Poeminha de ocasião
Da caminhada veio a inspiração.
Mas já adianto que é ficção.
Exercício de veia poética que sei, tenho não.
Causo de João, Manoel, Joaquim, Serafim e Sebastião.
João, gerente da firma de mineração.
Escrúpulos, não é segredo, não tem não.
Manoel, contador de causos e homem de ação.
Sabe bem quem é João e já contou pra multidão.
Joaquim, ficou fora da firma um tempão.
Voltou em busca de promoção.
De João recebeu comissão.
Cumpriu com capricho a missão.
Atacou Manoel com lança e facão.
Mas Serafim não gostou disso não.
Logo ele que é patrão do patrão.
Mandou João em Joaquim dar lição.
Mas Joaquim não só cumpriu a missão?
Pra João faz diferença não.
Só importa defender o quinhão.
A ordem que deu assumiu não.
Demitiu Joaquim de supetão.
Mas produziu barulho na multidão.
Tanto que logo em seguida à exclusão.
Recontratou Joaquim e prometeu promoção.
E a felicidade voltou à firma de mineração.
Ao menos até Manoel trazer um novo causo de João.
E Serafim, será que não sabe não?
Como diz o ditado, um dia a casa cai meu irmão.
Mas afinal, quem é Sebastião?
Presidente do sindicato, só não sei se de mineiro ou patrão.
Falar de Tião leva a nada não.
Ninguém dá importância quando simula alguma ação.
Nem mineiro, nem Manoel, nem patrão, nem João.
E menos ainda a multidão.