09/08/2015

No passado

Lembro-me de quando vestia a camisa azul de meu pai, orgulhoso em ser filho de PM, não fazendo segredo algum (muito ao contrário) em dizer que era filho de Capitão da PM. "Seu pai é capitão e advogado" (sic), dizia minha mãe...
Lembro-me do dia em que, atendendo aos meus reiterados apelos, meu pai me buscou, fardado, à saída da escola e lembro-me daquela roda de crianças em torno dele.
Lembro-me de sua espada presa à parede na sala de nossa casa.
Lembro-me do presente que, com a autoridade de meus poucos anos de vida, lhe dei e da promessa de que ele o exibiria em sua mesa de trabalho. Era um brasão de plástico com a expressão "Capitão" que comprei na barraquinha do colégio com o dinheiro da merenda.
Lembro-me do Cabo de Polícia responsável por garantir nossa travessia segura ao término das aulas e das homenagens que sempre recebia de nossa escola aquele "Cabo velho".
Lembro-me de meu pai me mandando buscar seu "bibico", já que estava seguindo para o pátio do Batalhão de São Cristóvão e não queria dar mau exemplo.
Lembro-me dele engraxando o coturno para a passagem de comando do Batalhão. E lembro-me dele desfilando, ao lado de outros Oficiais, em continência ao novo Comandante, em plena Praça da Harmonia.
Lembro-me dos desfiles no dia 21 de abril, quando, orgulhoso, ladeava meu pai na escadaria da ALERJ para ver a PM desfilar. E lembro-me daqueles uniformes azuis, da marcialidade, do movimento d`armas e do brado da EFO.  
Lembro-me de respeito, tradição, garbo, amor...
Lembro-me da Polícia Militar!
E lembro-me de que, como ouvi faz alguns poucos anos, o futuro da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro está no passado.
No passado!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários postados não representam necessariamente as opiniões do dono do blog.
Caso qualquer pessoa julgue um comentário inapropriado, basta solicitar sua exclusão através de comentário ou do email wanderby@gmail.com.