25 policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizando a apreensão de uma máquina caça-níqueis num bar. Um dos policiais, ao avistá-los, apontou a arma (fuzil) para o jovem e gritou agressivamente “levanta a camisa, neguinho!” José dirigiu-se ao policial normalmente dizendo que não era aquela a forma de se abordar uma pessoa, mesmo que suspeita. Foi o suficiente para se iniciar uma sessão de ofensas, intimidações, ameaças e agressões contra José. Os 25 policiais parece que se esqueceram da “operação” e passaram a cercar e se dirigir a José de forma agressiva, chamando-o de “defensor de traficantes” e falando que ele “sabia onde estavam as armas”. Conduziram Zé até a loja em construção para “procurar armas e drogas”, revistaram o local mas nada encontraram, obviamente. Frustrados e irritados, continuaram as ameaças e ofensas, disseram que o material de construção que lá estava “era tudo roubado”, ameaçaram duas vezes José de morte, e ainda ameaçaram atirar no cachorro que Zé mantêm na loja. Parte desses incidentes foram inclusive gravados por uma equipe do SBT que se encontrava no local. Ainda não satisfeitos, obrigaram José a levá-los até sua casa, “para procurar as drogas e as armas”. Lá chegando, encontraram Penha, esposa de Zé e mãe de Maicon, e fizeram as revistas em meio a ofensas e nova ameaça de morte. Diante de Penha um policial disse a José: “sua sorte é ser de dia, se fosse de noite eu te matava!”. Essa ameaça foi feita mais de uma vez. Outro policial disse “você acha que é fiscal da polícia? Você é muito abusado!”, e a certa altura um dos policiais desferiu um soco em José, abaixo do peito no lado esquerdo. Durante todo o tempo, o bando de policiais era dirigido por um oficial/agente ao qual se referiam como “comandante”. Todos os vizinhos de Zé e outros moradores ficaram muito assustados com o episódio."
A Polícia está trabalhando? Está. Ganhando mal? Os policiais honestos, seguramente ganham pessimamente. Muito abaixo, menos da metade do que merecem. O confronto foi aberto? Sim, o confronto está aberto desde o início do governo atual, está-se partindo para cima. Só que não vemos nem o salário e as condições dos policiais melhorando e nem a política de Segurança Pública funcionando. Há pelo menos seis bairros da Zona Sul do Rio que enfrentam grande onda subnotificada de assaltos e furtos a apartamentos: Botafogo, Catete, Leme, Urca, Ipanema e Humaitá. Nas ruas, a insegurança permanece. Cresceram as milícias. O jogo do bicho e os caça-níqueis estão por aí (ainda que a operação da Core em Acari, citada acima, fosse para apreender maquinetas). O trânsito piorou. Mais pessoas morreram, pessoas que nada têm a ver com o tráfico - como seu José Luiz e a esposa, que graças a Deus estão vivos, ainda sobrevivendo à dor de perderem o Maicon. Nós temos mesmo uma política de Segurança Pública? Por que a classe média está mais apavorada e os pobres estão apanhando mais? A resposta vai ficar soprando no vento - não sei até quando.
Postado por Gustavo de Almeida às 01:12 2 comentários
Marcadores: Segurança Pública
Segunda-feira, 16 de Junho de 2008 Exército na Providência: legal ou não?
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Muito se falou e teorizou sobre o episódio dos três jovens mortos na Providência - inclusive voltou-se a cometer o mesmo erro, o de atribuir às vítimas fatais alguma folha corrida, como se a Justiça tolerasse a execução sumária em caso de anotação na ficha criminal. Se assim fosse, seria uma maravilha passear na Alerj ou na Câmara com uma calibre 12. O problema seria recarregar toda hora e arrumar um caddie que levasse todos os cartuchos. Falou-se muito mas ao ponto principal, não se chegou: por causa de uma obra eleitoreira apoiada pelo Ministério das Cidades, envolveram o Exército Brasileiro em uma aventura vazia e inconstitucional. Em dezembro, o Comando Militar do Leste (CML) não avisou que faria operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Morro da Providência - afinal, tal ato contraria recomendação do próprio Estado-Maior do Exército Brasileiro, divulgada em maio do ano passado durante um seminário. No dia 12 de dezembro do ano passado, a Seção de Comunicação Social do CML divulgou informe no qual dizia que a ocupação na Providência faria parte de um "acordo de cooperação técnica", com objetivo de revitalizar fachadas e telhados de moradias populares no morro. No divulgado do dia 13, o acordo incluía Ministério das Cidades, Batalhão Escola de Engenharia (Bese) e Comissão Regional de Obras da Primeiro Região Militar (CRO/1). Sobre a atuação na Segurança Pública, o Exército divulgou na nota que "durante o prazo que durar a realização das obras de revitalização das casas populares no contexto do Projeto Cimento Social, o Grupamento de Unidades Escola/9ª Brigada de Infantaria Motorizada estabelecerá a segurança do canteiro de obras, em coordenação com os órgãos encarregados da Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro" No entanto, um documento interno do Exército mostra que a preparação da Força, infelizmente, foi para uma ação policial. No documento, elaborado por um general da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, são descritos equipamentos a serem usados, modos de operação e armamentos - dentre eles, granadas ofensivas, pistolas e fuzis. E mais: "Poderá ser empregado o Caçador ou Atirador de Escol (Sniper)", avisa um dos trechos do planejamento operacional. Há três pressupostos básicos no documento confidencial e nenhum deles menciona "coordenação com os órgãos encarregados da Segurança Pública do Estado". No item 1, "Nenhuma Força Terrestre poderá ser derrotada e o Exército Brasileiro não poderá ser desmoralizado". No item 2, "Todas as ações e operações deverão ser desenvolvidas mediante os preceitos jurídicos e legais vigentes no país". E no item 3, "O emprego de munição real só deverá ser feito mediante ameaça concreta por parte dos oponentes". Segundo o artigo 144, cabe ao Estado garantir e administrar a Segurança Pública e apenas a decretação de intervenção federal autoriza as Forças Armadas a atuarem em funções de polícia - Garantia da Lei e da Ordem. A Lei Complementar 117, de 2004, ainda prevê o uso das Forças Armadas quando o governo estadual se declara incapaz de prover a Segurança Pública - a partir desta medida, as forças federais entram mas, "de forma episódica, em área previamente estabelecida e por tempo limitado", em "ações de caráter preventivo e repressivo necessárias para assegurar o resultado das operações na garantia da lei e da ordem". O governo do estado perde então o comando de suas polícias enquanto houver a ação das Forças Armadas - que passam a ter o controle operacional dos órgãos estaduais de Segurança Pública". O Exército fez GLO. Só não fez muita propaganda disto, claro.
Em resumo, meus amigos: nada contra o Exército Brasileiro. Mas ele precisa agir dentro da lei - e para isto, um general tem de se sentar na cadeira do governador. E que esteja bem limpa antes.
****
Espanto É estarrecedora a entrevista dada pelo médico-legista Daniel Ponte ao site do jornalista Ucho Haddad. Confira a íntegra do material em http://www.ucho.info/Entrevista/daniel_ponte_03.htm.
Postado por Gustavo de Almeida às 23:17 3 comentários
Marcadores: segurança pública exército forças armadas
Sexta-feira, 13 de Junho de 2008 Rádio-corredor na Alerj
O deputado Audir Santana (PSC), terceiro escolhido e nomeado para ser o relator do processo de cassação do deputado Álvaro Lins, talvez pudesse alegar ter impedimentos como fez a deputada Aparecida Gama na quarta-feira. Audir foi vereador por dois mandatos em Itaboraí, terra do prefeito Cosme Salles. Este, atualmente no PT, tem relação boa com Lins, fato notório e público na Assembléia. Só que Audir foi presidente da Câmara Municipal de Itaboraí e precisou estabelecer relação próxima de Salles. Usando a teoria dos Seis Graus de Separação, podemos dizer que Audir está a uma pessoa de Lins. Homem de boa formação, médico, clínico geral, Audir já foi também perito do Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro, órgão subordinado à...Polícia Civil. Com tudo isto, mesmo assim tenho minhas dúvidas se a pizza será feita por Audir. Creio que não será necessário. A pizza, já dizem na Alerj, está prontinha. Falta apenas uns 15 dias de forno. O deputado Lins não será cassado.
Postado por Gustavo de Almeida às 00:42 1 comentários
Marcadores: Política
Quarta-feira, 11 de Junho de 2008 Notas variadas sobre a política que nos cansa
Um chefe de Informática com quem trabalhei tinha duas frases que, se não eram dele, se tornaram sua marca pessoal: "Software é o que você xinga, hardware é o que você chuta" e "Nada é tão ruim que não possa piorar". As duas frases têm a ver com o blog hoje - afinal, por problemas com o software demorei para voltar a atualizar, e por isso peço desculpas aos poucos leitores. E volto a escrever naquele momento típico do Brasil, no qual você pensa que já aconteceu de tudo e não tem nada mais que possa tirar nossa desilusão e desesperança em relação a esse país aqui. Ora, quem disse? O Tribunal Superior Eleitoral, para manter válida a máxima de que tudo sempre pode piorar - confirmou, por quatro votos a três, que políticos com a vida pregressa manchada por investigações de crimes estão livres para figurar nas urnas, como já acontece hoje. Prevalecerá mesmo a regra prevista em lei segundo a qual o político só perde o direito de se candidatar se for condenado em instância final, sem chances de recorrer da decisão. A quantidade de direitos de um político é algo assombroso. O quanto se faz e o quanto se protege é algo realmente inacreditável. O sujeito tem apartamentos até de um milhão de reais, ganha R$ 8 mil por mês, mas, enfim, a lei não deixa que seja processado. Ao mesmo tempo, num batalhão da PM do outro lado da poça, já houve um comandante investigando os praças que tinham "carros que custassem mais de R$ 10 mil". Não existe essa de que todos são iguais perante a lei.
***** Brasas adormecidas
E por falar em lei, vejam que inacreditável o levantamento feito pela vereadora Silvia Pontes (DEM): ao tentar proibir o fumo dentro da Câmara (algo absolutamente lógico, ora, o prefeito proibiu em qualquer estabelecimento fechado, por que OS VEREADORES iriam poder fumar?), a moça descobriu enfim que há 17 PROJETOS parecidos. Desde 1977, existem são 17 projetos e leis relacionadas à proibição de fumo na Câmara de Vereadores. Tudo arquivado ou sancionado - e até algumas ainda tramitando. Na semana passada, Silvia deu entrada ao projeto de lei 1725/2008, que reafirma o cumprimento do decreto do prefeito César Maia, proibindo o fumo em locais fechados sejam eles, públicos ou privados. Silvia propôs um parecer conjunto com as comissões com o objetivo de acelerar a tramitação da matéria. Mas é tudo tão lento por lá....
Vejam a lista divulgada pela moça:
Projetos e leis relacionados ao fumo
Lei 56/78 Projeto de lei 16/78 (rejeitado) Projeto de lei 791/81 (arquivado) Lei 1053/87 Resolução: 584/89 Lei 1591/90 Lei 1611/90 Projeto d lei 15/93 (arquivado) Lei: 2771/99 Projeto de lei 1277/95 (em tramitação) Projeto de lei 1300/95 (em tramitação) Resolução 584/89 Projeto de lei 7/97 (arquivado) Resolução 584/89 Lei 3366/2002 Lei 4325/2006 Projeto de lei 119/05 (Em tramitação)
********
O nome deles é trabalho
Enquanto isso, a Assembléia Legislativa pega fogo e o pessoal trabalha pra valer. Deixo para vocês analisarem uma compilação de projetos da semana:
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 545/2008, DE AUTORIA DO DEPUTADO GLAUCO LOPES, QUE CONCEDE O TÍTULO BENEMÉRITO À SENHORA IVETE MARIA DIAS SANGALO. PARECER DA COMISSÃO DE NORMAS INTERNAS E PROPOSIÇÕES EXTERNAS, FAVORÁVEL. RELATOR: DEPUTADO MARCOS ABRAHÃO.
VETO PARCIAL (LEI Nº 5121/07) APOSTO AO PROJETO DE LEI Nº 224/2007, DE AUTORIA DA DEPUTADA JANE COZZOLINO, QUE CRIA O DIA ESTADUAL DO ARQUEÓLOGO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.(PENDENDO DE PARECER DA COMISSÃO DE EMENDAS CONSTITUCIONAIS E VETOS)
VETO TOTAL APOSTO AO PROJETO DE LEI Nº 73/2007, DE AUTORIA DO DEPUTADO MARCELO SIMÃO, QUE INSTITUI NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS, O PROGRAMA ESTADUAL DO JOGO DE XADREZ.
VETO PARCIAL (LEI Nº 5142/07) APOSTO AO PROJETO DE LEI Nº 599/07, DE AUTORIA DA DEPUTADA BEATRIZ SANTOS, QUE INCLUI NO CALENDÁRIO OFICIAL DE EVENTOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO O DIA DA REPÚBLICA DA ÁFRICA DO SUL.(PENDENDO DE PARECER DA COMISSÃO DE EMENDAS CONSTITUCIONAIS E VETOS)
PROJETO DE LEI Nº 1322/2008, DE AUTORIA DO DEPUTADO JOSÉ NADER, QUE CONSIDERA DE UTILIDADE PÚBLICA O PARAÍSO ESPORTE CLUBE.
REQUERIMENTO Nº 242/2008, DE AUTORIA DO DEPUTADO JOSÉ NADER, QUE REQUER A REALIZAÇÃO DE SESSÃO SOLENE EXTRAORDINÁRIA PARA CERIMÔNIA DE COMEMORAÇÃO PELO DIA MUNDIAL DE PREVENÇÃO CONTRA O USO DE DROGAS E COMBATE AO NARCOTRÁFICO E ENTREGA DE MEDALHA TIRADENTES AO SUBSECRETARIO DE ESTADO DE SEGURANÇA - DR. MARCIO DERENNE E DR. ANTÔNIO ELIAS ORDACGY JÚNIOR - PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO NACIONAL DOS DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL.
Quanto a este último projeto, nada contra o Derenne. Mas acho que vale registrar que o vice-presidente da Commissão de Prevenção ao Uso de Drogas da Alerj é o deputado Álvaro Lins. Não é nada de mais, mas é curioso. ***** Love is in the air Clima de paixão na Câmara dos Vereadores do Rio: ele e ela, filhos de deputados. O casal promete muitas transferências de votos mútuas.
*****
Celebridade expulsa
E expulsaram o soldado Marcelo da Silva, marido da atriz Susana Vieira. Bom, poderia ser expulso por gazeta, já que está viajando com a atriz nos EUA. Mas foi expulso por causa da confusão no motel Queen, em Sulacap, em 20 de dezembro de 2006. O que me espanta mesmo na PMERJ é que volta e meia surgem denúncias graves contra oficiais e até mesmo praças que terminam na gaveta - e no caso do soldado Marcelo, em um ano e meio foi expulso. Não discuto o mérito da expulsão. Mas é freqüente ver soluções de IPMs no modelo: "Fulano foi acusado em denúncia de estar vendendo armas para traficantes e extorquindo comerciantes, mas como não apareceu o denunciante e não foi comprovado o fato, arquive-se".
******** Batizada Na Polícia Federal, na Alerj, na Câmara de Vereadores, na Prefeitura do Rio, na Polícia Civil, no Tribunal de Contas do Município e nas redações de todos os jornais do Rio já se fala a torto e a direito por todos os cantos: a próxima explosão do Rio virá de postos que vendem gasolina adulterada. Claro, "explosão" metafórica. Mas tem gente que vai preferir que tivesse sido no sentido literal. A conferir.
Postado por Gustavo de Almeida às 01:18 3 comentários
Quinta-feira, 5 de Junho de 2008 Mera ficção Você imagina como serão os Jogos Olímpicos do Rio em 2016, caso a cidade vença a finalíssima? Façamos um exercício de imaginação. Lembre-se: é tudo ficção aqui a partir daqui. Não me processem. É tudo ficção.
11 de junho de 2015 – ESTÁDIOS DOS JOGOS AINDA NÃO ESTÃO PRONTOS A menos de um ano dos jogos, que começam em 31 de maio do ano que vem, os três estádios planejados para serem inaugurados um ano antes sequer estão na metade da obra. A empresa contratada para as obras, a MegaCarioca Construtora, acabou retardando o trabalho por causa da CPI das Notas Frias aberta pela Câmara dos Vereadores. Um mês depois, a Câmara arquivaria misteriosamente a CPI. Mas o prejuízo ficou. O Estádio da Covanca não está pronto e o Estado coloca a culpa nas milícias comandadas pelo vereador Robertinho, que não cumpriram o acordo de proteger os operários das hordas de narcotraficantes armados. Já no Estádio de Sepetiba o problema foi causado pelo afundamento do terreno, já que toda a área é corroída por causa do acidente com a Ingá Mercantil ocorrido no século passado. O próprio presidente Sérgio Cabral já determinou ao governador Rodrigo Maia que acelere as obras “custe o que custar”. O estádio mais adiantado é o da Guaratiba, pois só faltam as arquibancadas. O prefeito Jerominho informou por meio de nota oficial que caso não dê tempo mandará improvisar uma gambiarra.
15 de maio de 2016 – DELEGAÇÕES COMEÇAM A CHEGAR E CHINESES LEVAM UM SUSTO NO AEROPORTO As primeiras delegações para os Jogos começaram a chegar ontem ao Rio de Janeiro. Como a Vila Olímpica não ficou pronta, o prefeito Jerominho determinou que todos ficassem acomodados nos apartamentos do Complexo do Alemão. Para tal, pediu ao governador Rodrigo Maia que determinasse ao comandante-geral da PM, coronel Jorge Feliz, que expulsasse os traficantes que ocuparam o local desde que o PAC foi abandonado por Luiz Inácio Lula da Silva. “O PAC foi muito útil até certo ponto, mas depois os moradores se desinteressaram. Agora é hora de saber usar”, disse Jerominho. A PM começou as operações apreendendo quantidades ínfimas: apenas 500 quilos de cocaína estavam guardados em um dos apartamentos do PAC. A delegação chinesa foi assaltada ao desembarcar, por uma quadrilha de taxistas piratas. Por sorte, estavam desarmados.
22 de maio de 2016 – DELEGAÇÃO AMERICANA É SEQÜESTRADA POR MILÍCIAS Quadrilhas formadas por ex-bombeiros e ex-policiais ligados às FARC e à Al-Qaeda seqüestraram todos os 400 atletas da delegação americana e os levaram para a Ilha de Paquetá agora há pouco. O governador Rodrigo Maia determinou rigor máximo nas investigações. “Precisamos descobrir urgentemente onde fica Paquetá. Afinal, há anos não navegamos pela Baía”.
29 de maio de 2016 – QUASE TUDO PRONTO PARA A ABERTURA DOS JOGOS O presidente da Câmara Municipal do Rio, vereador Rogério Andrade, informou que pedirá a abertura de uma CPI para apurar o que causou o atraso nos preparativos para a grande abertura dos jogos. Segundo Rogério, tudo estava pronto para que milhares de máquinas caça-níqueis formassem a palavra “Rio” e despejassem moedinhas brilhantes ao mesmo tempo. “Ao que parece, os notários foram retirados das máquinas na última apreensão e devolvidos aos donos”, disse Rogério Andrade. O prefeito Jerominho disse que a ausência das máquinas não causará nenhum mal e que já está substituindo por máquinas de videopôquer. “É quase a mesma coisa”.
01 de junho de 2016 – EMOÇÃO NA ABERTURA DOS JOGOS DO RIO Foi bonita a festa. Com muita emoção, a deputada federal Carminha e o pastor Marcos abriram a festa ao som do baile funk do grupo Cachorras Preparadíssimas. Uma chuva de notas de um real caiu no palco montado pela empresa contratada com dispensa de licitação, com emergência, em cima da hora. A linda chuva de notas foi patrocinada por uma igreja evangélica. Depois, vários estouros simbolizaram as milhares de balas perdidas do Rio. As delegações – menos a dos EUA, ainda em Paquetá – deram um show à parte, principalmente a do Rio, formada por camelôs, milicianos, funkeiros, pastores evangélicos, ex-traficantes, líderes comunitários, flanelinhas, prostitutas e moradores de áreas carentes. Os atletas tinham sido seqüestrados por quadrilhas de traficantes da Linha Vermelha (a maior boca de fumo do Rio) e não conseguiram chegar ao Engenhão para a cerimônia. “Acho que não devíamos ter explodido o Maracanã”, lamentou o deputado federal Fernando Iggnácio, depois da cerimônia.
07 de junho de 2016 – DELEGAÇÃO SUECA É ASSALTADA E DOIS ATLETAS DESAPARECEM – Era para ser apenas uma passeio à beira-mar, às quatro da tarde, depois do almoço. Mas acabou virando um pesadelo. Cerca de 30 atletas suecos se viram no meio do conflito entre traficantes do Leme, bairro tomado pela facção Amigos dos Inimigos dos Amigos (AIA), e os traficantes do Posto Seis/Arpoador, que é área da facção Comando Amarelo. As facções inimigas fizeram uma trégua para assaltar os suecos.
12 DE JUNHO DE 2016 – DELEGAÇÃO DA FRANÇA É VÍTIMA DO TELEFONEMA-EXTORSÃO – Presos da Penitenciária da Central do Brasil obtiveram dados de telefones dos franceses por meio de jornalistas corruptos. Estes passaram os números através de assessores do deputado estadual Tota do Alemão. O esgrimista Alain Furreau teve um colapso e morreu. A família solicita ao governador Rodrigo Maia que um carro dos bombeiros seja providenciado para a remoção do corpo, ainda na Vila Olímpica. O delegado Macedo disse no entanto que só autoriza após a perícia. “Reconheço o drama dos franceses, mas é necessário investigar o crime”. Perguntado se pretendia fazer diligências na Penitenciária Central do Brasil, o delegado disse que aguardará denúncias. “Não há materialidade”, disse.
20 DE JUNHO DE 2016 – PREFEITURA COMPRA, EMERGENCIALMENTE, MAIS DE 40 MIL QUENTINHAS PARA ATLETAS DA VILA OLÍMPICA. O secretário de Fazenda Rodrigo Silveirinha fechou contrato com uma firma de alimentação em regime de urgência, sem licitação, para atender aos atletas da Vila Olímpica que desde ontem estão passando fome por causa da falta de pagamento ao fornecedor, a empresa Comida de Minas S.A., que tinha vencido a licitação há um ano. A empresa mineira produziu ao longo de seis meses sem receber. Silveirinha fechou com a nova empresa, de nome não revelado, um contrato de R$ 6 bilhões de reais, o que dá aproximadamente R$ 150 mil por quentinha. Perguntado se havia sentido em pagar por uma quentinha de arroz, feijão e bife o preço equivalente ao de uma cobertura duplex na Vieira Souto (preço depois que o Comando Amarelo tomou Ipanema), Silveirinha se limitou a dizer: “É leviano questionar agora, vocês estão brincando com a fome dos atletas. E a imagem do Rio no exterior?”
Ah...ainda bem que é tudo um pesadelo! Vamos, Rio!
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Marcadores: Administração Pública
Domingo, 1 de Junho de 2008 Carta aberta a uma amiga
Minha amiga: eu não lhe telefonei. É verdade. E era o meu dever. Afinal, o seu grande herói foi vítima da violência, do estado de total descalabro, do caos a que esta cidade chegou após décadas de desgoverno. O seu grande herói, um sobrevivente de guerra, um sobrevivente de um holocausto, veio perecer no Rio de Janeiro. Vítima de uma estupidez, de uma selvageria, de bandidos que já se tornaram animais – tão animais quanto os policiais (desculpe, os bandidos que de vez em quando usam farda, essa é a expressão correta) que torturaram a equipe de um grande jornal carioca no dia 14 de maio. Minha amiga Evelyn Rosenzweig, eu quero te pedir desculpas por não ter nem telefonado. Nem ido ao cemitério, no sepultamento do seu herói, que chegou aos 84 anos trabalhando honestamente, se dedicando, educando, gerando pessoas extraordinárias como você. É engraçado, eu ficar com tanta vergonha, tão constrangido em te ligar – logo eu que me divirto tanto com essa história de você não se lembrar de mim e eu lembrar de você, dos tempos de subprefeitura, eu começando a carreira, nos idos de 1994 ou 1995 (nem lembro), você lá batalhando. Claro que você não lembra de mim, é normal. O seu Ulrich se foi, sim, como herói, tendo cumprido a missão dele neste plano. Tenho certeza absoluta disto. Basta ver o quanto você, Evelyn, sempre atuou, sempre trabalhou. Quem é assim, traz em si o código de toda uma fraternidade, de uma família consolidada. Eu também estou sob choque, minha amiga. Nem de longe se compara com o seu – você perdeu seu herói. Perdeu? Tenho certeza de que ele na verdade está alojado definitivamente dentro de seu coração, por isto você sentiu um peso no tórax estes dias. É a presença do seu herói, que virou amor. Cada um reza como pode – na minha religião, dedicarei uma oração a ele. E a você. Que deve estar em um choque muito grande. E três dias depois, fui eu que entrei em choque, ao saber da violência extrema cometida contra mais pessoas de bem. Pessoas que torturam bandidos já são execráveis. O que dizer de pessoas que torturam trabalhadores? Eu queria poder te ligar, minha amiga, para falar deste caso. Mas nem se compara com a sua dor. Temi pela sua dor, até ver que você já estava se mobilizando, indo para a frente, reunindo forças extraordinárias para promover uma passeata no domingo que vem, não aquelas passeatas de branco que de nada adiantaram, mas um encontro de quem ainda ama a cidade. Eu queria, Evelyn, ainda amar tanto o Rio quanto você, tentar me dedicar tanto quanto você. Mas tem sido difícil, amiga. Difícil amar uma cidade em que o crime só cresce, apesar da política de confronto-marketing do atual governo. As capas da Época e da Veja, com as operações cheias de mortos, lembra? De que adiantaram, se escapou um que matou o seu herói? Difícil amar uma cidade em que os vereadores se vendem pelos mais variados motivos, recebem doações de empresas de ônibus. Difícil amar uma cidade que tem deputado colecionando autonomia de táxi para distribuir. Difícil amar uma cidade em que deputado recolhe dinheiro de delegacias para se eleger. Como amar uma cidade em que todo mundo quer ficar rico ao mesmo tempo, em que toda licitação é estranha, em que toda hora tem dispensa de licitação? Como amar uma cidade que paga pessimamente a seus policiais? Como amar uma cidade em que os policiais sob a desculpa de ganharem mal, enveredam pelo banditismo, pelo crime organizado, pela corrupção desenfreada? É o Rio, Evelyn. O Rio dos assaltos na Linha Vermelha que nunca cessam. Dos ataques a turistas. Dos roubos de celulares no Centro. Dos camelôs pagando propina para guarda municipal. De policiais tomando dinheiro no Aterro do Flamengo. O Rio das clínicas de aborto pagando delegacias (conforme denunciou o procurador Márcio Mothé recentemente), o Rio das casas de prostituição pagando propinas a batalhões, das mensalidades do comércio, das taxas de proteção, dos acordos com o tráfico, da guerra do tráfico ferindo inocentes, das invasões de favelas, do crescimento desordenado de favelas em troca de votos, das milícias ameaçando moradores com o conhecimento de coronéis que nada fazem, da máfia dos caça-níqueis, da máfia dos bingos, da máfia do jogo do bicho, da máfia do combustível adulterado, da máfia das vans, da máfia dos táxis piratas, da máfia da Alerj, da máfia da Câmara, da máfia dos hospitais, da máfia do carnaval, da máfia dos camelôs, da máfia. É triste, Evelyn, o que aconteceu com a nossa cidade, com esta cidade para onde veio o seu Ulrich, o seu herói. E aí vem o Lula e fala uma besteira aqui, inaugura um PAC lá, diz que tudo vai mudar, quando o que vemos é complacência com favelas do PAC, traficantes passando de van na Rua Gustavo Sampaio para atacar a outra favela rival, e nada acontece. Para que cuidar da população tendo tantas máfias para se “preocupar”? Nada disto que eu escrevi, Evelyn, é para você. É apenas um desabafo porque falhei em não telefonar, em não ter o que te dizer numa hora destas. Só posso dizer que vou rezar. Por você, pelo Ulrich, pelo Rio de Janeiro. Pelo Brasil. Rezo, para que a oração ilumine um futuro que eu no momento não vejo. Rezo, para que ainda venha a paz. Aquela paz, Evelyn, pela qual você sempre lutou, bravamente. E vai continuar lutando, ao lado das nossas amigas, ao lado das nossas Glórias Rolands que continuam lutando, a original lá no céu, conversando com o Ulrich sobre Copacabana, Leblon, Ipanema. Ela, a Glória, deve estar dizendo a ele que Ipanema é melhor que o Leblon. Ele, defendendo a filha, dizendo que o Leblon é melhor. Os dois vão brindar aos anjos e dizer que no fim, todos são cariocas. Mas com certeza vamos ouvir um suspiro dos dois: “Vamos esperar que Deus também seja”. Fique com Deus, minha amiga. Dia 8 estarei lá.
Postado por Gustavo de Almeida às 01:21 3 comentários
Marcadores: Rio de Janeiro
Sexta-feira, 30 de Maio de 2008 Na Alerj Disseram NÃO à liberação do deputado Álvaro Lins e honraram cada voto recebido de seus eleitores os deputados:
1 - Alcides Rolim (PT)
2 - Alessandro Molon (PT)
3 - Cidinha Campos (PDT)
4 - Comte Bittencourt (PPS)
5 - Fernando Gusmão (PCdoB)
6 - Flavio Bolsonaro (PP)
7 - Gilberto Palmares (PT)
8 - Inês Pandeló (PT)
9 - Marcelo Freixo (PSOL)
10 - Nilton Salomão (PMDB)
11 - Olney Botelho (PDT)
12 - Paulo Ramos (PDT)
13 - Rodrigo Neves (PT)
14 - Sabino (PSC)
15 - Wagner Montes (PDT)
Discurso da deputada Cidinha Campos (PDT):
Sr. Presidente, Sra. e Srs. Deputados, o que eu tenho a dizer não é tão grande que eu não pudesse usar um aparte para fazê-lo, mas eu achei que seria tirar o tempo do debate que está se ouvindo aqui, porque tem sido muito bonito, E eu quero cumprimentar o Deputado Paulo Ramos - não é sempre que eu faço isso, não é, deputado? - pelo seu discurso desta tribuna.
Falou-se muito aqui, Sr. Presidente, sobre estado de direito. Acho que do estado de direito já se falou demais. Nós temos que falar do Estado direito. O Estado direito é aquele em que o deputado trabalha, vive com o seu salário, não rouba de ninguém, não tira dinheiro da escola de criança. Esse é o Estado direito!
Não vou fazer nenhuma análise jurídica. Eu vejo com espanto que na hora de defender um deputado, vão procurar na Constituição o amparo para livrá-lo de uma punição. Mas esse deputado, que foi Chefe da Polícia deste Estado do Rio, não respeitou nem o Código Penal, nem o Código Civil. Nada! Na hora de se defender, todos buscam a legalidade ideal: a Constituição Federal, que ninguém respeita.
Esta Casa, é claro, tem competência para tirá-lo do xadrez, mas não tem legitimidade. Sabe por que, Sr. Presidente? Porque 40% desta Casa estão envolvidos com a marginalidade: 40% de uma casa política envolvidos com bolsa-escola, máfia dos combustíveis, assassinato, grupo de extermínio, extorsão, milícia e tráfico. Que legitimidade tem esta Casa para dizer que ele tem que sair da prisão? Estão votando em causa própria! “É ele hoje, sou eu amanhã” – como já disseram aqui uma vez.
Então, qualquer que seja esse resultado, e eu já sei qual será, como sabia que ele ia ser preso – e V. Exa. é testemunha que eu sabia que ele ia ser preso - como sei que outros serão. Serão presos e nós nos vamos enfraquecendo a cada passo. As argolas que querem tirar do pé do Álvaro Lins já estão chegando aos nossos pés, porque nós estamos implantando no Poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro o poder da bandidagem, da falcatrua, da falta de respeito à população e ao direito do Estado, ao Estado direito.
Sr. Presidente, eu trouxe documentos aqui. Tem gravação. Eu tenho a degravação completa da investigação da Poeira no Asfalto. O chefe do gabinete do Dr. Álvaro Lins tratando da falcatrua que ia fazer naquele direito especial do imposto do ICMS que o Garotinho ia botar. Ele não está sendo julgado por isso, mas também será e nós vamos perder o bonde da história, porque ele é o principal envolvido na máfia dos combustíveis. Mas como é que vai votar esta Casa? Dos oito presos, um é funcionário daqui. A mulher do Sr. Álvaro Lins, a ex, é funcionária da Casa, e os outros, os demais, todos foram homenageados pela Casa, todos os bandidos receberam moção desta Casa, alguns receberam três ou quatro. Mas que moral tem um Deputado que dá moção para esses bandidos? E eu não estou nem falando do Álvaro Lins, que recebeu a Medalha Tiradentes e outras coisas, estou falando dos “inhos” todos. Bandidos pés-de-chinelo que receberam moção, medalha de diversos Deputados, a maioria de Deputados também envolvidos em outras denúncias de corrupção.
Eu acho, Sr. Presidente, que é um discurso perdido. Quando a gente se opõe ao sistema, porque isso virou um sistema, chega a ser perda de tempo. Mas o que estou fazendo aqui se eu não fico pelo menos indignada com o que está acontecendo? Então, eu sei que ele vai sair por aquela porta, vai usar os instrumentos que tem, como disse bem o Sr. Deputado Paulo Ramos, como ex-Secretário de Segurança Pública, para desvirtuar a investigação. E não é só ele, são dois ex-Secretários, ele e o Ricardo Hallack, que é outro bandido de primeira classe muito homenageado nesta Casa. É um discurso vazio. É um discurso que não vai dar em nada. Pode sair, Sr. Deputado Álvaro Lins! A Casa é sua!
Votaram a favor da libertação de Lins
1 - Alessandro Calazans PMN
2 - Anabal PHS
3 - Aparecida Gama PMDB
4 - Atila Nunes DEM
5- Audir Santana PSC
6 - Beatriz Santos PRB
7 - Chiquinho da Mangueira PMDB
8 - Coronel Jairo PSC
9 - Délio Cesar Leal PMDB
10 - Dica PMDB
11 - Dionisio Lins PP
12 - Domingos Brazão PMDB
13 - Dr. Wilson Cabral PSB
14 - Edino Fonseca PR
15 - Edson Albertassi PMDB
16 - Fábio Silva PMDB
17 - Geraldo Moreira da Silva PMN
18 - Gerson Bergher PSDB
19 - Glauco Lopes PSDB
20 - Graça Matos PMDB
21- Iranildo Campos PTB
22 - João Pedro Figueira DEM
23 - João Peixoto PSDC
24 - Jorge Babu PT
25 - Jorge Picciani PMDB
26 - Luiz Paulo PSDB
27 - Marcelo Simão PHS
28 - Marco Figueiredo PSC
29 - Marcus Vinicius PTB
30 - Mario Marques PSDB
31 - Natalino DEM
32 - Paulo Melo PMDB
33 - Pedro Paulo PSDB
34 - Rafael Aloisio Freitas DEM
35 - Rogerio Cabral PSB
36 - Ronaldo Carlos de Medeiros PSB
37 - Sheila Gama PDT
38 - Sula Do Carmo PMDB
39 - Tucalo PSC
40 - Waldeth Brasiel PR
Faltaram à sessão:
1 - Alair Correa (PMDB)
2 - Altineu Cortes (PT)
3 - Alvaro Lins (PMDB)
4 - André Corrêa (PPS)
5 - André do PV
6 - Armando José (PSB)
7 - Graça Pereira (DEM)
8 - Jodenir Soares (PTdoB)
9 - José Távora (DEM)
10 - José Nader (PTB)
11 - Marcos Abrahão (PSL)
12 - Nelson Gonlçalves (PMDB)
13 - Pedro Augusto (PMDB)
14 - Roberto Dinamite (PMDB)
15 - Zito (PSDB)
Postado por Gustavo de Almeida às 22:36 2 comentários
Marcadores: Política e Polícia
Barata voa
É sabido que a família Barata, do empresário Jacob Barata Filho, adquiriu parte da empresa de aviação WebJet. No entanto, em termos de frotas de ônibus, continuam sendo dos maiores representantes do empresariado nacional. Sabe-se que o Rio de Janeiro discute a renovação da concessão das linhas de ônibus, e que até o Ministério Público entrou na briga quando se percebeu que a Câmara dos Vereadores anda claudicante. O vereador Jorge Mauro, da base aliada do prefeito Cesar Maia, tem sido um dos mais habilidosos articulares a favor de se prorrogar por mais 10 anos (prorrogáveis por mais 10 anos) as concessões de ônibus. Nestes dias em que Álvaro Lins é preso e Garotinho é indiciado, cabe estranhar a relação entre o vereador que mais defende concessão de ônibus e uma das famílias mais atuantes no setor. Deixo para o leitor ter este trabalho. Basta clicar abaixo e analisar sobrenomes e doações de campanha. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral:
Postado por Gustavo de Almeida às 12:15 1 comentários
Marcadores: Política
Segunda-feira, 26 de Maio de 2008 Água geladinha
Mais uma do site Contas Abertas: o Tribunal Regional do Trabalho em Minas Gerais , vai comprar 20 frigobares. Custo unitário de R$ 679, total dá quase R$ 15 mil. Em termos de gastos públicos, realmente é uma merreca. Em uma escola, R$ 15 mil fariam uma baita diferença. Em um hospital, então, nem se fala (se o dinheiro não sumisse, claro). Em um batalhão da PM, compraria-se coletes à prova de balas. Enfim, R$ 15 mil dá para fazer a feira, como diz o Maguila. Mas vai servir para o funcionário do TRT da 3ª Região pegar uma água mineral geladinha, um refrigerante, oferecer um suco para as visitas. Que beleza. Viva o povo brasileiro.
Segundo o texto - como sempre ótimo - do Contas Abertas, "a compra dos eletrodomésticos deve proporcionar algumas regalias como, por exemplo, a possibilidade de fazer e conservar gelo com mais higiene através da opção “Forma de gelo IceCover”, o “Porta-Latas” com capacidade para 10 latas e o “Compartimento Cold Drink” que gela bebidas rapidamente".
SIAFI2008-DOCUMENTO-CONSULTA-CONNE (NOTA DE EMPENHO)____________________ 30/04/08 12:36 DATA EMISSAO : 17Abr08 NUMERO : 2008NE000722 UG EMITENTE : 080008 - TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3A.REGIAO GESTAO EMITENTE : 00001 - TESOURO NACIONAL FAVORECIDO : 08632477/0001-00 - COMBOIO EQUIPAMENTOS LTDA - ME EVENTO ESF PTRES FONTE ND UGR PI V A L O R 401091 1 000571 0100000000 449052 13.599,80 TIPO : ORDINARIO MODALIDADE : PREGAO AMPARO : INCISO : PROCESSO : SUP 2559/2007 PRECATORIO : UF BENEFICIADA : MG MUNICIPIO BENEF. : ORIGEM MATERIAL : NACIONAL REFERENCIA DISPENSA: NUM.CV/CR/TP: PRE 48/2007 LANCADO POR : 06214636637 - VILAS BOAS UG : 080008 29Abr08 15:29 SEQUENCIAL : 001 VALOR UNITARIO : 679,99 QUANTIDADE : 20,00000 VALOR TOTAL : 13.599,80 AQUISIçãO DE GELADEIRA, TIPO FRIGOBAR, COM CAPACIDADE DE 120 LITROS, MARCA ELETROLUX - MODELO: RE, E DEMAIS ESPECIFICAçõES CONTIDAS NO ANEXO III DO EDITAL LICITATóRIO DE FL.84.
Postado por Gustavo de Almeida às 20:04 0 comentários
Marcadores: Administração Pública, Justiça, Política
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Gustavo de Almeida Rio de Janeiro, RJ, Brazil Jornalista desde 1993, torcedor do Flamengo, carioca que tenta (com muito esforço) acreditar que o Rio tem futuro Visualizar meu perfil completo Fale comigo Mande-me um email O deputado Álvaro Lins vai ser mesmo cassado? Feeds O que é RSS? O Dia On Line - Rio Moradores da Providência divergem sobre saída do Exército Justiça multa Prefeito de Nilópolis Providência: procurador entra com recurso contra liminar que obriga Exército a deixar o morro Lula determina a elaboração de projeto para indenizar famílias de jovens mortos Moradores da Cidade de Deus protestam contra morte de jovem Leia:
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Santa Bárbara e Rebouças em tempo real A nova mania do YouTube, anotem e me cobrem depois: Galactus Existe? http://tinyurl.com/55joyq 13 days ago S?rgio Noronha: 'A torcida do Boca silenciou quando o Fluminense atacou'. A-ham. 20 days ago Estou em Lages, SC, para um casamento. Longe do Rio e do seu caos, vejo que existe um jeito de viver sem taquicardia. 32 days ago Só mesmo o Flamengo poderia fazer uma monstruosidade como essa com sua própria torcida. Só o Flamengo faria algo assim. 41 days ago Escolheram LUCIO FLÁVIO como melhor jogador do campeonato. SÓ PODEM ESTAR DE SACANAGEM! ONDE VAI PARAR O JORNALISMO ESPORTIVO? 43 days ago follow me on Twitter
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QUEM ESCOLHE E VOTA ERRADO ENTRA PELO CANO, ACREDITAR EM MENINO MENTIROSO É ISSO QUE ESTAMOS PASSANDO ,ELE É UM SANTINHO E NÓS BANDIDOS.CAI FORA SEU PINOQUIO.
Boa tarde ao todos os praças da Polícia Militar!!!!!!!!!!!
Temos todas as condições de conseguirmos uma escala justa e um salário mais digno.
Busquemos a justiça... Com base em que?!?!?!? Na Lei nº 1.900, de 29 NOV 91 e Dec. Nº 25.538, de 25 AGO 1999, que regulamenta a jornada de trabalho a ser executada pelos políciais militares.
Com base nessas legislações, cabe a nós PMs buscar na justiça os direitos inerentes a nós!!!!!!!!!!
Como fazer?!?!? Buscar fazer um requerimento solicitando o pagamento das horas extras trabalhadas, quais sejam excedentes de 40h a 44h semanais.
Com certeza, o requerimento será indeferido e com isso devemos partir para a Justiça, para o fiel cumprimento da legislação citada. O advogado saberá pedir que se não houver o pagamento devido, que determine a Secretaria de Segurança Pública a adoção de medidas que não haja escalas extras para o PM. Assim sendo, haverá uma determinação judicial que adequará as escalas de serviço ao que nós recebemos. Se não houver o pagamento da hora extra, a determinação judicial deverá ser cumprida em não escalar o policial para trabalhar além das horas determinadas pela lei.
Essas leis podem ser adquiridas no site da Alerj.
Até mais amigos e que lembremos que nós temos a força para modificar as injustiças que nos cercam!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Comentários postados não representam necessariamente as opiniões do dono do blog. Caso qualquer pessoa julgue um comentário inapropriado, basta solicitar sua exclusão através de comentário ou do email wanderby@gmail.com.
Enquanto os servidores estaduais se reunem na tentativa de unir forças contra o governo tirânico e opressor; este "arremedo de administrador" continua viajando com o nosso dinheiro e rindo da nossa cara.
ResponderExcluirRia mesmo, Pinóquio... teu dia vai chegar!
Cabral e seu secretário foram vistos ontem andando de patins, curtindo a vida no FRIEDERICHSWAAL, COM O DINHEIRO PÚBLICO!!!!
ResponderExcluirSAIU NO JORNAL DO BRASIL
Estado do Rio de Janeiro tem a 2ª maior arrecadação, perdendo apenas para o Estado de São Paulo, mas paga o pior salário do Brasil aos seus Soldados de Polícia. A folha de pagamento do Estado consome apenas 14,7% da arrecadação média mensal (segundo os dados de 2006), percentual muito distante do limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
ResponderExcluirNenhum PM deveria ganhar menos de R$4.000,00 (quatro mil reais). O Estado do RJ tem condições de pagar muito bem o Policial Militar. Se não tivesse, o Sérgio Cabral teria que pedir ajuda ao LULA. A PMERJ tem salários vergonhosos porque o Governador quer! O presidente até propôs o Piso Nacional de R$1.600,00...
O GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, COM ÊNFASE EM SUA CÚPULA, É EXTREMAMENTE REPUGNANTE!
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, responsável pelo policiamento ostensivo e pela preservação da ordem pública, está desprovida de salários dignos. Sua tropa não tem treinamento adequado e condições mínimas de trabalho. Eficiência não requer só números, mas qualidade.
O Governador do Rio de Janeiro precisa:
* APROVAR a PEC 24/08 - ALERJ;
* AUMENTAR os SALÁRIOS da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros;
* APARELHAR a PMERJ devidamente.
Não há serviço de segurança pública adequado com Policial mal remunerado, desmotivado e sem os equipamentos necessários. O Governador Sérgio Cabral tem que respeitar pelo menos o SALÁRIO MÍNIMO REGIONAL.
É preciso mudar esse quadro urgentemente! “COM POLÍCIA MAL PAGA NÃO HÁ PROJETO QUE DÊ CERTO”.
UM DOS PRINCIPAIS FATORES DE ESTRESSE VIVENCIADOS PELOS POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO É O SALÁRIO, CONSIDERADO INJUSTO. Esse pode ser considerado o maior problema dos Militares Estaduais (da PMERJ e do CBMERJ), pois há irregularidade nos vencimentos, ou seja, o soldo das praças (de Sd a 2º Sgt) está abaixo do salário mínimo, contrariando a Constituição Federal/1988 e a Constituição do Estado/RJ!
COM UMA POLÍCIA MUITO MAL PAGA E INSATISFEITA NÃO HÁ PROJETO E COMANDO QUE RESOLVAM.
SEM A POLÍCIA MILITAR, NÃO HÁVERÁ DEMOCRACIA, CIDADANIA E NEM LIBERDADE NO RIO DE JANEIRO.
DIGNIDADE SALARIAL JÁ!!!!!
Temos que resgatar a cidadania do PM e do BM.
VALE A PENA LER O PRONUNCIAMENTO DO BRIGADEIRO DO BLOG DE NOSSO AMIGO GUSTAVO ALMEIDA.
ResponderExcluirFALOU TUDO E MUITO BEM?LEIAM VALE A PENA.
Quinta-feira, 19 de Junho de 2008
Ecos da caserna
No livro "O prêmio Darwin", que se originou do genial site The Darwin Awards, é narrada a história divertida do usuário de drogas que telefonou para a polícia para "reclamar da qualidade da cocaína que um traficante lhe vendera". Obviamente, o episódio se passou nos EUA e o usuário foi preso.
A repercussão do episódio no Morro da Providência tem soado, aos ouvidos da caserna, como esta história do Prêmio Darwin. O próprio Exército não apoiava sua presença no morro. O próprio Exército era legalista e não queria afrontar a Constituição. Mas presidente, vice-presidente e ministro mandando, juntos, era demais.
O curioso é que, ao contrário do episódio citado no início do texto, todos estão agindo como se o usuário realmente tivesse o direito de reclamar.
Para ilustrar melhor a questão, segue texto do coronel-aviador reformado Luís Mauro Ferreira Gomes. O texto é longo para a internet, mas se justifica em cada linha. É exatamente o que pensa neste momento a reserva e a ativa. Sem tirar nem pôr.
PS - Os grifos são meus.
Regras de mais e princípios de menos
Por Luís Mauro Ferreira Gomes
Em 17 de junho de 2008
O ataque cerrado as Forças Armadas brasileiras continua cada vez mais intenso.
Desta feita, o instrumento usado foi assassinato de três jovens depois de terem sido presos por militares e, inexplicavelmente, entregues, pelos coatores, a traficantes de uma facção rival.
Imediatamente, várias autoridades passaram a dar declarações preconceituosas, com o objetivo de debitar ao Exército, como instituição, a responsabilidade pelo crime, cujos autores, ao contrário do que normalmente ocorre, já foram identificados e presos.
Para o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, o Exército tornou-se "um protagonista nocivo, na tragédia de horrores imposta aos moradores". Que a tragédia foi um horror, nem era preciso dizer, mas ver nocividade no Exército seria como considerar a OAB nociva, porque alguns advogados transportam droga para traficantes ou transmitem sentenças de morte geradas dentro dos presídios, para os criminosos que as executarão do lado de fora.
As manifestações de indignação quase histéricas, cuidadosamente encenadas por alguns, não se justificam, pois os culpados serão, inevitavelmente, condenados.
E o serão, justamente, por serem militares. Dissemos "justamente", porque os militares não adotam a lógica do presidente e de seus seguidores, para os quais o aparelho repressor do Estado serve, apenas, para constranger adversários políticos.
Os aliados são sempre intocáveis. Onde estarão, agora, os "mensaleiros"; os "cuequeiros"; os "sanguessugas"; os mafiosos da saúde; os "aloprados"; os usuários dos cartões de crédito ditos corporativos; os autores do dossiê da Casa Civil; os traficantes de influência da venda irregular da VARIG; os assassinos dos prefeitos do PT, vitimados em meio à queima de arquivos, nos escândalos de desvio de dinheiro público; os ministros; os parentes e os amigos do presidente?
Como se vê, nenhum desses casos envolvia militares. A impunidade só vigora nos meios castrenses, quando imposta pela Justiça, contaminada pelos "defensores dos direitos humanos", mais interessados em quebrar a espinha dorsal das Forças Armadas, demolindo-lhes os princípios basilares da Hierarquia e da Disciplina.
Ninguém verá a “tropa de choque” do Exército ser chamada para "blindar" criminosos. Esta será preservada para usos mais nobres, quando tal se fizer necessário.
A Força Terrestre sempre procurou evitar o seu emprego em operações de Garantia da Lei e da Ordem, sem o cumprimento de todos os ritos legais.
O que, então, estaria o Exército fazendo no Morro da Providencia?
Infelizmente, o presidente envolveu, indevidamente, os militares, coagindo-os, como Comandante Supremo das Forças Armadas, a participar de um projeto de cunho político-partidário, para favorecer o seu candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.
Assim, a indignação presidencial com o envolvimento de militares no crime, só se explicaria pelo desgaste que isso possa ter causado ao seu candidato.
Em verdade, o presidente deve estar exultante.
A exposição da sua política indigenista antinacional e criminosa deflagrou um intenso esforço para desacreditar o Exército, utilizando-se, inclusive, do recurso à baixaria, com a exploração, nos meios de comunicação, das declarações de militares homossexuais desajustados. Um presente desses deve tê-lo deixado muito feliz.
O presidente "indignado" mandou, então, o ministro da Defesa acompanhar as investigações. Ressuscitado, agora, depois do grande silêncio obsequioso a que se viu condenado, quando foi confrontado pelo Alto-Comando do Exército em decorrência de suas bravatas iniciais, o ministro não nos parece, mercê do seu passado, a melhor pessoa para acompanhar qualquer investigação.
E ele não perdeu tempo. Tratou, logo, de tirar proveito da situação, ao augurar, em busca de mais quinze minutos de fama, uma reação forte, da sociedade, e radical, da Justiça, contra o nosso Exército. Novamente, a avaliação do ministro foi equivocada. Reação forte da sociedade, quando houver, será contra esse governo desastroso.
Contra as Forças Armadas, somente as manifestações orquestradas pelos inimigos tradicionais e já conhecidos, para os quais tudo vale, desde que seja para destruí-las.
O Exército Brasileiro é instituição permanente e continuará respeitado por todos, muito depois que os nossos maus governantes tenham sido varridos da História.
Até o ministro Tarso Genro saiu do limbo e voltou a "deitar falação".
A contaminação ideológica é tanta, que ninguém fala dos traficantes do Morro da Mineira, os verdadeiros assassinos dos rapazes, nem do absurdo de existirem, na cidade, com a tolerância do Estado, áreas controladas por essa ou por aquela facção criminosa. O Ministro da Justiça, tão diligente contra os rizicultores, também silenciou sobre isso. Só interessa ferir, de morte, o Exército. Mais uma vez, fracassarão.
Mas a responsabilidade do presidente vai muito além do que já foi dito.
Com os baixos soldos, as graves restrições orçamentárias e o desprestígio que têm sido impostos às Forças Armadas, a seleção de pessoal ficou muito prejudicada. O recrutamento de militares nas áreas controladas por traficantes e a sensação de impunidade generalizada, sem dúvida, contribuíram para essa barbárie.
Por tudo isso, é o presidente quem menos tem o direito de se indignar. Ele é a principal fonte de todos os nossos problemas e, portanto, também, da nossa indignação, esta, sim muito justa.
Para agravar a situação, recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral sucumbiu à lógica dos criminosos e perdeu a chance de resgatar parte da moralidade nacional.
Alguns ministros parecem haver-se esquecido de que a aplicação do Direito se rege por princípios e por regras, para se concentrarem, exclusivamente, nestas últimas.
É incompreensível que quatro deles tenham preferido permitir que maus cidadãos se aproveitem de suas próprias ações dolosas e torpes para conseguirem imunidades, que lhes garantam continuar a praticar seus crimes livremente.
No Brasil, há regras demais e princípios de menos. Vivemos em um caos jurídico, onde os bons são oprimidos e os maus têm toda a proteção do Estado.
Isso decorre da anomia intencional que a ditadura petista nos impõe, para desestruturar o Estado de direito, em benefício de seu projeto despótico de poder.
Por que alguém se sentiria obrigado a respeitar as Leis, se, todos os dias, os ministros e o próprio presidente as violentam, sem qualquer pudor, e debocham de toda a Nação, negando, cinicamente, todas as evidências das atividades ilícitas que cometem às escâncaras? Tudo, tranqüilamente, sem que nada se faça para impedi-los.
Todas as regras têm seus limites e somente devem servir para proteger quem, também, as cumpra.
O Estado de direito tem o dever de usar todos os meios à sua disposição, para proteger-se de todos os que o ameaçam, inclusive de ministros e presidentes.
*Coronel-Aviador reformado.
Postado por Gustavo de Almeida às 05:33 0 comentários
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Quarta-feira, 18 de Junho de 2008
Pausa para reflexão
O fato abaixo consta no site http://www.redecontraviolencia.org/ e passou meio desapercebido - ainda que o José Luís seja um cara acostumado a falar com todo mundo na imprensa do Rio, desde a perda de seu filho Maicon em 1996. Segue o relato:
"José Luís Faria da Silva, morador de Acari, pai do pequeno Maicon, morto aos dois anos em 1996 durante uma operação da PM, e militante da Rede, saiu de casa para ir à lanchonete que está construindo na favela há alguns meses. Já na rua, e acompanhado por um jovem conhecido, avistaram um grupo de cerca de 25 policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizando a apreensão de uma máquina caça-níqueis num bar. Um dos policiais, ao avistá-los, apontou a arma (fuzil) para o jovem e gritou agressivamente “levanta a camisa, neguinho!” José dirigiu-se ao policial normalmente dizendo que não era aquela a forma de se abordar uma pessoa, mesmo que suspeita. Foi o suficiente para se iniciar uma sessão de ofensas, intimidações, ameaças e agressões contra José.
Os 25 policiais parece que se esqueceram da “operação” e passaram a cercar e se dirigir a José de forma agressiva, chamando-o de “defensor de traficantes” e falando que ele “sabia onde estavam as armas”. Conduziram Zé até a loja em construção para “procurar armas e drogas”, revistaram o local mas nada encontraram, obviamente.
Frustrados e irritados, continuaram as ameaças e ofensas, disseram que o material de construção que lá estava “era tudo roubado”, ameaçaram duas vezes José de morte, e ainda ameaçaram atirar no cachorro que Zé mantêm na loja. Parte desses incidentes foram inclusive gravados por uma equipe do SBT que se encontrava no local.
Ainda não satisfeitos, obrigaram José a levá-los até sua casa, “para procurar as drogas e as armas”. Lá chegando, encontraram Penha, esposa de Zé e mãe de Maicon, e fizeram as revistas em meio a ofensas e nova ameaça de morte. Diante de Penha um policial disse a José: “sua sorte é ser de dia, se fosse de noite eu te matava!”. Essa ameaça foi feita mais de uma vez. Outro policial disse “você acha que é fiscal da polícia? Você é muito abusado!”, e a certa altura um dos policiais desferiu um soco em José, abaixo do peito no lado esquerdo. Durante todo o tempo, o bando de policiais era dirigido por um oficial/agente ao qual se referiam como “comandante”. Todos os vizinhos de Zé e outros moradores ficaram muito assustados com o episódio."
A Polícia está trabalhando? Está. Ganhando mal? Os policiais honestos, seguramente ganham pessimamente. Muito abaixo, menos da metade do que merecem. O confronto foi aberto? Sim, o confronto está aberto desde o início do governo atual, está-se partindo para cima.
Só que não vemos nem o salário e as condições dos policiais melhorando e nem a política de Segurança Pública funcionando.
Há pelo menos seis bairros da Zona Sul do Rio que enfrentam grande onda subnotificada de assaltos e furtos a apartamentos: Botafogo, Catete, Leme, Urca, Ipanema e Humaitá.
Nas ruas, a insegurança permanece. Cresceram as milícias. O jogo do bicho e os caça-níqueis estão por aí (ainda que a operação da Core em Acari, citada acima, fosse para apreender maquinetas). O trânsito piorou. Mais pessoas morreram, pessoas que nada têm a ver com o tráfico - como seu José Luiz e a esposa, que graças a Deus estão vivos, ainda sobrevivendo à dor de perderem o Maicon.
Nós temos mesmo uma política de Segurança Pública?
Por que a classe média está mais apavorada e os pobres estão apanhando mais?
A resposta vai ficar soprando no vento - não sei até quando.
Postado por Gustavo de Almeida às 01:12 2 comentários
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Segunda-feira, 16 de Junho de 2008
Exército na Providência: legal ou não?
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Muito se falou e teorizou sobre o episódio dos três jovens mortos na Providência - inclusive voltou-se a cometer o mesmo erro, o de atribuir às vítimas fatais alguma folha corrida, como se a Justiça tolerasse a execução sumária em caso de anotação na ficha criminal. Se assim fosse, seria uma maravilha passear na Alerj ou na Câmara com uma calibre 12. O problema seria recarregar toda hora e arrumar um caddie que levasse todos os cartuchos.
Falou-se muito mas ao ponto principal, não se chegou: por causa de uma obra eleitoreira apoiada pelo Ministério das Cidades, envolveram o Exército Brasileiro em uma aventura vazia e inconstitucional.
Em dezembro, o Comando Militar do Leste (CML) não avisou que faria operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Morro da Providência - afinal, tal ato contraria
recomendação do próprio Estado-Maior do Exército Brasileiro, divulgada em
maio do ano passado durante um seminário.
No dia 12 de dezembro do ano passado, a Seção de Comunicação Social do CML divulgou informe no qual dizia que a ocupação na Providência faria parte de um "acordo de cooperação técnica", com objetivo de revitalizar fachadas e telhados de moradias populares no morro. No divulgado do dia 13, o acordo incluía Ministério das Cidades, Batalhão Escola de Engenharia (Bese) e Comissão Regional de Obras da Primeiro Região Militar (CRO/1). Sobre a atuação na Segurança Pública, o Exército divulgou na nota que "durante o prazo que durar a realização das obras de revitalização das casas populares no contexto do Projeto Cimento Social, o Grupamento de Unidades Escola/9ª
Brigada de Infantaria Motorizada estabelecerá a segurança do canteiro de
obras, em coordenação com os órgãos encarregados da Segurança Pública do
Estado do Rio de Janeiro"
No entanto, um documento interno do Exército mostra que a preparação da Força, infelizmente, foi para uma ação policial.
No documento, elaborado por um general da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, são descritos equipamentos a serem usados, modos de operação e armamentos - dentre eles, granadas ofensivas, pistolas e fuzis. E mais: "Poderá ser empregado o Caçador ou Atirador de Escol (Sniper)", avisa um dos trechos do planejamento operacional. Há três pressupostos básicos no documento confidencial e nenhum deles menciona "coordenação com os órgãos encarregados da Segurança Pública do Estado". No item 1, "Nenhuma Força Terrestre poderá ser derrotada e o Exército Brasileiro não poderá ser desmoralizado". No item 2, "Todas as ações e operações deverão ser desenvolvidas mediante os preceitos jurídicos e legais vigentes no país". E no item 3, "O emprego de munição real só deverá ser feito mediante ameaça concreta por parte dos oponentes".
Segundo o artigo 144, cabe ao Estado garantir e administrar a Segurança Pública e apenas a decretação de intervenção federal autoriza as Forças Armadas a atuarem em funções de polícia - Garantia da Lei e da Ordem. A Lei Complementar 117, de 2004, ainda prevê o uso das Forças Armadas quando o governo estadual se declara incapaz de prover a Segurança Pública - a partir desta medida, as forças federais entram mas, "de forma episódica, em área previamente estabelecida e por tempo limitado", em "ações de caráter preventivo e repressivo necessárias para assegurar o resultado das
operações na garantia da lei e da ordem". O governo do estado perde então o comando de suas polícias enquanto houver a ação das Forças Armadas - que passam a ter o controle operacional dos órgãos estaduais de Segurança Pública".
O Exército fez GLO. Só não fez muita propaganda disto, claro.
Em resumo, meus amigos: nada contra o Exército Brasileiro. Mas ele precisa agir dentro da lei - e para isto, um general tem de se sentar na cadeira do governador. E que esteja bem limpa antes.
****
Espanto
É estarrecedora a entrevista dada pelo médico-legista Daniel Ponte ao site do jornalista Ucho Haddad. Confira a íntegra do material em http://www.ucho.info/Entrevista/daniel_ponte_03.htm.
Postado por Gustavo de Almeida às 23:17 3 comentários
Marcadores: segurança pública exército forças armadas
Sexta-feira, 13 de Junho de 2008
Rádio-corredor na Alerj
O deputado Audir Santana (PSC), terceiro escolhido e nomeado para ser o relator do processo de cassação do deputado Álvaro Lins, talvez pudesse alegar ter impedimentos como fez a deputada Aparecida Gama na quarta-feira.
Audir foi vereador por dois mandatos em Itaboraí, terra do prefeito Cosme Salles. Este, atualmente no PT, tem relação boa com Lins, fato notório e público na Assembléia. Só que Audir foi presidente da Câmara Municipal de Itaboraí e precisou estabelecer relação próxima de Salles. Usando a teoria dos Seis Graus de Separação, podemos dizer que Audir está a uma pessoa de Lins.
Homem de boa formação, médico, clínico geral, Audir já foi também perito do Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro, órgão subordinado à...Polícia Civil.
Com tudo isto, mesmo assim tenho minhas dúvidas se a pizza será feita por Audir. Creio que não será necessário.
A pizza, já dizem na Alerj, está prontinha. Falta apenas uns 15 dias de forno.
O deputado Lins não será cassado.
Postado por Gustavo de Almeida às 00:42 1 comentários
Marcadores: Política
Quarta-feira, 11 de Junho de 2008
Notas variadas sobre a política que nos cansa
Um chefe de Informática com quem trabalhei tinha duas frases que, se não eram dele, se tornaram sua marca pessoal: "Software é o que você xinga, hardware é o que você chuta" e "Nada é tão ruim que não possa piorar". As duas frases têm a ver com o blog hoje - afinal, por problemas com o software demorei para voltar a atualizar, e por isso peço desculpas aos poucos leitores.
E volto a escrever naquele momento típico do Brasil, no qual você pensa que já aconteceu de tudo e não tem nada mais que possa tirar nossa desilusão e desesperança em relação a esse país aqui. Ora, quem disse?
O Tribunal Superior Eleitoral, para manter válida a máxima de que tudo sempre pode piorar - confirmou, por quatro votos a três, que políticos com a vida pregressa manchada por investigações de crimes estão livres para figurar nas urnas, como já acontece hoje.
Prevalecerá mesmo a regra prevista em lei segundo a qual o político só perde o direito de se candidatar se for condenado em instância final, sem chances de recorrer da decisão.
A quantidade de direitos de um político é algo assombroso. O quanto se faz e o quanto se protege é algo realmente inacreditável. O sujeito tem apartamentos até de um milhão de reais, ganha R$ 8 mil por mês, mas, enfim, a lei não deixa que seja processado.
Ao mesmo tempo, num batalhão da PM do outro lado da poça, já houve um comandante investigando os praças que tinham "carros que custassem mais de R$ 10 mil".
Não existe essa de que todos são iguais perante a lei.
*****
Brasas adormecidas
E por falar em lei, vejam que inacreditável o levantamento feito pela vereadora Silvia Pontes (DEM): ao tentar proibir o fumo dentro da Câmara (algo absolutamente lógico, ora, o prefeito proibiu em qualquer estabelecimento fechado, por que OS VEREADORES iriam poder fumar?), a moça descobriu enfim que há 17 PROJETOS parecidos.
Desde 1977, existem são 17 projetos e leis relacionadas à proibição de fumo na Câmara de Vereadores. Tudo arquivado ou sancionado - e até algumas ainda tramitando.
Na semana passada, Silvia deu entrada ao projeto de lei 1725/2008, que reafirma o cumprimento do decreto do prefeito César Maia, proibindo o fumo em locais fechados sejam eles, públicos ou privados. Silvia propôs um parecer conjunto com as comissões com o objetivo de acelerar a tramitação da matéria.
Mas é tudo tão lento por lá....
Vejam a lista divulgada pela moça:
Projetos e leis relacionados ao fumo
Lei 56/78
Projeto de lei 16/78 (rejeitado)
Projeto de lei 791/81 (arquivado)
Lei 1053/87
Resolução: 584/89
Lei 1591/90
Lei 1611/90
Projeto d lei 15/93 (arquivado)
Lei: 2771/99
Projeto de lei 1277/95 (em tramitação)
Projeto de lei 1300/95 (em tramitação)
Resolução 584/89
Projeto de lei 7/97 (arquivado)
Resolução 584/89
Lei 3366/2002
Lei 4325/2006
Projeto de lei 119/05 (Em tramitação)
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O nome deles é trabalho
Enquanto isso, a Assembléia Legislativa pega fogo e o pessoal trabalha pra valer. Deixo para vocês analisarem uma compilação de projetos da semana:
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 545/2008, DE AUTORIA DO DEPUTADO GLAUCO LOPES, QUE CONCEDE O TÍTULO BENEMÉRITO À SENHORA IVETE MARIA DIAS SANGALO.
PARECER DA COMISSÃO DE NORMAS INTERNAS E PROPOSIÇÕES EXTERNAS, FAVORÁVEL.
RELATOR: DEPUTADO MARCOS ABRAHÃO.
VETO PARCIAL (LEI Nº 5121/07) APOSTO AO PROJETO DE LEI Nº 224/2007, DE AUTORIA DA DEPUTADA JANE COZZOLINO, QUE CRIA O DIA ESTADUAL DO ARQUEÓLOGO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.(PENDENDO DE PARECER DA COMISSÃO DE EMENDAS CONSTITUCIONAIS E VETOS)
VETO TOTAL APOSTO AO PROJETO DE LEI Nº 73/2007, DE AUTORIA DO DEPUTADO MARCELO SIMÃO, QUE INSTITUI NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS, O PROGRAMA ESTADUAL DO JOGO DE XADREZ.
VETO PARCIAL (LEI Nº 5142/07) APOSTO AO PROJETO DE LEI Nº 599/07, DE AUTORIA DA DEPUTADA BEATRIZ SANTOS, QUE INCLUI NO CALENDÁRIO OFICIAL DE EVENTOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO O DIA DA REPÚBLICA DA ÁFRICA DO SUL.(PENDENDO DE PARECER DA COMISSÃO DE EMENDAS CONSTITUCIONAIS E VETOS)
PROJETO DE LEI Nº 1322/2008, DE AUTORIA DO DEPUTADO JOSÉ NADER, QUE CONSIDERA DE UTILIDADE PÚBLICA O PARAÍSO ESPORTE CLUBE.
REQUERIMENTO Nº 242/2008, DE AUTORIA DO DEPUTADO JOSÉ NADER, QUE REQUER A REALIZAÇÃO DE SESSÃO SOLENE EXTRAORDINÁRIA PARA CERIMÔNIA DE COMEMORAÇÃO PELO DIA MUNDIAL DE PREVENÇÃO CONTRA O USO DE DROGAS E COMBATE AO NARCOTRÁFICO E ENTREGA DE MEDALHA TIRADENTES AO SUBSECRETARIO DE ESTADO DE SEGURANÇA - DR. MARCIO DERENNE E DR. ANTÔNIO ELIAS ORDACGY JÚNIOR - PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO NACIONAL DOS DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL.
Quanto a este último projeto, nada contra o Derenne. Mas acho que vale registrar que o vice-presidente da Commissão de Prevenção ao Uso de Drogas da Alerj é o deputado Álvaro Lins. Não é nada de mais, mas é curioso.
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Love is in the air
Clima de paixão na Câmara dos Vereadores do Rio: ele e ela, filhos de deputados. O casal promete muitas transferências de votos mútuas.
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Celebridade expulsa
E expulsaram o soldado Marcelo da Silva, marido da atriz Susana Vieira. Bom, poderia ser expulso por gazeta, já que está viajando com a atriz nos EUA. Mas foi expulso por causa da confusão no motel Queen, em Sulacap, em 20 de dezembro de 2006.
O que me espanta mesmo na PMERJ é que volta e meia surgem denúncias graves contra oficiais e até mesmo praças que terminam na gaveta - e no caso do soldado Marcelo, em um ano e meio foi expulso. Não discuto o mérito da expulsão. Mas é freqüente ver soluções de IPMs no modelo: "Fulano foi acusado em denúncia de estar vendendo armas para traficantes e extorquindo comerciantes, mas como não apareceu o denunciante e não foi comprovado o fato, arquive-se".
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Batizada
Na Polícia Federal, na Alerj, na Câmara de Vereadores, na Prefeitura do Rio, na Polícia Civil, no Tribunal de Contas do Município e nas redações de todos os jornais do Rio já se fala a torto e a direito por todos os cantos: a próxima explosão do Rio virá de postos que vendem gasolina adulterada. Claro, "explosão" metafórica. Mas tem gente que vai preferir que tivesse sido no sentido literal. A conferir.
Postado por Gustavo de Almeida às 01:18 3 comentários
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Quinta-feira, 5 de Junho de 2008
Mera ficção
Você imagina como serão os Jogos Olímpicos do Rio em 2016, caso a cidade vença a finalíssima? Façamos um exercício de imaginação. Lembre-se: é tudo ficção aqui a partir daqui. Não me processem. É tudo ficção.
11 de junho de 2015 – ESTÁDIOS DOS JOGOS AINDA NÃO ESTÃO PRONTOS
A menos de um ano dos jogos, que começam em 31 de maio do ano que vem, os três estádios planejados para serem inaugurados um ano antes sequer estão na metade da obra. A empresa contratada para as obras, a MegaCarioca Construtora, acabou retardando o trabalho por causa da CPI das Notas Frias aberta pela Câmara dos Vereadores. Um mês depois, a Câmara arquivaria misteriosamente a CPI. Mas o prejuízo ficou.
O Estádio da Covanca não está pronto e o Estado coloca a culpa nas milícias comandadas pelo vereador Robertinho, que não cumpriram o acordo de proteger os operários das hordas de narcotraficantes armados.
Já no Estádio de Sepetiba o problema foi causado pelo afundamento do terreno, já que toda a área é corroída por causa do acidente com a Ingá Mercantil ocorrido no século passado. O próprio presidente Sérgio Cabral já determinou ao governador Rodrigo Maia que acelere as obras “custe o que custar”.
O estádio mais adiantado é o da Guaratiba, pois só faltam as arquibancadas. O prefeito Jerominho informou por meio de nota oficial que caso não dê tempo mandará improvisar uma gambiarra.
15 de maio de 2016 – DELEGAÇÕES COMEÇAM A CHEGAR E CHINESES LEVAM UM SUSTO NO AEROPORTO
As primeiras delegações para os Jogos começaram a chegar ontem ao Rio de Janeiro. Como a Vila Olímpica não ficou pronta, o prefeito Jerominho determinou que todos ficassem acomodados nos apartamentos do Complexo do Alemão. Para tal, pediu ao governador Rodrigo Maia que determinasse ao comandante-geral da PM, coronel Jorge Feliz, que expulsasse os traficantes que ocuparam o local desde que o PAC foi abandonado por Luiz Inácio Lula da Silva. “O PAC foi muito útil até certo ponto, mas depois os moradores se desinteressaram. Agora é hora de saber usar”, disse Jerominho. A PM começou as operações apreendendo quantidades ínfimas: apenas 500 quilos de cocaína estavam guardados em um dos apartamentos do PAC.
A delegação chinesa foi assaltada ao desembarcar, por uma quadrilha de taxistas piratas. Por sorte, estavam desarmados.
22 de maio de 2016 – DELEGAÇÃO AMERICANA É SEQÜESTRADA POR MILÍCIAS
Quadrilhas formadas por ex-bombeiros e ex-policiais ligados às FARC e à Al-Qaeda seqüestraram todos os 400 atletas da delegação americana e os levaram para a Ilha de Paquetá agora há pouco. O governador Rodrigo Maia determinou rigor máximo nas investigações. “Precisamos descobrir urgentemente onde fica Paquetá. Afinal, há anos não navegamos pela Baía”.
29 de maio de 2016 – QUASE TUDO PRONTO PARA A ABERTURA DOS JOGOS
O presidente da Câmara Municipal do Rio, vereador Rogério Andrade, informou que pedirá a abertura de uma CPI para apurar o que causou o atraso nos preparativos para a grande abertura dos jogos. Segundo Rogério, tudo estava pronto para que milhares de máquinas caça-níqueis formassem a palavra “Rio” e despejassem moedinhas brilhantes ao mesmo tempo. “Ao que parece, os notários foram retirados das máquinas na última apreensão e devolvidos aos donos”, disse Rogério Andrade.
O prefeito Jerominho disse que a ausência das máquinas não causará nenhum mal e que já está substituindo por máquinas de videopôquer. “É quase a mesma coisa”.
01 de junho de 2016 – EMOÇÃO NA ABERTURA DOS JOGOS DO RIO
Foi bonita a festa. Com muita emoção, a deputada federal Carminha e o pastor Marcos abriram a festa ao som do baile funk do grupo Cachorras Preparadíssimas. Uma chuva de notas de um real caiu no palco montado pela empresa contratada com dispensa de licitação, com emergência, em cima da hora. A linda chuva de notas foi patrocinada por uma igreja evangélica. Depois, vários estouros simbolizaram as milhares de balas perdidas do Rio. As delegações – menos a dos EUA, ainda em Paquetá – deram um show à parte, principalmente a do Rio, formada por camelôs, milicianos, funkeiros, pastores evangélicos, ex-traficantes, líderes comunitários, flanelinhas, prostitutas e moradores de áreas carentes. Os atletas tinham sido seqüestrados por quadrilhas de traficantes da Linha Vermelha (a maior boca de fumo do Rio) e não conseguiram chegar ao Engenhão para a cerimônia. “Acho que não devíamos ter explodido o Maracanã”, lamentou o deputado federal Fernando Iggnácio, depois da cerimônia.
07 de junho de 2016 – DELEGAÇÃO SUECA É ASSALTADA E DOIS ATLETAS DESAPARECEM – Era para ser apenas uma passeio à beira-mar, às quatro da tarde, depois do almoço. Mas acabou virando um pesadelo. Cerca de 30 atletas suecos se viram no meio do conflito entre traficantes do Leme, bairro tomado pela facção Amigos dos Inimigos dos Amigos (AIA), e os traficantes do Posto Seis/Arpoador, que é área da facção Comando Amarelo. As facções inimigas fizeram uma trégua para assaltar os suecos.
12 DE JUNHO DE 2016 – DELEGAÇÃO DA FRANÇA É VÍTIMA DO TELEFONEMA-EXTORSÃO – Presos da Penitenciária da Central do Brasil obtiveram dados de telefones dos franceses por meio de jornalistas corruptos. Estes passaram os números através de assessores do deputado estadual Tota do Alemão. O esgrimista Alain Furreau teve um colapso e morreu. A família solicita ao governador Rodrigo Maia que um carro dos bombeiros seja providenciado para a remoção do corpo, ainda na Vila Olímpica. O delegado Macedo disse no entanto que só autoriza após a perícia. “Reconheço o drama dos franceses, mas é necessário investigar o crime”. Perguntado se pretendia fazer diligências na Penitenciária Central do Brasil, o delegado disse que aguardará denúncias. “Não há materialidade”, disse.
20 DE JUNHO DE 2016 – PREFEITURA COMPRA, EMERGENCIALMENTE, MAIS DE 40 MIL QUENTINHAS PARA ATLETAS DA VILA OLÍMPICA.
O secretário de Fazenda Rodrigo Silveirinha fechou contrato com uma firma de alimentação em regime de urgência, sem licitação, para atender aos atletas da Vila Olímpica que desde ontem estão passando fome por causa da falta de pagamento ao fornecedor, a empresa Comida de Minas S.A., que tinha vencido a licitação há um ano. A empresa mineira produziu ao longo de seis meses sem receber. Silveirinha fechou com a nova empresa, de nome não revelado, um contrato de R$ 6 bilhões de reais, o que dá aproximadamente R$ 150 mil por quentinha. Perguntado se havia sentido em pagar por uma quentinha de arroz, feijão e bife o preço equivalente ao de uma cobertura duplex na Vieira Souto (preço depois que o Comando Amarelo tomou Ipanema), Silveirinha se limitou a dizer: “É leviano questionar agora, vocês estão brincando com a fome dos atletas. E a imagem do Rio no exterior?”
Ah...ainda bem que é tudo um pesadelo! Vamos, Rio!
Postado por Gustavo de Almeida às 01:50 6 comentários
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Domingo, 1 de Junho de 2008
Carta aberta a uma amiga
Minha amiga: eu não lhe telefonei. É verdade. E era o meu dever. Afinal, o seu grande herói foi vítima da violência, do estado de total descalabro, do caos a que esta cidade chegou após décadas de desgoverno. O seu grande herói, um sobrevivente de guerra, um sobrevivente de um holocausto, veio perecer no Rio de Janeiro. Vítima de uma estupidez, de uma selvageria, de bandidos que já se tornaram animais – tão animais quanto os policiais (desculpe, os bandidos que de vez em quando usam farda, essa é a expressão correta) que torturaram a equipe de um grande jornal carioca no dia 14 de maio.
Minha amiga Evelyn Rosenzweig, eu quero te pedir desculpas por não ter nem telefonado. Nem ido ao cemitério, no sepultamento do seu herói, que chegou aos 84 anos trabalhando honestamente, se dedicando, educando, gerando pessoas extraordinárias como você. É engraçado, eu ficar com tanta vergonha, tão constrangido em te ligar – logo eu que me divirto tanto com essa história de você não se lembrar de mim e eu lembrar de você, dos tempos de subprefeitura, eu começando a carreira, nos idos de 1994 ou 1995 (nem lembro), você lá batalhando. Claro que você não lembra de mim, é normal.
O seu Ulrich se foi, sim, como herói, tendo cumprido a missão dele neste plano. Tenho certeza absoluta disto. Basta ver o quanto você, Evelyn, sempre atuou, sempre trabalhou. Quem é assim, traz em si o código de toda uma fraternidade, de uma família consolidada.
Eu também estou sob choque, minha amiga. Nem de longe se compara com o seu – você perdeu seu herói. Perdeu? Tenho certeza de que ele na verdade está alojado definitivamente dentro de seu coração, por isto você sentiu um peso no tórax estes dias. É a presença do seu herói, que virou amor. Cada um reza como pode – na minha religião, dedicarei uma oração a ele. E a você. Que deve estar em um choque muito grande. E três dias depois, fui eu que entrei em choque, ao saber da violência extrema cometida contra mais pessoas de bem. Pessoas que torturam bandidos já são execráveis. O que dizer de pessoas que torturam trabalhadores?
Eu queria poder te ligar, minha amiga, para falar deste caso. Mas nem se compara com a sua dor. Temi pela sua dor, até ver que você já estava se mobilizando, indo para a frente, reunindo forças extraordinárias para promover uma passeata no domingo que vem, não aquelas passeatas de branco que de nada adiantaram, mas um encontro de quem ainda ama a cidade. Eu queria, Evelyn, ainda amar tanto o Rio quanto você, tentar me dedicar tanto quanto você. Mas tem sido difícil, amiga.
Difícil amar uma cidade em que o crime só cresce, apesar da política de confronto-marketing do atual governo. As capas da Época e da Veja, com as operações cheias de mortos, lembra? De que adiantaram, se escapou um que matou o seu herói? Difícil amar uma cidade em que os vereadores se vendem pelos mais variados motivos, recebem doações de empresas de ônibus. Difícil amar uma cidade que tem deputado colecionando autonomia de táxi para distribuir. Difícil amar uma cidade em que deputado recolhe dinheiro de delegacias para se eleger. Como amar uma cidade em que todo mundo quer ficar rico ao mesmo tempo, em que toda licitação é estranha, em que toda hora tem dispensa de licitação? Como amar uma cidade que paga pessimamente a seus policiais? Como amar uma cidade em que os policiais sob a desculpa de ganharem mal, enveredam pelo banditismo, pelo crime organizado, pela corrupção desenfreada?
É o Rio, Evelyn. O Rio dos assaltos na Linha Vermelha que nunca cessam. Dos ataques a turistas. Dos roubos de celulares no Centro. Dos camelôs pagando propina para guarda municipal. De policiais tomando dinheiro no Aterro do Flamengo. O Rio das clínicas de aborto pagando delegacias (conforme denunciou o procurador Márcio Mothé recentemente), o Rio das casas de prostituição pagando propinas a batalhões, das mensalidades do comércio, das taxas de proteção, dos acordos com o tráfico, da guerra do tráfico ferindo inocentes, das invasões de favelas, do crescimento desordenado de favelas em troca de votos, das milícias ameaçando moradores com o conhecimento de coronéis que nada fazem, da máfia dos caça-níqueis, da máfia dos bingos, da máfia do jogo do bicho, da máfia do combustível adulterado, da máfia das vans, da máfia dos táxis piratas, da máfia da Alerj, da máfia da Câmara, da máfia dos hospitais, da máfia do carnaval, da máfia dos camelôs, da máfia. É triste, Evelyn, o que aconteceu com a nossa cidade, com esta cidade para onde veio o seu Ulrich, o seu herói.
E aí vem o Lula e fala uma besteira aqui, inaugura um PAC lá, diz que tudo vai mudar, quando o que vemos é complacência com favelas do PAC, traficantes passando de van na Rua Gustavo Sampaio para atacar a outra favela rival, e nada acontece. Para que cuidar da população tendo tantas máfias para se “preocupar”?
Nada disto que eu escrevi, Evelyn, é para você. É apenas um desabafo porque falhei em não telefonar, em não ter o que te dizer numa hora destas. Só posso dizer que vou rezar. Por você, pelo Ulrich, pelo Rio de Janeiro. Pelo Brasil. Rezo, para que a oração ilumine um futuro que eu no momento não vejo.
Rezo, para que ainda venha a paz. Aquela paz, Evelyn, pela qual você sempre lutou, bravamente. E vai continuar lutando, ao lado das nossas amigas, ao lado das nossas Glórias Rolands que continuam lutando, a original lá no céu, conversando com o Ulrich sobre Copacabana, Leblon, Ipanema. Ela, a Glória, deve estar dizendo a ele que Ipanema é melhor que o Leblon. Ele, defendendo a filha, dizendo que o Leblon é melhor. Os dois vão brindar aos anjos e dizer que no fim, todos são cariocas. Mas com certeza vamos ouvir um suspiro dos dois: “Vamos esperar que Deus também seja”.
Fique com Deus, minha amiga. Dia 8 estarei lá.
Postado por Gustavo de Almeida às 01:21 3 comentários
Marcadores: Rio de Janeiro
Sexta-feira, 30 de Maio de 2008
Na Alerj
Disseram NÃO à liberação do deputado Álvaro Lins e honraram cada voto recebido de seus eleitores os deputados:
1 - Alcides Rolim (PT)
2 - Alessandro Molon (PT)
3 - Cidinha Campos (PDT)
4 - Comte Bittencourt (PPS)
5 - Fernando Gusmão (PCdoB)
6 - Flavio Bolsonaro (PP)
7 - Gilberto Palmares (PT)
8 - Inês Pandeló (PT)
9 - Marcelo Freixo (PSOL)
10 - Nilton Salomão (PMDB)
11 - Olney Botelho (PDT)
12 - Paulo Ramos (PDT)
13 - Rodrigo Neves (PT)
14 - Sabino (PSC)
15 - Wagner Montes (PDT)
Discurso da deputada Cidinha Campos (PDT):
Sr. Presidente, Sra. e Srs. Deputados, o que eu tenho a dizer não é tão grande que eu não pudesse usar um aparte para fazê-lo, mas eu achei que seria tirar o tempo do debate que está se ouvindo aqui, porque tem sido muito bonito, E eu quero cumprimentar o Deputado Paulo Ramos - não é sempre que eu faço isso, não é, deputado? - pelo seu discurso desta tribuna.
Falou-se muito aqui, Sr. Presidente, sobre estado de direito. Acho que do estado de direito já se falou demais. Nós temos que falar do Estado direito. O Estado direito é aquele em que o deputado trabalha, vive com o seu salário, não rouba de ninguém, não tira dinheiro da escola de criança. Esse é o Estado direito!
Não vou fazer nenhuma análise jurídica. Eu vejo com espanto que na hora de defender um deputado, vão procurar na Constituição o amparo para livrá-lo de uma punição. Mas esse deputado, que foi Chefe da Polícia deste Estado do Rio, não respeitou nem o Código Penal, nem o Código Civil. Nada! Na hora de se defender, todos buscam a legalidade ideal: a Constituição Federal, que ninguém respeita.
Esta Casa, é claro, tem competência para tirá-lo do xadrez, mas não tem legitimidade. Sabe por que, Sr. Presidente? Porque 40% desta Casa estão envolvidos com a marginalidade: 40% de uma casa política envolvidos com bolsa-escola, máfia dos combustíveis, assassinato, grupo de extermínio, extorsão, milícia e tráfico. Que legitimidade tem esta Casa para dizer que ele tem que sair da prisão? Estão votando em causa própria! “É ele hoje, sou eu amanhã” – como já disseram aqui uma vez.
Então, qualquer que seja esse resultado, e eu já sei qual será, como sabia que ele ia ser preso – e V. Exa. é testemunha que eu sabia que ele ia ser preso - como sei que outros serão. Serão presos e nós nos vamos enfraquecendo a cada passo. As argolas que querem tirar do pé do Álvaro Lins já estão chegando aos nossos pés, porque nós estamos implantando no Poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro o poder da bandidagem, da falcatrua, da falta de respeito à população e ao direito do Estado, ao Estado direito.
Sr. Presidente, eu trouxe documentos aqui. Tem gravação. Eu tenho a degravação completa da investigação da Poeira no Asfalto. O chefe do gabinete do Dr. Álvaro Lins tratando da falcatrua que ia fazer naquele direito especial do imposto do ICMS que o Garotinho ia botar. Ele não está sendo julgado por isso, mas também será e nós vamos perder o bonde da história, porque ele é o principal envolvido na máfia dos combustíveis. Mas como é que vai votar esta Casa? Dos oito presos, um é funcionário daqui. A mulher do Sr. Álvaro Lins, a ex, é funcionária da Casa, e os outros, os demais, todos foram homenageados pela Casa, todos os bandidos receberam moção desta Casa, alguns receberam três ou quatro. Mas que moral tem um Deputado que dá moção para esses bandidos? E eu não estou nem falando do Álvaro Lins, que recebeu a Medalha Tiradentes e outras coisas, estou falando dos “inhos” todos. Bandidos pés-de-chinelo que receberam moção, medalha de diversos Deputados, a maioria de Deputados também envolvidos em outras denúncias de corrupção.
Eu acho, Sr. Presidente, que é um discurso perdido. Quando a gente se opõe ao sistema, porque isso virou um sistema, chega a ser perda de tempo. Mas o que estou fazendo aqui se eu não fico pelo menos indignada com o que está acontecendo? Então, eu sei que ele vai sair por aquela porta, vai usar os instrumentos que tem, como disse bem o Sr. Deputado Paulo Ramos, como ex-Secretário de Segurança Pública, para desvirtuar a investigação. E não é só ele, são dois ex-Secretários, ele e o Ricardo Hallack, que é outro bandido de primeira classe muito homenageado nesta Casa.
É um discurso vazio. É um discurso que não vai dar em nada.
Pode sair, Sr. Deputado Álvaro Lins! A Casa é sua!
Votaram a favor da libertação de Lins
1 - Alessandro Calazans PMN
2 - Anabal PHS
3 - Aparecida Gama PMDB
4 - Atila Nunes DEM
5- Audir Santana PSC
6 - Beatriz Santos PRB
7 - Chiquinho da Mangueira PMDB
8 - Coronel Jairo PSC
9 - Délio Cesar Leal PMDB
10 - Dica PMDB
11 - Dionisio Lins PP
12 - Domingos Brazão PMDB
13 - Dr. Wilson Cabral PSB
14 - Edino Fonseca PR
15 - Edson Albertassi PMDB
16 - Fábio Silva PMDB
17 - Geraldo Moreira da Silva PMN
18 - Gerson Bergher PSDB
19 - Glauco Lopes PSDB
20 - Graça Matos PMDB
21- Iranildo Campos PTB
22 - João Pedro Figueira DEM
23 - João Peixoto PSDC
24 - Jorge Babu PT
25 - Jorge Picciani PMDB
26 - Luiz Paulo PSDB
27 - Marcelo Simão PHS
28 - Marco Figueiredo PSC
29 - Marcus Vinicius PTB
30 - Mario Marques PSDB
31 - Natalino DEM
32 - Paulo Melo PMDB
33 - Pedro Paulo PSDB
34 - Rafael Aloisio Freitas DEM
35 - Rogerio Cabral PSB
36 - Ronaldo Carlos de Medeiros PSB
37 - Sheila Gama PDT
38 - Sula Do Carmo PMDB
39 - Tucalo PSC
40 - Waldeth Brasiel PR
Faltaram à sessão:
1 - Alair Correa (PMDB)
2 - Altineu Cortes (PT)
3 - Alvaro Lins (PMDB)
4 - André Corrêa (PPS)
5 - André do PV
6 - Armando José (PSB)
7 - Graça Pereira (DEM)
8 - Jodenir Soares (PTdoB)
9 - José Távora (DEM)
10 - José Nader (PTB)
11 - Marcos Abrahão (PSL)
12 - Nelson Gonlçalves (PMDB)
13 - Pedro Augusto (PMDB)
14 - Roberto Dinamite (PMDB)
15 - Zito (PSDB)
Postado por Gustavo de Almeida às 22:36 2 comentários
Marcadores: Política e Polícia
Barata voa
É sabido que a família Barata, do empresário Jacob Barata Filho, adquiriu parte da empresa de aviação WebJet. No entanto, em termos de frotas de ônibus, continuam sendo dos maiores representantes do empresariado nacional.
Sabe-se que o Rio de Janeiro discute a renovação da concessão das linhas de ônibus, e que até o Ministério Público entrou na briga quando se percebeu que a Câmara dos Vereadores anda claudicante. O vereador Jorge Mauro, da base aliada do prefeito Cesar Maia, tem sido um dos mais habilidosos articulares a favor de se prorrogar por mais 10 anos (prorrogáveis por mais 10 anos) as concessões de ônibus.
Nestes dias em que Álvaro Lins é preso e Garotinho é indiciado, cabe estranhar a relação entre o vereador que mais defende concessão de ônibus e uma das famílias mais atuantes no setor. Deixo para o leitor ter este trabalho. Basta clicar abaixo e analisar sobrenomes e doações de campanha. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral:
Postado por Gustavo de Almeida às 12:15 1 comentários
Marcadores: Política
Segunda-feira, 26 de Maio de 2008
Água geladinha
Mais uma do site Contas Abertas: o Tribunal Regional do Trabalho em Minas Gerais , vai comprar 20 frigobares. Custo unitário de R$ 679, total dá quase R$ 15 mil. Em termos de gastos públicos, realmente é uma merreca.
Em uma escola, R$ 15 mil fariam uma baita diferença. Em um hospital, então, nem se fala (se o dinheiro não sumisse, claro). Em um batalhão da PM, compraria-se coletes à prova de balas.
Enfim, R$ 15 mil dá para fazer a feira, como diz o Maguila. Mas vai servir para o funcionário do TRT da 3ª Região pegar uma água mineral geladinha, um refrigerante, oferecer um suco para as visitas. Que beleza. Viva o povo brasileiro.
Segundo o texto - como sempre ótimo - do Contas Abertas, "a compra dos eletrodomésticos deve proporcionar algumas regalias como, por exemplo, a possibilidade de fazer e conservar gelo com mais higiene através da opção “Forma de gelo IceCover”, o “Porta-Latas” com capacidade para 10 latas e o “Compartimento Cold Drink” que gela bebidas rapidamente".
SIAFI2008-DOCUMENTO-CONSULTA-CONNE (NOTA DE EMPENHO)____________________
30/04/08 12:36
DATA EMISSAO : 17Abr08 NUMERO : 2008NE000722
UG EMITENTE : 080008 - TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3A.REGIAO
GESTAO EMITENTE : 00001 - TESOURO NACIONAL
FAVORECIDO : 08632477/0001-00 - COMBOIO EQUIPAMENTOS LTDA - ME
EVENTO ESF PTRES FONTE ND UGR PI V A L O R
401091 1 000571 0100000000 449052 13.599,80
TIPO : ORDINARIO MODALIDADE : PREGAO
AMPARO : INCISO :
PROCESSO : SUP 2559/2007 PRECATORIO :
UF BENEFICIADA : MG MUNICIPIO BENEF. :
ORIGEM MATERIAL : NACIONAL
REFERENCIA DISPENSA: NUM.CV/CR/TP: PRE 48/2007
LANCADO POR : 06214636637 - VILAS BOAS UG : 080008 29Abr08
15:29
SEQUENCIAL : 001 VALOR UNITARIO : 679,99
QUANTIDADE : 20,00000 VALOR TOTAL : 13.599,80
AQUISIçãO DE GELADEIRA, TIPO FRIGOBAR, COM CAPACIDADE DE 120 LITROS,
MARCA ELETROLUX - MODELO: RE, E DEMAIS ESPECIFICAçõES CONTIDAS NO
ANEXO III DO EDITAL LICITATóRIO DE FL.84.
Postado por Gustavo de Almeida às 20:04 0 comentários
Marcadores: Administração Pública, Justiça, Política
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ResponderExcluirCHARLES
Boa tarde ao todos os praças da Polícia Militar!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirTemos todas as condições de conseguirmos uma escala justa e um salário mais digno.
Busquemos a justiça... Com base em que?!?!?!? Na Lei nº 1.900, de 29 NOV 91 e Dec. Nº 25.538, de 25 AGO 1999, que regulamenta a jornada de trabalho a ser executada pelos políciais militares.
Com base nessas legislações, cabe a nós PMs buscar na justiça os direitos inerentes a nós!!!!!!!!!!
Como fazer?!?!? Buscar fazer um requerimento solicitando o pagamento das horas extras trabalhadas, quais sejam excedentes de 40h a 44h semanais.
Com certeza, o requerimento será indeferido e com isso devemos partir para a Justiça, para o fiel cumprimento da legislação citada. O advogado saberá pedir que se não houver o pagamento devido, que determine a Secretaria de Segurança Pública a adoção de medidas que não haja escalas extras para o PM. Assim sendo, haverá uma determinação judicial que adequará as escalas de serviço ao que nós recebemos. Se não houver o pagamento da hora extra, a determinação judicial deverá ser cumprida em não escalar o policial para trabalhar além das horas determinadas pela lei.
Essas leis podem ser adquiridas no site da Alerj.
Até mais amigos e que lembremos que nós temos a força para modificar as injustiças que nos cercam!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Até mais!!!!!!! Fiquem com DEUS!!!!!!!