08/04/2007

É alguma piada?

Acabo de assistir na Record à entrevista de delegado da DRFA (não tenho recordação do nome)acerca da deflagração de "grande operação" da Polícia Civil (leia-se, JUDICIÁRIA) para "combater" o roubo de automóveis.

Mas de que forma está sendo desenvolvida a citada operação?

Através do cruzamento de informações com diversas agências com o fito de identificar eventuais rotas utilizadas para a destinação de armamento/dinheiro/pessoal à prática delituosa em questão?
Através de diligências veladas para a identificação dos principais agentes de tal prática delituosas?
Através de monitoramento dos inúmeros (e, ao que parece, conhecidos) locais de "descarga" de carcaças queimadas ou não?
Através do cumprimento de mandados de prisão de marginais envolvidos em tal prática, preferencialmente em situação de baixo risco para populares?
Em suma, através da deflagração de verdadeiro processo investigativo, de sorte a reduzir a sensação de impunidade de quem pratica o roubo de veículos?

NÃO CAROS SRS!

DE ACORDO COM O CITADO DELEGADO, CUJA REMUNERAÇÃO SUPERA, COM FOLGA, R$10.000,00 (atingindo, espantosamente, mais do que 1500% do que percebe um soldado da PM) E A QUEM CABE ELUCIDAR DELITOS, a Delegacia Especializada em tal mister (DRFA) está realizando RONDAS nos locais de maior incidência de roubos de veículos.

Ora, se a polícia investigativa está empenhada em espantar marginais para outras áreas, quem está empenhado em identificá-los e prendê-los?

Não parece piada (de mau gosto)?

Fico realmente perplexo com o fato de tamanho amadorismo e desperdício de dinheiro e de recursos públicos, traduzidos em mera pirotecnia, merecerem, tal qual as práticas criminosas que deveriam ser investigadas e elucidadas, a completa impunidade.

A propósito, será que o autor do homicídio de que foi vítima o policial militar que atuava na segurança da família Cabral (Guaracy de Oliveira da Costa) é "marinheiro de primeira viagem"?

Talvez se a DRFA estivesse cumprindo ao menos de forma razoável seu mister, mais um policial militar estivesse ainda vivo, mas, infelizmente, enquanto seus recursos "investigativos" são destinados à "rondas", os crimes são praticados, ainda que ante a deslocamentos sazonais, IMPUNIMENTE.

Ou será que a idéia da DRFA é justamente disfarçar sua inutilidade prática através da deflagração de ações pirotécnicas que, por mais antagônico que seja, nenhuma relação guardam com sua finalidade real?

E olha que por muito pouco não perdemos outro policial, agora civil, fruto da ação delituosa de marginais que já deveriam ter sido identificados e presos pela Polícia Investigativa.
Mas como fazê-lo se tal polícia está realizando "rondas ostensivas"?

Até quando assitiremos a tamanho amadorismo no RJ?
Quem elucida crimes no RJ?
Por que as taxas de elucidação permanecem "escondidas" pelo Instituto de Segurança Pública?

5 comentários:

Anônimo disse...

E O AUMENTO?? SÓ A PARTIR DE SETEMBRO??? E VAMOS FICAR QUIETINHOS???

SAMANGO

Anônimo disse...

Setembro?!?!?!?!?! vc tem ainda esperaça meu amigo, se para os professores só deu 6% divididos em 6x meses imagine a PMERJ qnt daria

Anônimo disse...

Gravações telefônicas comprometem Álvaro Lins

Publicada em 11/04/2007 às 23h29m

O Globo

RIO - De acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal 'O Globo', gravações de conversas telefônicas feitas pela Polícia Federal revelam que o grupo de inspetores conhecidos como “inhos” - Mário Franklin Leite Mustrange de Carvalho, o Marinho, e Fábio de Menezes Leão, o Fabinho - , ligado ao ex-chefe de Polícia Civil e deputado estadual Álvaro Lins, intermediou negócio entre o governo do estado e um empresário em troca de doação para a campanha do delegado. As investigações revelam que Lins recebia informações privilegiadas de uma procuradora do Ministério Público estadual e de um assessor do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região sobre inquéritos e operações da PF relacionados ao grupo.
Entre as investigações, um relatório referente à análise da lista de doadores de campanha do candidato Álvaro Lins, a Polícia Federal cita a existência de doações realizadas por servidores públicos ligados às forças policiais do Rio. Entre os oito citados, figuram delegados e inspetores.
Os grampos da Polícia Federal complicam a situação na Justiça Eleitoral do ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins, que já responde a uma acusação de captação de sufrágio (compra de votos) feita pelo Tribunal Regional Eleitoral. Num dos diálogos gravados, Marinho — um dos “inhos” que foi chefe de gabinete de Lins e tesoureiro de sua campanha — combina o pagamento de combustível para o representante de um grupo de policiais concursados, que Lins teria prometido convocar caso fosse eleito. Além disso, as gravações revelam que os concursados chegaram a ter um escritório dentro do comitê eleitoral do ex-chefe de Polícia.

Anônimo disse...

Caro Maj.

Até quando vamos ver o senhor criticar as ações da Polícia civil? Certamente a atribuição da policia judiciária não é o policiamento ostensivo, mas qual o motivo deles conseguirem efetuar prisões em operações criticadas pelo senhor e a PM não consegue nada. Se a PC não efetua a sua função tenho certeza que a PM também não consegue efetuar a dela. Será que ao invés de falar tão mal da PC não seria melhor propor novas formas de policiamento ostensivo para a Pm, pois está claro que o método adotado atualmente é totalmente falho. Ando pela madrugada nas ruas e não encontro uma viatura sequer. Será que isso está correto? No final das contas concluo que nem a PC nem tampouco a PM conseguem efetuar um serviço no mínimo razoável. Vamos trocar tudo na segurança do RJ, pois caso continue assim será mais seguro residir no Iraque.

Anônimo disse...

Major, apesar de achar que o Sr é um tanto frustrado por não ser uma Autoridade Policial, tenho que concordar com 100% do que explanou no texto. Parabéns!