30/04/2007

Eu sei que parece piada (pronta). Mas não tem graça!

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"Jornal da Polícia"

Edição de setembro de 2003

JB

Edição de 29/04/07

"Polícia deixa 30 mil crimes sem solução
Marcello Gazzaneo

As pilhas de inquéritos no galpão de arquivos do Centro Integrado de Apuração Criminal (Ciac), no Santo Cristo, guardam mais do que a rotina de violência na cidade. Das cerca de 100 mil investigações - algumas paradas desde 1992 - que vão chegar ao local, até junho, aproximadamente 30% têm a marca da impunidade. Estimativa do Ministério Público estadual (MPE) indica que 30 mil crimes - de todos os tipos - ficaram sem solução no Rio porque prescreveram enquanto não eram investigados pela polícia.

Os inquéritos parados são uma herança das 38 delegacias legais existentes na capital. Desde 1999, cada unidade transformada em delegacia legal teve todas as investigações transferidas para uma Delegacia Especial de Acervo Cartorário (Deac), que passou a cuidar dos casos. Sem estrutura e policiais suficientes, como a das novas delegacias, as Deacs se transformaram em verdadeiros cemitérios de inquéritos.

- Nossa expectativa é de salvar cerca de 70% desses 100 mil inquéritos. Temos de dar uma resposta à sociedade - declarou Bruno Gangoni, um dos cinco promotores do MP designados para acompanhar as investigações, que serão conduzidas pelo Ciac.

Idealizador do projeto da Delegacia Legal, o antropólogo e ex-subsecretário de Segurança Pública do Rio no governo de Anthony Garotinho, Luiz Eduardo Soares, diz que a situação é um reflexo da crise pela qual passa a Polícia Civil do Rio. Cita, como exemplo, a taxa de solução de assassinatos no Estado, hoje em apenas 1,5% dos casos, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública.

- Se não há investigação e punição para homicídios, o que dizer de outros crimes? É a impunidade total - analisa Soares. - Essa situação só expressa a falta de capacidade de investigação da polícia.

Soares, no entanto, não concorda que os inquéritos que ficaram sem investigação são uma herança das Delegacias Legais. Para o antropólogo, que foi subsecretário de janeiro de 1999 a março de 2000, as Deacs acabaram abandonadas.

- Essas delegacias viraram um depósito de papel - resume.

Diretor da Transparência Brasil, Cláudio Abramo acredita que 30 mil crimes sem solução têm um impacto na percepção de impunidade. Mas ressalta que é preciso, agora, diagnosticar o que levou a esta situação, para evitar que novos casos se repitam no futuro.

- O que interessa, agora, é saber quais medidas o governo vai tomar ou já está tomando para que esses casos não se repitam - analisa Abramo.

Além da marca da impunidade, os inquéritos sem investigação refletem o descaso dos governos dos últimos oito anos. Enquanto as Delegacias Legais recebiam toda a estrutura necessária para a polícia investigar os crimes, as Deacs sofriam com instalações precárias e falta de policiais. Há suspeita de que muitos inquéritos tenham se deteriorado em função da falta de estrutura em alguns prédios que abrigavam as Deacs da capital.

O promotor Eduardo Martins, que também integra a equipe do Ciac, diz que não há como saber, no momento, se inquéritos foram perdidos ou extraviados. A dimensão do problema só será medida depois que todas as investigações estiverem cadastradas no sistema do Ciac.

- Como todos os inquéritos são remetidos ao Ministério Público, onde são cadastrados, teremos como comparar os dois cadastros e identificar os que não chegaram ao Centro de Apuração - conta Martins. - Mas só depois disso poderemos apurar o que aconteceu com esses inquéritos.

A chefia de Polícia Civil não retornou as ligações até o fechamento desta edição
.".

Eu nunca pensei que os poucos exemplares (não rasgados de imediato) do jornaleco publicitário editado pela então SESP (Secretaria de Estado de Segurança Pública) e grampeados em meu comprovante de rendimentos tivessem alguma utilidade. Estava enganado!

Agora, relendo entrevistas concedidas por autoridades diversas da "gestão" passada (algumas, ocupando os mesmos cargos de outrora na atual Secretaria de Estado de Segurança), percebo que, na verdade, acabaram por produzir evidências contra si próprias, do ponto de vista da falência das "políticas de segurança implementadas" (algumas, ao que parece, ainda em curso).

Nada como a verdade nua e crua dos números para refutar os argumentos mais eloqüentes e tendenciosos.

Mais alguns recortes:

"Jornal da Polícia"

Edição de janeiro de 2005

O aclamado treinamento da Polícia Investigativa
"Curso de Ações Táticas" - ACADEPOL


"Jornal da Polícia"

Edição de fevereiro de 2005

A ferramenta de "inteligência" da Polícia Investigativa


"Jornal da Polícia"

Edição de março de 2005

As aclamadas, custosas e, como visto na matéria do JB, totalmente ineficazes em matéria de investigação "Delegacias Legais" da Polícia Investigativa
Verdadeira "bandeira" do des(governo) Garotinho

"Jornal da Polícia"

Edição de fevereiro de 2005

O treinamento de docentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Investigativa

A propósito, observem o símbolo de tal grupo de "investigadores policiais"



"Jornal da Polícia"

Edição de dezembro de 2004

A frase do chefe direto e "colega de palanque" de Álvaro Lins, do PMDB



Pode parecer engraçado, mas não é, pois vidas foram (e continuam a ser) ceifadas em face da retumbante sensação de impunidade derivada de tamanha incompetência.

Enquanto pessoal que deveria investigar (policiais civis) é trajado de preto, travestido de militar e empregado em ações bélicas, vidas humanas se esvaem nas mãos de criminosos (pertencentes ou não ao poder público), certos de que a probabilidade de serem alcançados é muito inferior a dois dígitos percentuais!

Mais alguns recortes da gestão "passada" (no caso, também atual)

"Jornal da Polícia"

Edição de fevereiro de 2005

"Jornal da Polícia"

Edição de dezembro de 2004




Costumo também "guardar" - eles, eu realmente guardo - exemplares do "Jornal do COR", que em agosto de 2004 destacava em sua primeira página que...



Eventual republicação ainda soaria atual?

27/04/2007

O exemplo de Minas Gerais!

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Folha de São Paulo
Cotidiano
27/04/2007 - 23h07

"Policiais de MG protestam e prometem greve
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Policiais civis e militares de Minas Gerais saíram às ruas nesta sexta-feira para fazer uma assembléia e protestar contra o reajuste salarial oferecido pelo governo Aécio Neves (PSDB). O trânsito na região central de Belo Horizonte foi prejudicado.
Policiais civis disseram que podem entrar em greve a partir da próxima quarta. Já os policiais militares afirmaram que planejam uma 'greve branca'.
'Para evitar uma ação [na Justiça], vamos fazer uma operação cana zero, uma greve branca. Não vamos prender ninguém e não vamos fazer o serviço da Polícia Civil', disse o subtenente Luiz Gonzaga, presidente da associação que reúne os sargentos, cabos e soldados da PM e os bombeiros.
Às 12h, os policiais fizeram em frente ao Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, uma assembléia na qual decidiram paralisar as atividades a partir da próxima quarta-feira, mantendo o efetivo mínimo de 30%, como determina a lei, apenas para cuidar dos presos nas delegacias.Os policiais protestaram queimando caixões nas ruas da região centro-sul. Do palácio, eles foram para o centro.A manifestação começou com pouco mais de mil policiais, a maioria civis, e terminou com cerca de 2.300 nas ruas, segundo eles.
Os policiais recusaram o reajuste salarial apresentado pelo Executivo, de 33,1% em três anos. Os policiais, bombeiros e agentes penitenciários teriam reajuste de 10% em setembro deste ano, de 2008 e de 2009.
Eles reivindicam recomposição imediata de 19,66% e piso salarial elevado de R$ 1.333 para R$ 2.908, com reajuste anual pela inflação a partir de 2008. O efetivo da PM é de 40 mil homens. Na Polícia Civil, são cerca de 7.500. São aproximadamente 5.000 bombeiros.Aécio está nos Estados Unidos desde terça-feira e deve retornar ao Brasil apenas na próxima semana. O vice-governador Antônio Augusto Anastasia (PSDB) negou mudanças no reajuste oferecido ao dizer que 'foi muito clara' a nota do governo com o anúncio no último dia 18."

Imaginem se, diferentemente do que ostenta o levantamento da própria Folha de São Paulo (disponível em http://oalvodachibata.blogspot.com/) acerca da remuneração das Polícias no Brasil (onde ocupa a nona posição), a PM de MG estivesse em penúltimo lugar?

Relembrando, com o auxílio da tabela publicada no site da ASPRA (Associação de Praças da PMERJ/CBMERJ - link ao lado), a partir da qual foi elaborada a que se segue (mais precisa e, portanto, menos "generosa" do que a anteriormente publicada), a situação dos militares fluminenses é a seguinte:





















No mesmo estado em que a remuneração da PM é a segunda pior do Brasil e em que, segundo matéria do JB (postagem anterior), a impunidade - fruto da ausência de investigação eficaz e da descontinuidade dos inquéritos policiais -prospera, a remuneração dos Delegados de Polícia ocupa uma das primeiras posições entre seus colegas de outros estados, logrando absurda discrepância em relação, até mesmo, a Coronéis:












Em pensar que ontem, ao assistir a pronunciamento do Dep. Fed. Alberto Fraga feito em janeiro do corrente, o mesmo, também se valendo de comparações, abordava a discrepância entre os salários propostos para a Polícia Civil e para a Polícia Militar do Distrito Federal, onde o Soldado passaria a perceber muito menos do que o agente de polícia e o Delegado mais até do que Coronel.

Qual o salário do Soldado da PMDF, ao qual o Dep Fraga fez referência?

R$3.000,00!

Graças, mais uma vez, à Polícia Federal, Itagiba! Faz sentido agora?


Correio Braziliense
21/04/07

"Deputados cujos nomes aparecem no inquérito negam contato com organização
Luís Costa Pinto
Da equipe do Correio

Em despacho protocolado no dia 26 de março deste ano e reportando-se a relatório que havia recebido no dia anterior do procurador-geral da República, referente às medidas judiciais expedidas contra a máfia dos caça-níqueis no período de 8 a 22 de março de 2007, o ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal, afirma que a organização criminosa tentava se infiltrar no Congresso Nacional. - 'Foram constatadas tentativas de aproximação com parlamentares (senador e deputado federal)', escreve Peluso. E continua: - 'Situação que será melhor aclarada no próximo período ou na fase ostensiva da investigação'. Os nomes de quatro deputados federais do Rio de Janeiro,

Simão Sessim (PP),

Eduardo Cunha (PMDB),

Marcelo Itagiba (PMDB) e

Marina Maggessi (PPS)

surgem no inquérito, mas não há nenhuma gravação de diálogos desses parlamentares ou de qualquer associação de seus nomes a situações flagrantemente constrangedoras ou comprometedoras. Policial civil, mulher que consolidou uma biografia na luta contra o crime organizado e a favor da causa do desarmamento, Maggessi se diz vítima de armação dos seus inimigos históricos. Ela assegura que sua campanha não recebeu um único centavo de empresas ou pessoas ligadas ao jogo do bicho e está disposta a ser investigada pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e pela Comissão de Ética de seu partido, o PPS.

Marcelo Itagiba, delegado federal de carreira e ex-secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, e Eduardo Cunha, nome mais influente da bancada do PMDB fluminense na Câmara e outrora coordenador dos deputados federais que gravitavam em torno do ex-governador Anthony Garotinho, são citados uma única vez cada um. As referências a ambos ocorreram no curso das investigações e durante o período da campanha eleitoral de 2006. As duas citações, tanto a Itagiba quanto a Cunha, dizem respeito a eventos de campanha aos quais eles compareceriam e onde também estariam expoentes do jogo do bicho no estado como Aniz Abrahão David e o Capitão Guimarães. Campanha 'Em período de campanha você encontra muita gente e tira foto com muita gente que não conhece, que não sabe quem é', diz o deputado Eduardo Cunha. 'Não tenho nada a ver com esse pessoal'.

O deputado Itagiba não quis falar sobre o processo. Seu nome surge na descrição da casa do bicheiro Aniz Abrahão David. Tanto Marcelo Itagiba quanto Eduardo Cunha apoiaram ou foram apoiados em determinados redutos pelos sete deputados estaduais fluminenses que já estão sendo investigados no âmbito da Operação Furacão.

O mais célebre deles é Álvaro Lins, ex-secretário de Segurança do Rio (sic). A situação do deputado Simão Sessim difere um pouco daquela dos demais colegas. Na página 6 do décimo volume do inquérito, policiais que estavam encarregados de acompanhar diuturnamente a máfia dos caça-níqueis dizem que Sessim participou de 'uma reunião da cúpula do jogo ocorrida na residência de Aniz Abrahão David'. Como o Correio divulgou ontem, há inclusive fotografias documentando o momento em que ele entra na casa do bicheiro. Aniz Abrahão David é um dos mais conhecidos comandantes do jogo do bicho no Rio e é presidente de honra da Escola de Samba Beija Flor. 'Sou primo do Aniz Abrahão, primo em primeiro grau, e vivo na casa dele', diz Sessim. 'Vou lá há muitos anos e quando quero. Mas não lembro de ter participado de reunião alguma com cúpula de nada'. Apesar de serem escassas as referências diretas a nomes de deputados e senadores nas milhares de páginas da Operação Furacão, há alguns diálogos que precisam ser decifrados. Em um deles, o policial civil identificado como 'Marcão' liga para alguém e trata ora como 'deputado', ora como 'minha autoridade', e fala sobre 'o pagamento mensal'. Inclusive é assim, 'pagamento mensal', que o diálogo surge indexado no inquérito. Essa conversa se deu às 21h03 do dia 15 de dezembro do ano passado. 'Marcão' pede autorização para subir ao apartamento do deputado, recebendo-a com a seguinte instrução: 'É o 201'. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) pediu à Mesa da Câmara que solicite cópias das investigações ao Ministério Público e deseja que a Casa destaque um grupo para acompanhar o inquérito e seus desdobramentos em relação a nomes de integrantes do Congresso." (grifos nossos).

"Navalha na carne"?

Autolesão?

Enquanto isso, no RJ, o jogo do bicho continua LIVRE, LEVE e SOLTO.


E alguns dos principais assessores de Itagiba permenecem, intactos, nos mesmos cargos que ocupavam.

A quem interessa a manutenção do monopólio da Polícia Civil (aquela, de Lins e Maggessi) para o encaminhamento, da maneira e no tempo que desejar, de tais contravenções penais ao poder judiciário?

Por que não permitir que através da lavratura de termos circunstanciados, a PM o faça? Itagiba, Lins e Maggessi se levantaram contra tal possibilidade!




E agora, quem se levanta?


Além, é claro, de alguns daqueles que já pertenciam à equipe "ITAGIBA" e agora, mantidos nos mesmos cargos, parecem, embora de forma "suavizada", continuar no "front" em defesa... Em defesa do que? Ou de quem?

Citando Ana Paula Miranda, Diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP) da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, em relação à utilização do TC pela PM:

Não sei se o termo circunstanciado seria avanço ou retrocesso..."(íntegra e comentários gerados disponíveis em http://www.comunidadesegura.org/?q=pt/node/32351).

Só para lembrar, o ISP (http://www.isp.rj.gov.br/) é aquela autarquia que permanece, como nos tempos de ITAGIBA e de LINS, não divulgando as taxas de elucidação de delitos da Polícia Civil o que, por certo, revelaria, por exemplo, que mesmo às aclamadas (e custosas) Delegacias Legais não servem para... INVESTIGAR.

Que também não divulga (nunca o fez) os índices estatísticos alusivos à atuação do poder público em relação ao JOGO DO BICHO. Que, de vez em quando, anuncia na mídia o advento de uma nova "cartilha" (como, por exemplo, aquela alusiva à violência contra a mulher), de um "novo" levantamento estatístico" ou de um "novo Fórum", quase que, ao menos em minha modesta opinião de contribuinte fluminense, buscando demonstrar serventia à parcela do erário destinada à sua manutenção.

E por falar em violência contra a mulher, cabe ressaltar que no auge da lavratura de Termos Circunstanciados pelo 7º BPM (São Gonçalo), antes, portanto, da vigência da "Lei Maria da Penha" e exatos dez dias antes da "ordem" de ITAGIBA, então "Chefe" de ANA PAULA, para que parássemos, foi de lá que saiu o seguinte ofício:

Esclarecendo o último quesito, o procedimento anexo ao qual fez referência Ana Paula tinha por foco justamente "denúncia" oriunda do então "Exmo Sr" Chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins,



quanto à lavratura de Termo Circunstanciado pelo 7º BPM, em face da prática de infração penal contra determinada mulher, em relação a qual a PM não apenas lavrou o TC e marcou, no local da ocorrência, a data para realização de audiência no Poder Judiciário,


e também procedeu (como de costume) encaminhamento para atendimento gracioso (jurídico e psicológico) no Centro Especial de Orientação à Mulher Zuzu Angel-CEOM/São Gonçalo. Tudo, em menos de quarenta minutos, sem afastamento da PM da rua, sem constrangimentos às partes e sem o tradicional e desnecessário "disse que" dos cartórios policiais civis.



Há ainda mais a esclarecer acerca das circunstâncias que antecederam o documento supra.


E, mudando (ou não) um pouco de assunto, por que motivo no mesmo estado do RJ, cuja remuneração da PM e PC está dentre as piores do Brasil (segunda pior, conforme levantamento da Folha de São Paulo, disponível em http://oalvodachibata.blogspot.com/), os delegados de polícia da mesma PC estão dentre os melhor remunerados (quinta melhor remuneração do Brasil)?

26/04/2007

Profissionalismo!

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Acabo de observar, ao vivo, no Jornal da Band, o desfecho do episódio criminoso de Campinas/SP, no qual um marginal mantinha, reféns, no interior de uma residência, uma mulher e seus filhos.

Não fiquei impressionado com o resultado alcançado, ou seja, a prisão do marginal e a libertação de todos os reféns, ilesos.


Fiquei impressionado com a organização demonstrada pelo aparato policial militar.

Com o competente isolamento feito pelas autoridades policiais (militares).

Com a ausência de oficiais de alta patente dando entrevistas desarticuladas, recorrentes e, por vezes, contraditórias, quase disputando espaço na mídia.

Com a absoluta ausência de pirotecnia e palhaçada.

Fiquei impressionado com o silêncio.

Com a postura dos policiais militares.

Com a correção de uniformes.

Com a utilização de cobertura (na cabeça).

Fiquei impressionado com o total controle da situação pela PM.

Com a ausência de civis fantasiados.

Com a ausência de civis de toucas e coletes.

Com a ausência de "COREs", de "especializadas", de delegados "especialistas", etc

Fiquei impressionado com a presença de técnicos, atuando de forma serena, calculada e profissional, sem sensacionalismo.

Fiquei impressionado com os detalhes. Afinal, não é lá que encontramos Deus?


E fiquei triste ao ratificar, agora, por comparação, o quão ruins somos (ou querem que sejamos ou pareçamos ser).

Gostaria de reconhecer nas ações da Polícia Militar do RJ ao menos 30 % do profissionalismo que pude acabar de observar.

A propósito (por favor), parem de misturar o BOPE, uma de nossas últimas reservas de profissionalismo, com essa coisa amorfa chamada CORE. Esse negócio esquisito e sem identidade que insiste em permanecer "atuante", sob o manto condescendente de autoridades cuja principal - senão única - preocupação parece ser... durar.
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Mais uma criança na contabilidade oficial! "Parabéns" polícia do Rio!

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O Globo Online - 25/04/07

"Criança de cinco anos é atingida na cabeça por tiros disparados por PMs
Flavia Lima - EXTRA

RIO-Uma criança foi baleada no início da noite desta quarta-feira em uma troca de tiros entre policiais militares e traficantes, no Morro Camarista Méier, no Méier. Segundo as primeiras informações, o menino, de sete anos, foi atingido de raspão na cabeça, quando saía da escola, na Rua Venância Ribeiro.
O menor foi levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier
.".

Eu sei... é apenas mais uma vítima da guerra entre o poder público e a marginalidade... não há como evitar tais "incidentes"... não podemos deixar que os traficantes permaneçam exercendo impunimente suas práticas delituosas.
BLÁ, BLÁ, BLÁ, BLÁ... Eu sei!

Não é seu filho, é?

Talvez, quando o filho de um dos incompetentes que costumam utilizar tais expressões para justificar o não justificável for uma das vítimas inocentes das ações do próprio estado, as práticas nada profissionais disso que chamamos "polícia" possam ao menos tender à mudança.

E, enquanto isso, a Polícia Civil, tal qual o Jogo do Bicho e as máquinas caça-níqueis (práticas relacionadas às acusações envolvendo Marina Maggessi, Álvaro Lins, Marcelo Itagiba, etc - não parece ser por acaso que a PM não utiliza o instrumento, leia-se, termo circunstanciado, que lhe permitiria carrear tais infrações penais diretamente ao poder judiciário), continua LIVRE, LEVE e SOLTA, envolvida em ações pirotécnicas, sem elucidar crimes de maneira eficaz e, como de costume, sob vergonhoso manto de proteção!

E a Polícia Militar, que com a chegada do EB e conforme publicado nos jornais de ontem, ficará mais livre para "patrulhar" as áreas de risco, deve contribuir, ainda que sem sequer se dar conta de tal fato (pobre coitada), para o incremento de números alusivos às vítimas inocentes.

Podem acreditar, o "combate" ao tráfico deve se dar em bases mais técnicas e cirúrgicas, do ponto de vista da investigação que deveria ser feita (E NÃO É) pela Polícia Civil. Afinal, será que traficantes, tal qual nós outros, não vão ao cinema, ao shopping, ao cemitério, à região dos lagos, etc, etc, etc.

Mas a Polícia Civil, diante da aparente ABSOLUTA inércia da Secretaria de Segurança (www.ssp.rj.gov.br) em por fim a tamanho absurdo e diante da "proteção" do ISP (www.isp.gov.br), que mantem conveniente segredo sobre as taxas de elucidação de delitos , prefere "fardar" suas "tropas de elite" e colocá-las em patrulhamento. Prefere aparecer a investigar!

Aonde pretendemos chegar com tamanha sandice, incompetência, falta de coragem para promover mudanças e desleixo com a vida humana?

24/04/2007

Enquanto observamos, graças à Polícia Federal (ainda bem que a temos), a vergonha que paira sobre a administração passada da segurança pública...

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"O DESABAFO DE UM CANDIDATO DE 500 VOTOS NA ÁREA DE SEGURANÇA PÚBLICA

Diante dos fatos abaixo, lembrei-me da música do Jucas Chávez : 'A polícia vai e prende, a justiça vai e solta, isto é Brasil'. A justiça eleitoral me enviou um ofício,EM ANEXO, para eu explicar o porquê:

1 - De só apresentar o primeiro relatório para divulgação na internet em 07/08/2006, fora do prazo de 06/08/2006.
Ora, Justiça eleitoral, eu não tinha computador e Domingo não tinha uma lan house aberta em Duque de Caxias;

2 - Apresentar o extrato bancário abrangendo todo o período eleitoral.
Ora, Justiça eleitoral, eu apresentei só do final porque ninguém depositou nada em minha conta. Morri de medo do Bradesco me cobrar taxas pelo 'uso' da conta;

3 - Apresentar notas fiscais.
Ora, Justiça eleitoral, todas as notas fiscais estão com o Partido Liberal, Hoje Partido da República. Apenas apresentei uma porque minha mulher bancou um mil reais de panfletos.

Enquanto isso, na bat caverna da política fluminense, as máscaras estão caindo, pois hoje vemos os candidatos da segurança pública envolvidos em escândalos com a máfia do bicho, caça-níqueis etc,etc,etc. Só falta cair a máscara de um grande deputado estadual da área de segurança pública, defensor dos poliças.

É esperar pra ver!

A matéria em anexo do jornal O DIA de hoje fala por si só, agora exsurge a pergunta: A justiça irá puni-los, ou eu é que serei punido?

lembre-se: ainda temos três anos e meio pelo frente com esses deputados para nos defender.

ISTO É BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!!

TENENTE MELQUISEDEC
PRESIDENTE DA AMAE www.amae.org.br
CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL EM 2006,TENDO RECEBIDO 502 VOTOS, DE CIDADÃOS CONSCIENTES E HONESTOS.

PS.
RESUMI MEUS 502 VOTOS EM APENAS 500,PORQUE UM FOI MEU E O OUTRO DE MINHA MÃE.".

20/04/07

22/04/2007

O exemplo de Alagoas! Seremos "promovidos"?


JN - 20/04/07

"PM de Alagoas está em greve

Estão aquartelados há mais de 25 horas 5 mil policiais militares de Alagoas.
O protesto é pelo não pagamento do reajuste salarial de quase 89% concedido pela Justiça no mês passado. Nenhum registro de ocorrência está sendo feito no estado
."

G1-20/04/07

"Policiais de AL estão dentro dos quartéis
Cerca de 5 mil policiais e bombeiros decidiram cruzar os braços até sábado. Categoria pede reajuste salarial de 88%.


As ruas de Alagoas estão sem policiamento nesta sexta-feira (20), por causa de um protesto dos oficiais por reajuste salarial. Cerca de 5 mil policiais e bombeiros vão permanecer dentro dos quartéis até a noite de sábado (21).
A categoria pede o pagamento do reajuste salarial de 88% concedido pela Justiça em março deste ano. Com o aumento, o salário inicial de um soldado subiria de R$ 530 para R$ 960.
Caminhada e aquartelamento
Os policiais estão fechados nos quartéis desde as 19h de quinta-feira (19). Após realizarem uma caminhada, eles resolveram pelo aquartelamento provisório de 48 horas. O governo de Alagoas disse que foi surpreendido pelo aquartelamento, pois negociava uma alternativa. De acordo com a assessoria do governo alagoano, o estado não tem recursos para suportar o impacto causado pela implantação do reajuste.

Na terça-feira (24), uma reunião com o secretário de Administração, Adriano Soares, definirá os novos rumos da negociação. Caso não seja apresentada uma proposta, bombeiros e PMs voltarão a se reunir em assembléia e votarão por novo aquartelamento, dessa vez por tempo indeterminado.".


Folha Online - 20/04/07

"Cabos e soldados da PM promovem aquartelamento em Alagoas

Cabos e soldados da Polícia Militar de Alagoas iniciaram na noite de quinta-feira (19) um aquartelamento previsto para durar 48 horas em protesto ao não-pagamento de um reajuste salarial. Segundo o Comando da PM, cerca de 500 participam do ato. O movimento pode prejudicar a segurança no Estado.Por telefone, a reportagem não conseguiu entrar em contato com a a associação dos cabos e soldados.O comandante da PM, coronel Rubens Goulart, afirmou quinta-feira que a orientação para os comandantes das unidades atingidas pelo movimento é de manter as escalas normais e punir disciplinarmente os PMs que faltarem ao trabalho. Goulart participa de uma reunião para determinar medidas de emergência, em caso de falta de PMs.
O aquartelamento foi decidido na tarde de quinta-feira, em assembléia realizada em frente à sede do governo alagoano, no centro da capital Maceió.
No encontro, os PMs determinaram ainda que, se as negociações não avançarem até a próxima terça-feira (24), quando eles têm uma reunião com o secretário estadual de Administração, Adriano Soares, irão retomar o aquartelamento por tempo indeterminado.
Os cabos e soldados reivindicam o pagamento de um reajuste salarial de 88,54% concedido à categoria pelo juiz Klever Rego Loureiro, da Vara de Fazenda Pública Estadual, em fevereiro passado. Em sua sentença, o magistrado reconheceu o direito de isonomia dos cabos e soldados aos oficiais superiores.Por meio de sua assessoria de imprensa, o Comando do Corpo de Bombeiros de Alagoas informou que não tem registro de aquartelamento.".

Gazeta do Povo - 21/04/07

"Comando da PM prende 40 policiais por aquartelamento em Alagoas

Maceió – O comando da Polícia Militar de Arapiraca, em Alagoas, determinou ontem a prisão em flagrante de 40 policiais – entre soldados, cabos e sargentos – pelo aquartelamento na unidade. Desde a noite de quinta-feira, policiais em todo estado promovem o movimento, previsto para durar 48 horas, em protesto ao não-pagamento do reajuste salarial.
A estimativa do Comando da PM era de que cerca de 500 policiais estariam aquartelados em todo estado, que pode prejudicar a segurança em Alagoas.As três associações da categoria – cabos e soldados; subtenentes e sargentos; e dos oficiais – reivindicam o pagamento de um reajuste salarial de 88,54%. Com o reajuste, os soldados, por exemplo, passariam a ganhar cerca de R$ 1.800.
O aumento foi concedido à categoria pelo juiz Klever Rego Loureiro, da Vara de Fazenda Pública Estadual, em fevereiro passado. Em sua sentença, o magistrado reconheceu o direito de isonomia dos cabos e soldados aos oficiais superiores.".

O Estadão - 21/04/07

"Aquartelamento da PM em AL deve acabar neste sábado
Objetivo do movimento é pressionar o governo por reajuste de 88% nos salários
Micheliny Tenório

MACEIÓ - O aquartelamento dos policiais militares de Alagoas, que teve início na noite de quinta-feira, 19, deve chegar ao fim às 19 horas deste sábado. O movimento que teve como objetivo "pressionar" o governo a conceder um reajuste de 88% nos salários dos policiais, está contando com a adesão da maioria do efetivo, segundo a assessoria do sindicato dos Cabos e Soldado.
Na sexta-feira, foi apresentada ao Ouvidor Geral do Estado, Claudionor Araújo, a proposta para o reajuste que seria de 20% na folha de maio, 16,67% na folha de julho, 14,29% em setembro e para completar 10,90% na folha de novembro. Ainda na sexta pela manhã, o sindicato percorreu vários quartéis na capital e constatou que os militares aderiram ao aquartelamento.
No município de Arapiraca, segunda maior cidade do Estado e sede do 3º Batalhão de Polícia do Estado, quarenta policias tiveram voz de prisão e foram obrigados a voltar ao trabalho ainda nas primeiras 24 horas do movimento. Na noite de sexta, a residência do subcomandante do 3º Batalhão, Major Reginaldo Rolim foi metralhada por pessoas ainda não identificadas. O presidente do Sindicato dos Cabos e Soldados, Wagner Simas, vai se dirigir neste sábado ao município para analisar o movimento.
Segundo o Comando de Policiamento da Capital (Copom), desde o início do aquartelamento foram registrados alguns homicídios e o roubo de três carros. O Comando Geral, através de sua assessoria, informou que na próxima segunda-feira, dia 23, o alto comando estará reunido para apurar as causas do movimento. 'Somos regidos por lei militar e após a apuração, se for comprovado que houve ato ilegítimo, os responsáveis serão punidos', disse o Coronel da PM Ivon Berto, assessor de comunicação do Comando
." (grifos nossos).

Folha Online-17/07/2001

"PMs de Alagoas não aceitam reajuste oferecido e entram em greve

Os policiais militares de Alagoas recusaram no final da tarde de hoje a proposta de reajuste salarial do governo do Estado e decidiram, em assembléia, pelo aquartelamento das tropas. Na prática, a categoria está em greve não-declarada.No início da noite, os cerca de 500 policiais que participaram da assembléia saíram em carreata até o quartel-general, sede da corporação. No local, pretendiam fazer um "arrastão" para atrair os PMs que ainda trabalhavam.
A Polícia Civil também recusou a proposta de aumento feita pelo governo do Estado e decidiu pela paralisação. As duas categorias realizam hoje uma assembléia conjunta, às 10h, para definir os rumos do movimento.Os policiais civis e militares de Alagoas reivindicam piso salarial unificado de R$ 1.200. Hoje, o menor salário na PM é de cerca de R$ 380 e na Civil, de R$ 600.O governo de Alagoas propôs reajuste de 20% para os cabos e soldados, de 10% para os sargentos e subtenentes, e de 5% para os oficiais. Os percentuais incidiriam sobre a remuneração média de cada patente.
No caso dos cabos e soldados, o reajuste seria, em média, de R$ 100. Para os sargentos e subtenentes, o valor cairia para aproximadamente R$ 70. Por terem remunerações muito distintas, não foram divulgadas as médias dos aumentos para os oficiais.Na Polícia Civil, o governo anunciou a criação de uma nova política salarial, com a extinção do quinquênio de 5%, a incorporação das gratificações aos vencimentos _o que impediria eventuais tentativas de retirada dos benefícios_, mais um aumento de 10,68%.Além disso, o governo autorizou a implantação de um plano de carreira que prevê a possibilidade de progressão funcional a cada cinco anos, com reajuste salarial automático de 20% para os que cumprissem os níveis de capacitação.
Os reajustes, no entanto, seriam concedidos em quatro parcelas mensais. O governo não definiu quando os aumentos começariam a ser aplicados.Segundo o secretário estadual da Administração, Valter Oliveira, o maior problema está na indefinição sobre o impacto do racionamento de energia nas finanças do Estado.
Essa informação, afirmou, só estará disponível entre agosto e setembro. A idéia do governo é tentar evitar que os reajustes sejam aplicados antes da conclusão dos estudos e projeções.
Na folha de pagamentos, o governo já sabe que o impacto seria de R$ 1,4 milhão, valor considerado 'suportável', no caso de não haver queda de arrecadação em razão da crise _o que Oliveira considera impossível.
O governo de Alagoas gasta cerca de 50% de sua receita mensal, estimada hoje em cerca de R$ 100 milhões, com funcionalismo.".

Exemplo, segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira:

"1. Tudo quanto pode ou deve ser imitado; modelo: os bons exemplos dos antepassados.
2. Fato de que se pode tirar proveito ou ensino; lição: Que isto lhe sirva de exemplo.
3. Frase ou passagem de um autor, que se menciona para estabelecer uma opinião, confirmar uma regra, ou demonstrar uma verdade.
4. Exemplar1 (2): Ela é um exemplo de bondade.
5. Repreensão, castigo.
6. V. provérbio (1).
7. Caso individual que faz parte de um grupo ou categoria e os representa ou ilustra; fato, objeto, etc. que mostra, de modo concreto ou preciso, uma idéia geral, ou que confirma uma regra, etc. ".

Uma curiosidade: de acordo com levantamento feito pela Folha de São Paulo (disponível em http://oalvodachibata.blogspot.com/), a PM do RJ estaria em segundo lugar no ranking das polícias militares com pior remuneração no Brasil.

Seremos "promovidos"?

Um dos melhores textos do gênero que já tive a oportunidade de ler. Fico honrado em publicá-lo.

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Escrito por um camarada de profissão, de posto e de antigas lutas.

"Vida Que Segue...

Luciano Carvalho de Souza

Meados da década de 60, nosso jovem conquistador de família humilde ingressa na valorosa Polícia Militar do Estado da Guanabara. As contingências da época, com incertezas e discursos inflamados, traziam à tona uma era de expectativas a respeito do tempo vindouro, mas uma coisa era certa - a Polícia Militar era o portal do seu orgulho familiar.

Durante a preparação para o ingresso na Polícia Militar, ainda nutria certa dúvida em ser policial militar ou se tornar funcionário de uma estatal, ouvia seu tio maldizer o Presidente da República natural de Diamantina pela ruína das terras de São Sebastião, afirmando, categoricamente, que o pior estava por vir.

Lembrava-se nosso jovem soldado de sua breve passagem pela Central do Brasil com milhares de pessoas, diante das palavras do Presidente da República natural de São Borja sobre as necessidades de reformas constitucionais urgentes para a realização de uma verdadeira reforma agrária, anunciando concomitantemente a encampação das refinarias particulares de petróleo.

Pensava ele: 'Não sou muito inteligente, mas acho que se concretizarem as medidas aqui anunciadas, muita gente com dinheiro vai levar prejuízo'.

Nosso soldado inebriava-se pelo aroma da caserna, sentia a dura disciplina, mas aplaudia com ares ofegantes os tempos do primeiro Governador da Guanabara, que lhe proporcionaram tranqüilidade e dignidade, tendo ou não mendigos assassinados, descontentes ou não, as famílias das recentes comunidades da Cidade de Deus, Vila Kennedy, Vila Aliança e Vila Esperança, ou era preferível, queimar no morro do Pasmado?

Já sob o governo do Chanceler do Pan-americano integrou a tropa que atuou na repressão ao protesto contra o fechamento do restaurante estudantil do Calabouço, sentindo uma profunda e íntima tristeza ao ver um jovem estudante secundarista tombar pelos ferimentos causados diante da ação da briosa. Curiosamente, esteve presente no cerco à igreja da Candelária por ocasião da missa de sétimo dia do mesmo estudante, mas estava de folga quando do cortejo fúnebre que reuniu cerca de 60.000 pessoas no bairro de Botafogo.

Tempos difíceis, sendo que nosso bravo policial militar não sabia ao certo o que reprimia, apenas cumpria as ordens emanadas por seus superiores hierárquicos.

Como foram duros os tempos de formação do Centro de Instrução (CI), mas o período no CFAP 31 de Voluntários a fim de galgar a respeitada graduação de Cabo foram inesquecíveis. Restando uma semana para sua formatura, esperava ansiosamente a hora de trajar sua túnica e gozar o especial momento nos braços familiares. A partir daí, só tinha um objetivo: ser sargento.

Outro momento marcante foi ao final do ano de 1966, ainda soldado, quando desabou um temporal a ocasionar muitos mortos e feridos, além de milhares desabrigados, pelas inundações e desmoronamento de encostas. Como era árdua a vida de policial militar, onde em cada momento difícil havia um servidor da lei disposto a ajudar e se possível salvar vidas, como o parto realizado no início do ano seguinte nas redondezas do morro da Providência, moradia de seu saudoso avô desde a época do regresso após a guerra aos perigosos e famintos seguidores do velho Conselheiro. Recorda-se com carinho das visitas fardado à residência, agora só habitada pela avó e tios, para ser ovacionado pela nobre condição de policial militar.

Foram muitas incertezas e conturbações no antes e no depois ao baile futebolístico do México, mas com o povo alegre e com as promessas de desenvolvimento, tudo ficava mais fácil, principalmente com a chamada 'política da bica d’água', denotando a farta distribuição de cargos feita pelo Chefe do Poder Executivo Estadual sucessor do Chanceler do Pan-americano.

Vislumbrava para seu filho de poucos meses de vida, os seus passos, um homem honrado, sustentando sua família com seu bom salário de policial militar, e principalmente, amando sua profissão de guardião da lei e da ordem. Não escondia o desejo concreto de ver seu filho na Escola de Formação de Oficiais, na medida em que sabia o respeito e status que gozava um oficial policial militar. Se ele já era motivo de orgulho, imagine seu filho ostentando estrelas no ombro.

Numa bela noite, Cabo Conquista (seu nome de guerra) teve um sonho, onde passava a caminhar pelos meados da década de 80. De cara, viu concretizado o boato da Guanabara e do Rio de Janeiro terem se tornado uma só unidade federativa, mais ainda, foi ver duas polícias tão distintas unidas, formando uma só! Inacreditável! Inacreditável também foi constatar que a chefia do poder executivo estadual, em sucessão àquele mesmo da política da 'bica d’água', estava sendo exercida pelo cunhado do Presidente deposto em 1964. Corajoso ao chefiar a 'Cadeia da Legalidade', mas segundo os comentários de momento, não soube conduzir num justo meio termo a transição de uma polícia guardiã do Estado e do Governo para uma polícia guardiã da sociedade. Não foi difícil deduzir que num suposto revanchismo pós-regime militar, travestido de respeito à dignidade humana, nada mais fácil, do que bater e vilipendiar o braço disciplinado dos milicianos estaduais.

Acordou desesperado, e mais desesperado ficou, quando lembrou dos rumores de fusão que pairavam em certos segmentos, falava-se inclusive, do início da construção da ponte unindo a Guanabara à capital fluminense. Comentou o sonho com companheiros que riram de ver a Polícia Militar do Estado da Guanabara fundida com a instituição 'treme-terra' de coração na Caserna Marechal Castrioto, e pior, tendo por comandante máximo aquele que liderava do exílio no Uruguai o 'Grupo dos Onze' e figurava como estimulante da Guerrilha de Caparão. Nosso bravo graduado sorriu e prosseguiu na satisfatória rotina de patrulhar as ruas.

Estranhamente, na próxima noite, mais um sonho, agora, ouvindo a promessa de se acabar com a violência em seis meses em oposição ao educador e ex-Ministro Chefe da Casa Civil do Governo deposto em 1964, atualmente, dizem alguns, assessorando o Presidente Salvador Allende no Chile. Nas eleições também concorreram um famoso cantor e o jornalista da 'operação' Charles Elbrick. Venceu a promessa de se acabar com a violência em seis meses, na pessoa do genro de um ilustre político fluminense (quem não lembra do amaralismo?), com apoio de um tal 'plano cruzado' muito comentado nas rodas simples e nas intelectuais.

Ainda, durante uma conversa que presenciou entre dois policiais do momento, ouviu críticas aos baixos salários, que vinham desde o início da década de 80, e que estava muito difícil conciliar o trabalho na Corporação com o bico de segurança. Reparou bem o fardamento já surrado e a grande intimidade em que um soldado se reportava a um cabo.

Mais adiante, viu uma viatura veraneio, até bonita, nas cores azul e branca, idênticas às da bandeira do novo Estado do Rio de Janeiro, e, surpreendentemente, viu um tenente comandando a guarnição, ouvindo que aquilo tivera início nos últimos anos da década de 70.
Acordou mais uma vez tenso se perguntado: 'Que violência é essa que não existe hoje que precisará ser extinta em seis meses? Pobre Guanabara! Do engenheiro revanchista ao filho de Niterói (nascido em Teresina)'. Evitou comentários, pois não gostaria de sofrer chacotas, sem contar, a presença do respeitado sargento comandante da guarnição, não sendo pertinente tal comentário na presença de um superior hierárquico.


Mais uma noite, novo pesadelo! A promessa de acabar com a violência em seis meses não tinha sido cumprida, pelo contrário, os jornais recheados de sangue relatavam mais e mais violência. Era 'Escadinha' para cá, 'Meio-quilo' para lá, uma loucura, a 'falange' estava virando 'comando' e ainda tinha uma tal de 'jacaré'! As condições de trabalho e os salários do policial militar em declínio assustador.

Para sua surpresa, o gaúcho de Carazinho, adversário de tudo e todos, principalmente do conhecido como 'general civil', tinha voltado. O 'azulão' voltou da inatividade em substuição ao 'treme-terra'. Condições piores, já no início da década de 90, com piores salários! Cercaram palácio anos antes, se reuniram em clube, e nada! Policiais assassinados, entre um papo e outro, de uma tal de 'mineira'.

Desde a chacina na Candelária até o massacre em Vigário Geral, já agonizava a herança da PMEG e da PMRJ, com o presidente de honra da Internacional Socialista, apoiado por aquele que vivia bem à frente do seu tempo, falando de 'choque disciplinar' e prontidão, com policiais militares retirando o fardamento e queimando-o e outros deitados embaixo de viaturas em dia de chuva, por falta de alojamento decente.

A essa altura, os 'herdeiros' do gaúcho de Carazinho e engenheiro já tinham se rebelado contra o 'mestre', galgando vida política autônoma. Já tinham sido prefeitos, já tinham seus afilhados políticos e um, segundo as boas e más línguas, entre um gole e outro, brigava pelo governo do Estado com o famoso prefeito do norte fluminense e radialista, também, para alguns, discípulo e até criação do tão falado presidente de honra da Internacional Socialista. Venceu o 'filho mais velho' já desgarrado, que após os primeiros meses com o general da conferência ambiental, diminuindo os poderes e o acesso do Comandante Geral ao Chefe do Poder Executivo, trouxe outro general, que segundo as boas e más línguas conheceu de perto um guerrilheiro oriundo das fileiras militares.

Despertado num tremendo suadouro, pensou em buscar ajuda médica para tantos pesadelos, não o fez, muito embora fosse tranqüilo ter atendimento médico na Corporação. Mas, três noites seguidas de pesadelo eram demais. Entre um pesadelo e outro, não podia deixar de comentar o êxito na aquisição da casa própria, ou seja, um patrimônio para sua família, fruto da economia permitida com seu trabalho na briosa PMEG.

Após a comemoração pela aquisição do imóvel mergulhou no tormento dos seus pesadelos, de maneira que sob a égide do suposto algoz de guerrilheiro, como morria policial, bandido e inocente, principalmente depois de uma tal gratificação 'faroeste', assim chamada pelos jornais.

Inacreditável, quando de uma conversa no tranqüilo cemitério sem alvenaria, próximo à invernada dos Afonsos, muito freqüentado por policiais militares, ouviu que o cabo percebia uma remuneração maior que a do sargento que por sua vez ganhava mais que o tenente!

Passando das exposições de veículos novos no pátio da Escola de Formação de Oficiais na década de 70 para as moradas de favor e construção de 'esticadinhos', e pior, morrendo! Morrendo como os tenentes da década de 70 não morriam. Diante das mortes, parcos salários e muita pressão, houve um levante tenentista sufocado pela covardia dos mais antigos, pela condescendência da mídia e pela típica politicagem.

No pesadelo também teve uma conversa sobre promoção por tempo de serviço, mas que mérito há em galgar uma graduação pelo simples decurso de tempo? Ao despertar pensou: 'Loucura, para ser sargento eu tenho é que estudar e dormir poucas noites!'.

Novas eleições, o 'filho mais novo' ainda não desgarrado contra outro 'filho mais velho' também desgarrado como o das eleições anteriores. Só que dessa vez, o melhor prefeito do Rio virou governador, como cantado durante a campanha por um puxador de samba de outro reduto 'treme-terra'. Vale dizer, que seguindo os passos dos seus 'irmãos' também desgarrou.

Mais uma vez os 'azulões' se mantinham no Comando da Corporação, segundo o transcurso do pesadelo, mas nem de longe tinham a influência do último 'treme-terra' a comandar (quando comandante geral fazia parte do primeiro escalão). Pior, o azulão do momento, segundo as boas e más línguas, tinha um 'treme-terra' no encalço. Interessante é que houve a substituição do general de início de governo (já estava virando rotina) não por outro general, mas por um coronel azulão criado em reduto 'treme-terra'. Agora sim! Mesmo com a manutenção dos baixos salários, um coronel miliciano à frente da segurança pública, seria muito bom, como foi! Para a Polícia Civil, seus recursos especiais e suas delegacias legais! Sem contar, que aquele 'treme-terra' no encalço acabou substituindo o 'azulão' que viajava durante um infeliz e trágico gerenciamento de crise.

Depois de mais um despertar sobressaltado, lembrou-se do pesadelo e do tratamento dispensado no futuro, após o trágico gerenciamento de crise, aos atuais cadetes, sobretudo ao cadete que das fileiras rasas da Corporação (fora soldado), despontava para ser o primeiro colocado de sua turma. Uma grande e considerada diferença é que nos dias atuais ele ainda possuía cabelo, ao contrário do constante no sonho.

Junto com as mudanças, muito trabalho na tentativa de se retirar as armas das mãos dos criminosos, dada as características 'topotáticas'. Entre um desejo e outro de que policiais corruptos fossem fuzilados, que diferença do curso de cabos constante no pesadelo, com intermináveis ocupações, para os cursos realizados até meados da década de 80.

Grande notícia foi a Polícia Militar possuindo seu quartel com helicópteros e lanchas, principalmente depois da falácia de isonomia e do sobrevôo da aeronave que nunca foi da Corporação. Talvez tenha sido um 'pinta e despinta' , coisas do genro daquele famoso político fluminense, sem acreditar, evidentemente, no boato de contra-cheque sem fundos.

Mais uma noite, novo pesadelo e novas tormentas. Mesmo com reajuste parcelado, os salários continuavam ruins e as condições não avançavam. É verdade que se comparado aos antecessores houve uma pequena melhora, melhora esta, segundo alguns, acompanhada do loteamento político da instituição, assim como se houve falar nas estatais.

Sem muito a acrescentar, a esposa se elegeu, batendo a vice-governadora do marido, uma ótima notícia em se tratando de mulheres no poder. Os salários continuavam péssimos, para outros os privilégios aos apadrinhados aumentavam, assim como, o loteamento político continuava, razão pela qual, pessoas inocentes continuavam a morrer e muita “gente” continuava a perder a audição.

Ainda, segundo as narrativas do pesadelo, aquele mesmo cadete promissor, sem cabelo no futuro, sofre mais uma injustiça diante da possibilidade de ser o número dois da Corporação. Dizem as boas e más línguas que a injustiça se deu por força de um simples comentário feito por alguém que teve que esperar alguns minutos na ante-sala de uma diretoria.

Com o teor do pesadelo nosso graduado começou a delirar. Agora nada mais faz sentido! Que importava o passado disciplinar, a ética e o pundonor, ou simplesmente, não saber expressar corretamente o vernáculo?

Estranho, que no avançar dos anos nos pesadelos, duas polícias continuavam a existir: uma 'treme-terra' e outra 'Guanabara'. Os salários continuavam péssimos, os policiais continuavam sendo assassinados, falava-se ainda em corrupção desenfreada e pessoas inocentes mortas pela crueldade da criminalidade e pela intempestividade do aparelho policial.

Despertando e analisando mais friamente os pesadelos, nosso bravo miliciano achava inacreditável que nas loucuras de sua mente sem limites, que um oficial superior tenha por remuneração no futuro o que um cabo tem na sua época, ao contrário de outras categorias do serviço público.

Em mais uma noite, os sonhos ou pesadelos prosseguem, com o derrotado, quando filiado a outro partido político, nas eleições municipais dos meados da década de 90 pelo ex-afilhado de um dos 'mais velhos', se elegendo governador, com invejável currículo parlamentar e defensor da terceira idade, prometendo e alegando que boas condições de trabalho e salários dignos são investimentos e não despesas em se tratando de polícia.

Finda a era 'treme-terra' e 'azulão', pelo menos aparentemente ou até onde as pressões da politicagem permitam, há o quadro de salários péssimos, boatos de corrupção desenfreada, policiais assassinados e pessoas inocentes morrendo. Quando chegou no momento de presenciar uma criança sendo arrastada por quilômetros, despertou, tamanha a barbárie, questionando, quem seriam aqueles militares que estavam por vir, muito mais bem remunerados, que não são do exército e não são da PMERJ. Será uma nova polícia, diante da falência do fruto 'azulão' e 'treme-terra'.

Por fim, lembrou-se nitidamente, também durante o pesadelo, de uma manchete num jornal paulista que dizia: 'PM do Rio tem 2º menor salário do país'.

Acordado e atormentado, pelo início da obra de construção da ponte que unirá a Guanabara a Niterói, procurou seu comandante de pelotão, um jovem tenente, e lhe relatou todo o avançar dos pesadelos. Com olhar firme e fardamento impecável obteve uma longa gargalhada complementada pelos dizeres:

'Vida que segue! Preste bem atenção cabo! No futuro nossos oficiais serão dotados do mínimo de rebeldia necessária para evitar os acontecimentos catastróficos narrados por ti a minha pessoa. Que Deus te dê um bom serviço, pois já tens um bom soldo, uma boa moradia e uma ótima família!'".

16/04/2007

"Quem comandava a sacanagem tá solto, Doutor (sic) Álvaro, Doutor (sic) Zé Renato".


Repercutiu no Dia

21/4/2007
01:21:00

Marina acusa Álvaro Lins

Deputada federal e inspetora licenciada diz, em gravação da Polícia Federal, que ex-chefe de Polícia, atualmente na Assembléia, comandava quadrilha que beneficiava máfia dos caça-níqueis

Rio - Em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF), a deputada federal e inspetora licenciada Marina Maggessi acusa o deputado estadual e ex-chefe de Polícia Civil no Rio Álvaro Lins e o ex-subchefe José Renato Torres de serem comandantes de uma quadrilha. A conversa entre Marina Maggessi e o inspetor Hélio Machado da Conceição, o Helinho, aliado de Álvaro Lins, foi gravada em 16 de dezembro, um dia após a expedição do mandado de prisão contra o policial por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis.
Helinho e outros dois policiais civis ligados a Álvaro Lins foram denunciados pelo Ministério Público Federal por formação de quadrilha, acusados de integrar o grupo do capo do jogo Rogério Andrade, que está preso. Agentes federais tentaram cumprir o mandado de prisão de Helinho durante a Operação Gladiador.

ACUSAÇÕES

'Que (quem) comandava a sacanagem tá solto, Doutor Álvaro, Doutor Zé Renato', reclama Maggessi, que ainda diz ter pedido à mulher do ministro da Cultura, Gilberto Gil, Flora Gil, para falar com o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, sobre prisão de Helinho.

A O DIA, ontem, Maggessi afirmou que só pediu à amiga Flora Gil um telefone de contato do ministro da Justiça, mas não chegou a falar com ele. 'Mas fui à ministra do Supremo Tribunal (Federal), Carmem Lúcia (Antunes Rocha). Essa conversa não foi com o Helinho, mas com um primo dele, no dia em que ele seria transferido para o presídio de Bangu 1. Falei que era absurdo um policial ir para lá', contou a deputada, sem revelar o nome do tal primo.

Procurado pela reportagem, o deputado Álvaro Lins não foi localizado. Seus telefones de contato estavam desligados, assim como os do delegado José Renato Torres. Helinho se entregou seis dias depois da Operação Gladiador, em dezembro. Na ocasião, a PF prendeu 19 acusados de envolvimento no esquema de caça-níqueis.

HOSPEDAGEM

No mesmo processo, o Ministério Público Federal pediu busca e apreensão no apartamento do ex-chefe de Polícia, em Copacabana. O mandado acabou não sendo cumprido porque Álvaro Lins já tinha imunidade parlamentar, pois já havia sido diplomado deputado estadual pela Justiça Eleitoral.

Em outro trecho da mesma gravação, onde Helinho diz à deputada que não tem onde ficar porque sua prisão foi decretada, Maggessi oferece sua casa, para hospedá-lo. Ela ainda disse que não teria problema se policiais o procurassem lá porque era diplomada e tinha imunidade, portanto, na sua casa, só entrariam 'om ordem do Supremo Tribunal Federal' A inspetora licenciada marcou de ir buscar o policial porque estava de 'vatura'. Um dia depois de ter dito que Helinho havia dormido em seu apartamento no Leblon, ontem, Maggessi negou a hospedagem ao policial. 'Falei: 'Dorme aqui, amanhã vou com você se entregar na DAS (Divisão Anti-Seqüestro)'. Ele não quis ficar. Ele nunca foi para minha casa', garantiu. Sobre as acusações a Álvaro Lins e José Renato Torres, a inspetora licenciada não quis comentar.

A Corregedoria da Polícia Civil e a Corregedoria Geral Unificada (CGU) já abriram sindicância para apurar se Maggessi deu abrigo a um foragido da Justiça e se teria dito que um delegado merecia levar tiros.

POLÍCIA QUER ANALISAR HD APREENDIDO

A Polícia Civil vai pedir o HD (memória permanente do computador) do computador de Júlio César Guimarães, apreendido na fortaleza do jogo do bicho onde morava, para submeter o equipamento a auditagem. A análise permitirá identificar, por meio das senhas, quem acessou o sistema privado da Polícia Civil, a Rede Medusa. As investigações têm 90 dias para serem concluídas. Esse prazo pode ser prorrogado por três meses. Cem policiais estariam ligados à máfia dos caça-níqueis.

Todo policial civil tem acesso à Medusa, mas não ao conteúdo completo dela, o que é permitido só à cúpula da Polícia. Para obter a senha da rede, é preciso que o delegado da unidade em que o servidor é lotado peça à Divisão de Informática e Telecomunicações, que gerencia o programa. 'Se há policiais envolvidos é transgressão gravíssima, que pode ser punida com demissão', explica a corregedora da Polícia Civil, Ivanete de Araújo.

Na Rede Medusa há informações sobre mais de 10 mil policiais civis, inclusive os já aposentados. Segundo investigações da Polícia Federal, Júlio a consultava para acompanhar as lotações dos policiais envolvidos com a organização criminosa. Nela, é possível obter não só dados profissionais, mas também informações pessoais, como endereço. Há pelo menos 15 anos os dados da Polícia Civil estão informatizados, mas a Rede Medusa foi implantada em 2002.".

Só para lembrar, tanto Lins, quanto Maggessi - além, é claro, de Itagiba - se opuseram (fornecendo, inclusive, declarações a respeito) ao trabalho desenvolvido pela PM em 2005 (lavratura de termos circunstanciados), o qual permitia, por exemplo, que os PONTOS DE BICHO fossem "estourados" e os infratores conduzidos à Justiça, SEM PASSAR PELA POLÍCIA CIVIL.

Agora, as coisas parecem fazer mais sentido!

A propósito, a praga do JOGO DO BICHO vai continuar LIVRE, LEVE e SOLTA?
As indas e vindas do DINHEIRO da CONTRAVENÇÃO continuam?
Por que o JOGO DO BICHO parece ter (AINDA) SALVO-CONDUTO no RJ?


Bem vindo Eimar, digno representante da "turma capacete"!

Minhas boas vindas ao colega de turma que, tal qual alguns outros nobres companheiros, com o anseio legítimo de fazer o contraponto em relação aos absurdos recorrentes de nosso cotidiano, inaugurou mais um blog, cujo nome, sugestivo e original, fala por si só.
A Polícia Militar como ela deve ser !

http://apoliciamilitarcomoeladeveser.blogspot.com/

Mais uma!

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Primeiro, foi a resolução dando competência aos delegados de polícia para a tomada de decisões em matéria de polícia administrativa de preservação da ordem pública, no que concerne ao mister específico da realização de eventos em área pública, competência claramente alusiva às autoridade policiais da PM (Res SESEG n.º 013/07).

Agora, com o advento de mais um "nome legal" - "orla total" - a mesma SESEG define Força-tarefa (Portaria SSGS n.º 002/07) que, "buscando a redução de ilícitos na orla marítima do Rio de Janeiro (capital)", tem, dentre outros, o seguinte (E ESTAPAFÚRDIO) objetivo:

"empregar nos locais de maior concentração de pessoas, uma viatura da Polícia Civil e uma viatura da Polícia Militar" (SIC).

Será que sabem que a Polícia Civil tem por destinação a ELUCIDAÇÃO DE DELITOS?

Que, como já dizia um juiz no velho oeste norte americano, o que reduz a prática de delitos é a certeza de aplicação da pena?

Que, sem ELUCIDAÇÃO, não pode haver redução da SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE?

Que, tal qual as forças armadas, os funcionários da Polícia Civil não têm preparo para o exercício da Polícia Ostensiva?

Que nas próprias delegacias de polícia já há concentração de pessoas, ávidas pelo encaminhamento de meros feitos de menor potencial ofensivo à Justiça? De outras, ávidas pela investigação e punição de seus algozes e dos algozes dos seus, inclusive filhos, viúvas, etc de agentes da lei cujos homicídios não foram elucidados?

Que o desvio de funcionários para a função pode aumentar, ainda mais, o tempo consumido por policiais militares para o registro de ocorrências e a formalização de prisões, RETIRANDO-OS DAS MESMAS RUAS em que se pretende "intensificar" o policiamento com a Polícia Investigativa (dá até para fazer piada, de carioca - se é que já não está pronta)?

Será que conhecem as taxas de elucidação da mesma polícia da qual reconhecem e, pior ainda, parecem valorizar, as práticas eminentemente ostensivas?

Será que PRESTARAM ATENÇÃO nos impactos da dinâmica implementada pela Polícia Investigativa com o advento das CENTRAIS DE FLAGRANTES na violência, na criminalidade, no erário e na própria polícia do RJ? Em quantos Km uma viatura vai percorrer em média para "fazer um flagrante"? Em quanto tempo ficará longe das Ruas? Em quantas viaturas a menos teremos para atender à população?

Se não mudarmos a maneira de governar, de nada adiantará termos "mudado" o governo!

E, enquanto isso, assisto, perplexo, à entrevista da deputada Marina, acusada de receber dinheiro do bicho, na qual diz, com todas as letras, que seu pessoal na Civil vai investigar!
Investigar o que? Se ela recebeu? Se os policiais civis que teriam intermediado o aporte financeiro realmente o fizeram?
N Ã O!
Seu pessoal da Civil iria investigar de onde partiram as informações contrárias aos interesses da própria deputada. Quem (e por que) divulgou o relatório da PF.
Pena que o "pessoal da Civil" não tenha a mesma competência para, por exemplo, ELUCIDAR HOMICÍDIOS!

E pena que a Segurança Pública pareça inerte em relação às práticas policiais perpetradas (antes e agora) e às velhas fórmulas utilizadas para "combater" velhos e novos problemas!

E O JOGO DO BICHO, VAI CONTINUAR LIVRE, LEVE E SOLTO?

Repercutiu no Globo - Marina Maggessi

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17/04/07

"Relatório da PF diz que campanha de Maggessi teve doação do bicho

O Globo

De acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal 'O Globo', relatório reservado do serviço de inteligência da Polícia Federal informa que o grupo do bicheiro Ailton Guimarães, o Capitão Guimarães, fez pagamento para a campanha eleitoral da deputada federal Marina Maggessi (PPS-RJ). Trechos do documento, a que o jornal 'O Globo' teve acesso, mostra que os pagamentos foram intermediados por dois policiais civis..."

E os outros membros candidatos da cúpula passada, também teriam sido beneficiados?
Quem mais teria recebido DINHEIRO DO BICHO?
Quem mais receberia ainda DINHEIRO DO BICHO?

Afinal, o JOGO DO BICHO continua a prosperar, LIVRE, LEVE e SOLTO!

Qual é o motivo?
Quem (e por que) tem medo do bicho?
Quem (e por que) protege o JOGO DO BICHO no RJ?


15/04/2007

Perguntas sem respostas. Alguém se habilita?

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Texto de autoria ignorada e importante conteúdo, postado em comentário no blog 200 anos ("EDITORIAL V - A METAFÍSICA DO PROJETO 200 ANOS." ):

"Anonymous disse...

Uma crítica natural diante dos Oficiais PM que assumem cargos na Secretaria de Segurança relaciona-se ao comando 'paralelo' exercido, intencionalmente ou não.
Muitos já demonstraram a pretensão de comandar a PM através de tais cargos (perpetuação do poder), de maneira que adentram em certos detalhes operacionais que nos tempos remotos eram deliberados no âmbito da Corporação.
Outros, na ânsia de exporem seus ideais ou por em prática a 'polícia dos seus sonhos' acabam focados na política de resultado e esquecem os aspectos estruturais que enchem a PMERJ de mazelas.
Porém, se há intenção ou não, presumo que esquecem do detalhe de que a polícia ostensiva atua sobre a oportunidade do homem em cometer o crime, ou seja, se pela presença policial militar ele deixa de cometer um crime, ele buscará outro local para fazê-lo, onde haja a oportunidade.
A Polícia Ostensiva deve existir para defender o cidadão de bem e não para caçar criminosos numa guerra particular, com inúmeras vítimas inocentes.
Já o que efetivamente permite um sentimento constante e estimulante para o não-cometimento de crime está relacionado à sensação de punidade. Se o homem crer que o delito pretendido está diante de uma razoável possibilidade de ser elucidado e conseqüentemente punido, pode daí gerar um freio para muitos criminosos em potencial.

Do exposto, considerando que a Secretaria de Segurança não é secretaria da PMERJ, gostaria de saber a quantas andam os trabalhos da SSPIO e afins no que diz respeito a fazer a Polícia Civil elucidar delitos, principalmente os que não estão no foco da mídia (os que estão no foco da mídia muitas vezes existem em razão dos anteriores cometidos pelo mesmo autor terem sido ignorados pela polícia judiciária).

Quantos processos judiciais relativos ao Art. 157 CP, por exemplo, foram provenientes de inquérito policial no ano de 2006?

Quantas pessoas que tiveram seus veículos roubados receberam o comunicado de que do registro feito na DP houve a elucidação do delito?

Das vítimas de “bala perdida” quantos autores foram descobertos e presos por força das investigações da polícia judiciária?

Será que é difícil colocar a Polícia Civil para investigar, dotando de mais recursos humanos e materiais necessários, esclarecendo que não adianta dotar de recursos a DRFA, por exemplo, para a realização de ronda policial. Por que PM na Polícia Civil?

Será que é para as diligências investigativas?

Há coisa semelhante em outra unidade da federação?

Outra sugestão aos especialistas: Não seria bom equiparar o combate ao narcotráfico nos morros cariocas ao combate aos efeitos do narcotráfico na vida dos cariocas, seja no morro ou no asfalto?" (grifos nossos).

Outrossim, apesar de reproduzir o comentário cujas questões levantadas me parecem muito procedentes e com as quais faço coro, gostaria de frisar que minha experiência pessoal com o oficial superior objeto tácito do post do projeto 200 anos revelou (e ainda revela) se tratar de personalidade digna não apenas de respeito, mas também de admiração, em face de conduta reta e coerente.

Os números não mentem! Contra fatos não há argumentos! As pesquisas, ainda.

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Voltando ao Rio Grande do Sul, continuemos a verificar os resultados de pesquisa realizada pela Brigada Militar acerca da aferição de seu trabalho com a lavratura de termos circunstanciados.

Vítimas atendidas pela PM

Qual o seu sentimento com o atendimento que lhe foi prestado pela Brigada Militar ?

Qual o seu sentimento com a feitura do registro policial, do fato, sem a necessidade de deslocar-se até uma delegacia de polícia ou outro órgão?


Em relação à tempestividade, entre o fato e a resolução do conflito pelo JECrim, você está?

Os números não mentem! Contra fatos não há argumentos! Voltemos à pesquisa.

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Voltando ao Rio Grande do Sul, continuemos a verificar os resultados de pesquisa realizada pela Brigada Militar acerca da aferição de seu trabalho com a lavratura de termos circunstanciados.

Ministério Público

Questão1 - Quanto ao número de procedimentos remetidos ao JECrim:

Questão 2 - A sociedade gaúcha está sendo beneficiada com a possibilidade de lavratura de termos circunstanciados pela Brigada Militar?

Questão 3 - Quanto ao grau de satisfação dos Termos Circunstanciados lavrados pela Brigada Militar, está em relação à forma:

Questão 4 - Quanto ao grau de satisfação dos Termos Circunstanciados lavrados pela Brigada Militar, está em relação ao conteúdo:

Questão 5 - Quanto ao grau de satisfação dos Termos Circunstanciados lavrados pela Brigada Militar, está em relação à tempestividade:

É só o que deve ser feito, mas, enfim, é uma ótima notícia!

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"EXTRA, EXTRA

PMs do ar-condicionado

Sérgio Cabral decretou a lei que deve ser cumprida.
Por decreto avisou que está valendo o Estatuto dos Policiais Militares e que por isso saem da fila de promoção os PMs que não estiverem na corporação, na Secretaria de Segurança ou no Gabinete Militar.
Os “emprestados” só poderão ser promovidos por antigüidade - e não por “merecimento”, um potente golpe no apadrinhamento.
Se a lei estivesse valendo, o coronel Alexandre Costa não teria sido promovido, pois estava desde o governo Benedita – e está até hoje – no Tribunal de Contas. Filho do ex-comandante geral Manoel Elísio, Marley Elísio não teria virado tenente coronel, pois esta no Tribunal de Justiça (TJ) desde que era capitão. Nem Francisco Costa Matias de Carvalho teria chegado ao último posto da PM, já que está no TJ há uma década. Aliás, com o decreto quem não estiver na linha de tiro não chega mais ao ultimo posto da corporação: só o merecimento leva um tenente-coronel a coronel full.".

Transcrito do Jornal EXTRA – Domingo 15 de Abril de 2007 - pag. 4, coluna EXTRA, EXTRA.
Assina-Berenice Seara

Medida concreta, objetiva e com resultados visíveis!

Os números não mentem! Contra fatos não há argumentos!

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Voltando ao Rio Grande do Sul, vejamos os resultados de pesquisa realizada pela Brigada Militar acerca da aferição de seu trabalho com a lavratura de termos circunstanciados:

A opinião dos Juízes

Questão 1 - Quanto ao número de procedimentos remetidos ao JECrim:

Questão 2 - A sociedade gaúcha está sendo beneficiada com a possibilidade de lavratura de termos circunstanciados pela Brigada Militar?

Questão 3 - Quanto ao grau de satisfação dos Termos Circunstanciados lavrados pela Brigada Militar, está em relação à forma:

Questão 4 - Quanto ao grau de satisfação dos Termos Circunstanciados lavrados pela Brigada Militar, está em relação ao conteúdo:

Questão 5 - Quanto ao grau de satisfação dos Termos Circunstanciados lavrados pela Brigada Militar, está em relação à tempestividade

Lavratura de termos circunstanciados pela PM no RS. Contra fatos não há argumentos!


Em 2007, a segurança pública do RJ parece, sabe-se lá por que motivo, ainda fiel à viciada lógica do combate desenfreado, sob o desgastado (por falseado) manto da aplicação da inteligência e da integração:


Fiéis (por ignorância, incapacidade, incompetência, medo, burrice ou sei lá) à tal ciclo pernicioso, continuamos a planejar megaoperações com tropas da PM e "tropas" da Polícia Investigativa.

Continamos a "fardar" cada vez mais os agentes de investigação (tanto na PC, quanto na própria PM).

Continuamos a tergiversar desavergonhadamente em relação ao jogo do bicho, à "máfia das vans", ao envolvimento de agentes públicos com atividades de segurança privada, etc.

Continuamos escravos de velhas fórmulas, cuja eficácia já foi testada e, por muito mais de uma vez, reprovada (premiação por apreensões, "jogo de cintura" em relação ao cumprimento de leis e normas, auxílio de nossas verdadeiras forças auxiliares - ao menos em matéria de segurança pública, leia-se, armadas -, rondas da polícia investigativa, falta de transparência à guisa de "proteger" o governo, pirotecina, falseamento de fatos, desculpas esfarrapadas, intensificações de policiamento, etc).

Continuamos a mascarar dados estatísticos e mesmo a escondê-los, como no caso das taxas de elucidação de delitos.

Continuamos a ter, acredito, uma das piores polícias investigativas da face da terra!

Continuamos a aceitar que a polícia ostensiva seja utilizada como "garota de recados" de outra polícia, desperdiçando valioso potencial para a redução da impunidade e para a melhoria do atendimento à população, e, em decorrência, jogando dinheiro público no lixo.

Continuamos a bloquear a autonomia da POLÍCIA TÉCNICA.

Continuamos reféns de interesses, no mínimo, duvidosos, como a preservação de status quo de delegados de polícia, através da reserva de mercado, da aplicação de anacrônicas fórmulas de tratamento e da mantença de patamares remuneratórios absurdamente distintos.

Continuamos a ser o estado das piadas prontas!

E, em 2007, práticas delituosas (de maior e menor potencial ofensivo) continuam a assolar a sociedade fluminense.

Nossa fábrica de balas perdidas continua a funcionar a pleno vapor, em todos os turnos.

Por outro lado, em 2002, a Brigada Militar (Polícia Militar do RS, onde a Polícia Técnica é independente da Polícia Judiciária desde 1989) passou a lavrar termos circunstanciados em todas as cidades do estado.

Em 2003, de acordo com dados da própria Brigada, enquanto o número de termos circunstanciados lavrados por seu efetivo sofreu acréscimo de 255 % em relação ao ano anterior, foi registrada queda de 12,84% no número de homicídios em relação ao mesmo ano.

Significa dizer que mais de duas centenas de pessoas deixaram de SER MORTAS.

Como visto, o fato exposto não se deu na Colômbia, mas no próprio Brasil, um pouco mais ao Sul.

Não passou da hora de aprendermos com bons exemplos deixados aqui por perto mesmo?

VIDAS HUMANAS ESTÃO EM JOGO.
BASTA DE INCOMPETÊNCIA!

Em breve, postaremos resultados de pesquisas realizadas pela Brigada Militar acerca do grau de satisfação com a lavratura de termos circunstanciados por ela realizada.