O
PM empregado como espantalho não evita a prática do delito, mas apenas e quando muito (jogo do bicho e perturbação do sossego que o digam) a desloca.
Acredito que o
atual governo está demonstrando de forma cabal a procedência do que que acabo de escrever. Os reflexos das propaladas "Unidades de Polícia Pacificadora" (
UPPs) relacionados ao deslocamento da "mancha criminal" são
ótima evidência.
Por outro lado, sua utilização como meros taxistas de ocorrências, deixando os
logradouros públicos para conduzir indistintamente pessoas aos abarrotados balcões das
delegacias de polícia, também não parece ser algo salutar em matéria de segurança pública e de prestação de serviço (vide o que se dá com o "novo 190").
O que faz com que motoristas reduzam a velocidade quando da aproximação de radares é a certeza de que serão multados! Não é isso que vem à mente e faz aliviar a pressão sobre o pedal?
É claro que não há solução mágica para a resolução do grave problema de insegurança
vivenciado no
RJ, mas há sim caminho a ser seguido para sua sensível atenuação.
Operações à parte (com resultados, convenhamos, por vezes bastante questionáveis), é preciso que policiais militares sejam finalmente focados na mediação de conflitos e na redução da sensação de impunidade alusiva aos ilícitos penais de menor potencial ofensivo.
Outrossim, não creio que haja trabalho mais importante para a redução da sensação de impunidade de responsáveis por roubos, furtos, assassinatos, etc. do que o desempenhado pela Polícia Civil; afinal, é ela a instituição que deve elucidar, prender e encaminhar ao poder judiciário - via MP - os responsáveis pela infinidade de crimes gravosos registrados todos os meses nos abarrotados balcões de suas
delegacias. Mas como fazê-lo se o serviço de táxi da Polícia Militar funciona 24 horas ao dia?
Por outro lado, não acredito que a utilização de dinheiro público para aquisição de novos e modernos veículos pintados de preto e branco, ostentando a inscrição "polícia" e equipados com
sinaleiras ajude (de verdade) na investigação e elucidação de delitos.
Aliás, confesso que me parece no mínimo estranho o fato de o mesmo governo adquirir VW
Gol para a
PM e
Renault para a PC.
Foram os
veículos Renault mais baratos ao erário?
Será que a distinção se justifica na necessidade de satisfação de requisitos específicos relacionados ao mister
investigativo? Claro que não!
Ora, se há maneira relativamente simples (já
adotada em outros estados) de reduzir a sensação de impunidade e, ao mesmo tempo, economizar dinheiro público e melhorar a qualidade dos serviços prestados por policiais militares e civis à população, por que não
adotá-la?
As coisas não vão bem e o caminho escolhido conduzirá a... sei lá... Tanto faz!