20/07/2008

Quem conduz a veraneiro?

"Se eles tem fogo em cima, é melhor sair da frente
Tanto faz, ninguém se importa se você é inocente
Com uma arma na mão eu boto fogo no país

E não vai ter problema eu sei estou do lado da lei".
O trecho da letra de "Veraneio Vascaína", composta por Flávio Lemos e Renato Russo em 1980, gravada pelo "Capital Inicial" (e censurada com a vedação de execução pública) no ano de 1986, parece mais contemporâneo do que nunca.
No momento em que a sociedade e a imprensa fluminenses começam a despertar sobressaltadas do pesadelo em que a segurança pública foi voluntária e deliberadamente imersa, os números alarmantes da letalidade policial e da letalidade contra o policial ganharam contornos menos acadêmicos e mais cotidianos, fruto da cobertura jornalística de recentes (sempre) e recorrentes desgraças que se abatem democraticamente sobre pessoas dos mais variados extratos sociais, de diversas matizes políticas, crenças religiosas, idades, etc; sobre famílias de vítimas da polícia e de policiais vítimas, unas na dor...
No momento em que termos como "impunidade", "bico", "auto de resistência", "statu quo policial", "bala perdida", "salário aviltante", "elucidação de delitos", "corrupção", "carga horária", "política de confronto", "autonomia da perícia criminal" e até "termo circunstanciado" parecem emergir dos textos acadêmicos e das postagens na rede mundial de computadores para o ideário social, os fluminenses começam a dar provas de que embora possam até não compreender ainda suas nuanças, enxergando-os isoladamente, já reconhecem sua importância para a reversão a níveis ao menos razoáveis da grave situação que lhes foi e ainda está sendo imposta.
Mesmo as frases vazias e repetitivas dos gestores do que se denomina (cada vez mais, somente por eles mesmos) "política de segurança pública" parecem não mais ecoar tão bem na imprensa e na sociedade.
No refrão, a letra diz:
"Cuidado, pessoal, lá vem vindo a veraneio
Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho
Com números do lado, dentro dois ou três tarados
Assassinos armados, uniformizados"
Em 2008, no RJ, não só as matizes são outras...
O condutor da grande "veraneio vascaína" também o é!

4 comentários:

Anônimo disse...

Na minha opinião, a culpa pelas barbaridades que a PM do RJ vem cometendo é culpa dos OFICIAIS, que não mantêm o comando da tropa.

Quem vê OFICIAIS DA PM nas RUAS, fazendo policiamento ostensivo, trabalhando em sua atividade-fim, comandando as praças???

Ficam trancados em seus quartéis, querem ganhar o mesmo que os Delegados (que absurdo!!!) e, enquanto isso, a soldadesca trabalha sem comando e sem controle.

Anônimo disse...

COM CERTEZA VOCÊ QUE POSTOU AÍ EM CIMA É POLICIAL CIVIL, PQ ESTÁ FALANDO BESTEIRA. COISA DE QUEM NÃO VIVE O DIA A DIA EM UMA OPM.NÃO VOU FICAR AQUI DIZENDO QUE OFICIAL FAZ E COMO FAZ, ATÉ PQ NOSSA TROPA SABE. VOCÊ QUE NÃO CONSEGUE ELUCIDAR CRIME ALGUM, QUE TRABALHA EM UMA ESCALA DE 24X72 E GANHA MÍSEROS 1.700 REAIS E NÃO TEM PALNO DE CARREIRA ALGUM. SOMOS NÓS QUE FICAMOS TRANCADOS EM QUARTÉIS? E O QUE ME DEIXA TRANQUILO É QUE SEI QUE VC NÃO É POLICIAL MILITAR!!! MEU AMIGO PARA DE FICAR ATRÁS DO TERNO DOS DELEGADOS E VÁ TRABALHAR, ELUCIDAR CRIMES QUE É SUA MISSÃO!!

Anônimo disse...

Algumas situações do dia-a-dia:

Um soldado e um cabo estão em sua viatura e se deparam com um flagrante delito...

Apresentam a ocorrência para a deliberação do oficial ou do delegado?

Resposta: Apresentam para o delegado.

Um oficial e três praças, em patrulhamente, se deparam com um flagrante delito...

O próprio oficial lavra o flagrante ou tem de apresentar a ocorrência para o delegado?

Resposta: Tem de apresentar para o delegado.

Um cidadão que está sendo vítima de roubo liga para o 190...

Quem vai atendê-lo? O oficial ou o praça?

Resposta: O praça.

E se esse praça conseguir prender o criminoso, o que acontece?

Resposta: Tem de apresentá-lo ao delegado.

Um praça da PM atira contra um carro com uma mulher e duas crianças em seu interior e causa a morte de uma dessas crianças...

Quem irá apurar a conduta do praça da PM? O oficial ou o delegado?

Resposta: O delegado, mediante inquérito policial.

Bom, se a atividade-fim da PM (policiamento ostensivo) é realizada pelos praças e se tudo que decorre desse trabalho é decidido pelo delegado, me responda o seguinte, 2º anônimo:

PARA QUE SERVE O OFICIAL DA PM???????

Anônimo disse...

Alumas situações do dia a dia...-Hoje quase invadiram uma delegacia do Rio De Janeiro, pq a Polícia civil não consegue fazer nem a sua segurança, o que dirá elucidar crimes! Adivinha quem mandou basear o GAT do RCECCs em frente a delegacia para preservar a ordem pública. Tenho certeza que não foi um delegado.

- No caso da conduta do suposto policial militar supracitado, que teria atirado contra o veículo. Vai ser um Oficial que irá apurar a conduta do Policial Militar através de inquérito policial militar, enquanto o delegado irá promover provas através do inquérito policial ao Ministério Público que irá oferecer ou não a Denúncia. Enquanto que se o oficial achar que a conduta do Policial Miltar foi indigna com a farda. o Oficial que você acha que não faz nada, irá prendê-lo, julgá-lo e excluir da corporação. Enquanto que mais uma vez o Delegado só irá investigar.. Por que quem o denunciará e prenderá será o ministério público e o Juiz respectivamente. Acho que lhe expliquei alguma coisa DETETIVE, ESTUDE MAIS.