Repercutiu (18/12/06) - Lins!
O Dia
"Bicheiros desembolsavam R$ 2 milhões de mensalão
Adriana Cruz
Márcia Brasil
Rio - Os dois ‘capos’ da máfia dos caça-níqueis no Rio — Rogério Andrade e Fernando Iggnácio — desembolsariam em torno de R$ 2 milhões por mês em propinas. A estimativa é de investigadores que participaram da apuração que resultou na Operação Gladiador, em que a Polícia Federal (PF) desvendou esquema de envolvimento de policiais civis e militares, além de um jornalista da TV Globo, com as duas quadrilhas. O ‘mensalão’ serviria para comprar proteção e informações.
A Gladiador teve como base denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra 43 envolvidos com os chefões presos. Mas o delegado federal Alessandro Moretti, responsável pelo inquérito, informou que foram identificados pelo menos 200 policiais a serviço da máfia dos caça-níqueis.
Uma das provas da PF é um pen drive (arquivo de computador móvel) apreendido com Rogério. Nele, consta a contabilidade do jogo. Para usar as informações do pen drive, há três semanas a PF pediu autorização à 1ª Vara Criminal de Bangu.
O material é peça de inquérito contra Rogério na Justiça estadual, em que ele foi denunciado com outros 30 homens por formação de quadrilha armada.Delegacias loteadasInvestigações da PF revelam que para facilitar a ação do bando de Rogério, policiais civis — conhecidos como ‘primos’ ou ‘inhos’, devido à terminação de seus apelidos — indicavam delegados titulares para comandar delegacias estratégicas. A maior parte dos indicados estava em início de carreira. Os ‘inhos’ são ligados ao ex-chefe de Polícia Civil e deputado estadual eleito Álvaro Lins, classificado pelo delegado Moretti como “chefe do bando de agentes ligados à máfia dos caça-níqueis”.
A estratégia servia para que as unidades ficassem sob ordens dos ‘inhos’. Assim, eles poderiam evitar repressão ao grupo de Rogério. Esses delegados são conhecidos na investigação como ‘jóqueis’ — menção aos esportistas que participam de corridas em que o cavalo é mais importante que o cavaleiro, por ter a força e velocidade.Um outro figurão da Polícia Civil seria alvo da PF. Embora seu nome ainda não tenha sido citado, ele foi à Justiça Federal saber se realmente era um dos investigados. Desesperado, tem pedido para só ser preso pela PF na presença de agentes da Corregedoria da Civil.
Na denúncia do MPF consta o nome do produtor da TV Globo José Messias Xavier. Segundo o documento, o jornalista receberia dinheiro do grupo de Iggnácio para repassar informações que interessassem à quadrilha. Messias nega. Entre os já presos está o coronel Celso Nogueira, que comandava o 14º BPM (Bangu). Ele teria sido filmado almoçando com seguranças de Iggnácio. Sábado, também foi preso o policial civil Paulo Cesar Oliveira, o PC. Ele seria responsável por levar a propina até delegacias do esquema de Iggnácio.De R$ 3 mil a R$ 40 milO trabalho dos federais começou há dois anos. O material inicial foi enviado pela Secretaria de Segurança. À época, investigadores especulavam valores recebidos pelos policiais ligados à máfia dos caça-níqueis. Pela tabela estimada, PMs de baixa patente, como soldados e cabos, responsáveis pela segurança das máquinas, ganhavam até R$ 3 mil por mês (de R$ 80 a 100 por dia). Oficiais poderiam receber até R$ 5 mil por mês. Se fosse coronel, o preço subiria para R$ 20 mil. Na Polícia Civil, valores chegariam a R$ 40 mil, divididos entre inspetores e delegados.
As apurações da PF mostram que Rogério gastava por mês, só na região de Bangu, R$ 260 mil em propinas para policiais. Ao ser preso, em setembro, ele tinha lista com nomes e valores de propinas, apreendida pela PF. "
JB
"Mandato de deputado não livra Lins de acusações
Duilo Victor
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, desembargador Roberto Wider, declarou que o deputado estadual eleito Álvaro Lins (PMDB) não poderá usar o mandato na Assembléia Legislativa para se livrar das acusações da Polícia Federal de integrar uma quadrilha montada para proteger a máfia dos caça-níqueis.
De acordo com o desembargador, a imunidade só existe para preservar o direito de livre manifestação de opiniões durante o exercício do mandato.- A parte criminal de ações anteriores à posse não podem entrar na questão da imunidade parlamentar.
A única diferença é que a partir de 1º de fevereiro, os deputados estaduais têm foro privilegiado e só podem ser julgados pelo Órgão Especial do TJ.
O presidente do TRE, pela primeira vez, manifestou ontem críticas à PF, que na sexta-feira não cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Lins sob a alegação de que o ex-chefe da Polícia Civil estava a poucos minutos de ser diplomado deputado estadual:- Foi um erro elementar da assessoria jurídica da Polícia Federal. É uma questão de bom senso. O candidato eleito não é deputado antes da posse. Até 1º de fevereiro, valem as decisões da Justiça Federal.
O mandado de busca e apreensão na casa de Lins, em Copacabana, ainda pode ser cumprido pelos agentes da Operação Gladiador a qualquer momento, na interpretação do desembargador. Sábado, o delegado que chefia a operação, Alessandro Moretti, havia dito que não cumpriu o mandado porque, depois de consultar procuradores, estava seguro de que Álvaro Lins teria direito a foro privilegiado.
De acordo com a legislação eleitoral, o Ministério Público Eleitoral ainda pode pedir a impugnação da diplomação de Lins até hoje, baseado nos indícios de crimes eleitorais encontrados pela Operação Gladiador. Depois da posse, a impugnação de mandato pode ser pedida em 15 dias.Segundo o TRE, o delegado Álvaro Lins já enfrentou dois problemas com a Justiça Eleitoral depois de eleito, mas já se livrou de ambas. Em uma, técnicos do TRE rejeitaram as contas de campanha, porque o candidato não pagou tributos sobre funcionários de seu comitê eleitoral. A dívida já foi quitada. Em outra, relativo a uma acusação de compra de votos, o MP perdeu o prazo para fazer a denúncia.".
4 comentários:
Parabéns por sua indicação para o 14º BPM, juntamente com o CEL LOPES; poderão juntos com os outros que foram para lá transferidos, ser um marco divisor de águas na história daquela Unidade. Mais uma vez parabéns. tenho acompanhado todos os seus comentários, quando for possível, lhe externarei pessoalmente, congratulações por sua coragem.
Ate parece.
Será mera coincidência? o Dr. Itagiba sabia do envolvimento de Lins e nada foi feito. As maquininhas financiam a campanha do Lins, há compra de votos. Que sujeirada!!! Será que pintou algum pixulé pro Itagiba também????????
E a reunião antes das eleiçoes com a presença do Governador eleito,Do "Dr." Alvaro Lins e do proprio Itagiba com os excedentes do concurso da policia civil onde em uma grande "festa" em um clube da Tijuca foi prometido que os mesmos seriam aproveitados....e ao menos esta promessa ele realmente esta cumprindo,pq sera?Sds
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