30/10/2006

PROJETO 200 ANOS - POLÍTICA, CRIME E POLÍCIA. A resposta do MP:

"Rio de Janeiro, 30/10/2006.
Ref. Protocolo nº. 21733.
Assunto: Outras Áreas/Assuntos (Denúncia Inconsistente)
Sr(a). Wanderby Braga de Medeiros,
Caso deseje faça sua denúncia de forma objetiva e circunstanciada, que nós iremos analisá-la e, se for o caso, encaminhá-la ao Promotor de Justiça com atribuição para atuar.
Atenciosamente,
Ouvidoria-Geral do MP/RJ. ".

29/10/2006

Bravo, bravo, bravo!!!

PROJETO 200 ANOS - POLÍTICA, CRIME E POLÍCIA
Caso ainda não tenham dado uma olhada no blog (http://projeto200anos.blogspot.com/), sugiro que o façam.
O blog se propõe a descortinar, de forma ousada e com linguagem clara, direta e precisa, os bastidores da influência política na PM fluminense.
Parabéns ao(s) autor(es).
Seria uma honra me ombrear ao projeto.
Faço votos que o MP estadual tenha interesse pelas informações constantes do blog, motivo pelo qual acabo de fazer remessa das mesmas à ouvidoria, onde receberam o protocolo n.º 21733.

Por que uns com tanto e outros com tão pouco?

O que justifica que militares possuidores do mesmo grau hierárquico e soldo tenham tamanha diferença no que respeita à carga horária de trabalho?
Por que motivo os oficiais do Quadro de Saúde da PM fluminense trabalham tão pouco em relação aos seus iguais, de quadros distintos?
Como podem as autoridades responsáveis admitir que um tenente médico trabalhe pouco mais de uma ou duas dezenas de horas semanais (dezesseis, vinte ou vinte e quatro), contrariando Decreto estadual e Resolução da Secretaria de Segurança Pública que fixam carga horária mínima de trinta e três horas? E como podem as mesmas autoridades permitirem que um também tenente, "de tropa", trabalhe mais de quarenta e quatro horas (máximo permitido)?
A propósito, o incremento da hierarquia e da disciplina, bases institucionais da PM, não seria medida de bom tom em relação aos nosocômios da Corporação?
Talvez fosse conveniente direcionar supervisões (correcionais e ostensivas) para tais organizações com o fito de verificar, por exemplo, o cumprimento de horários, a utilização de uniformes, a freqüência ao serviço, as relações hierárquicas e, claro, o atendimento ao público; afinal, o que justifica que tais supervisões não se dêem em relação às mesmas? Será que está tudo correndo bem? Será que as continências devidas estão sendo prestadas? Será que médicos de patentes diferenciadas observam tais diferenciações no tratamento mútuo? Será que superiores hierárquicos têm recebido dos mesmos o tratamento preconizado no R-2? Ou será que "você" é tratamento corrente, independentemente da posição hierárquica?
Será que a bandeira nacional tem sido hasteada nas organizações policiais militares de saúde? No Hospital Central da PM, por exemplo?
Não estaria na hora de, a bem da hierarquia e da disciplina, as direções dos nosocômios passarem a ser desempenhadas por oficiais do QOPM?
Por que oficiais de saúde não são nomeados para Conselhos de Justiça?
Por que oficiais de saúde não são incumbidos de procedimentos apuratórios ordinários?
Por que oficiais de saúde não frequentam escalas de serviço de oficial de dia?
Por que oficiais de saúde não utilizam cobertura regulamentar?
Haveria alguma relação com o fato de as posições dos referidos oficiais serem capitais à reforma ou não de militares de alta patente, com os correspondentes reflexos financeiros, como, por exemplo, isenção do pagamento de imposto de renda?

21/10/2006

Assédio Moral e Abuso de Autoridade.

Será que o emprego de oficiais em funções incondizentes com os cargos que ocupam pode constituir algum tipo de irregularidade administrativa ou mesmo crime?
Por exemplo, determinar a um Major, ocupante do cargo de P/1, que permaneça durante 12 horas no interior de um Quartel, em um feriado, para exercer funções próprias de Oficial de Dia é algo correto (não vamos aqui discutir a capacidade intelectual originária da ordem)?
Da leitura da Lei Estadual n.º 3921/2002, parece que o fato configura assédio moral, senão vejamos:
"Art 2º
Parágrafo único - O assédio moral no trabalho, no âmbito da administração pública estadual e das entidades colaboradoras, caracteriza-se, também, nas relações funcionais escalões hierárquicos, pelas seguintes circunstâncias:
I - determinar o cumprimento de atribuições estranhas ou atividades incompatíveis com o cargo do servidor ou em condições e prazos inexeqüíveis;
II - designar para funções triviais, o exercente de funções técnicas, especializadas ou aquelas para as quais, de qualquer forma, sejam exigidos treinamento e conhecimento específicos;"
Mas e daí?
E daí que a Lei Federal n.º 4898/1995 também parece ser bastante elucidativa em relação à matéria; vejamos:
"Artigo 3º - Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
...
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional."
Mas de que garantias legais estamos falando?
Talvez a Lei Estadual n.º 443/1981 (Estatuto dos Policiais Militares), em suas menções a cargo e função, bem como no tópico alusivo às prerrogativas, possa ajudar a elucidar a matéria.
De novo, e daí?
E daí que a prática de tal ato pode (E DEVE) suscitar representação diretamente ao Ministério Público (em duas vias, com cópia da ordem e rol de testemunhas de seu cumprimento), bem como à autoridade imediatamente superior aquela que emitiu a determinação, além, naturalmente, de ação cível de reparação de danos morais.

O passeio dos delegados de polícia.

Não bastassem os altos salários, muito superiores aos pagos no âmbito da polícia militar e mesmo da polícia civil, agora os delegados de polícia também participam da tradicional viagem de estudos da PM. Para que? Com que fim? Qual a justificativa técnica para tal desembolso de dinheiro público?
Será que a viagem contribuirá de alguma forma para que passem a bem cumprir sua missão e, em contrapartida, ELUCIDAR DELITOS? Ou se prestará ao aprendizado de técnicas alusivas à Polícia Comunitária, próprias da PM?
Se for apenas para passear, parece ser mais justo que os delegados fluminenses o façam às custas dos altos salários que percebem.
E por falar em justiça, talvez fosse melhor mesmo que ao invés de passarem quase um ano realizando um curso próprio da PM, continuassem nas Delegacias de Polícia, lutando desesperadamente para cumprir de forma ao menos razoável suas atribuições, melhorando as pífias taxas de ELUCIDAÇÃO DE DELITOS.
A propósito, por que motivo nunca mais foram divulgadas? E para o que têm servido aos contribuintes os delegados de polícia fluminenses?

11/10/2006

Finalmente, a PF!

Conforme anunciam os jornais de hoje, a PF chegou a alguns dos candidatos eleitos a deputado estadual no RJ.
Segundo consta das matérias, Álvaro Lins poderá ver cassado seu registro ou impedida sua diplomação, em face da utilização de mecanismos escusos para lograr a expressiva votação alcançada (troca de favores - promessas de nomeação - "compra" de votos).
E olha que o jargão de sua campanha era: "o que é certo agente faz, o que é errado, não faz". Será que a expressão empregada pelo ex PM estava acometida de algum erro de concordância? Ou o erro é de caráter?
A Justiça Eleitoral responderá às questões e, espero, corrigirá o "erro" de seu eleitorado e, quem sabe, poderá elidir a concretização da "profecia" segundo a qual o dito ex PM e ex Chefe da quase falida polícia judiciária fluminense (investigação zero) será o secretário de segurança pública de Sérgio Cabral (se eleito, claro).

02/10/2006

O que justifica a leniência?

Por que há tamanha leniência da polícia com relação ao jogo do bicho e ao transporte alternativo ilegal de passageirtos?
No Grande Méier, por exemplo, há pontos de jogo do bicho próximos a postos de controle de trânsito, ou seja, um PM fardado aplicando autos de infração de trânsito praticamente ao lado de um apontador de jogo do bicho. Uma contravenção penal não é mais gravosa do que uma infração de trânsito?
E o que dizer das Kombis, que trafegam livremente, ostentando irreguladades flagrantes (placas ilegíveis, falta de equipamentos obrigatórios, pára-brisa encoberto, iluminação deficiente, pneus gastos, etc) e utilizando, nos mais variados horários, seus odiosos dispositivos sonoros, perturbando acintosamente a tranqüilidade dos moradores?
Por que tamanha leniência?

PM do Rio envolvida em mais um assassinato de criança.

Agora, foi uma criança de três anos de idade, vítima de mais uma "incursão", "operação" ou qualquer outro nome - não faz diferença, o importante é que a fórmula foi, mais uma vez, repetida e com resultados análogos e, no mínimo, previsíveis.
O interessante é que as "desculpas" continuam as mesmas, aduzindo-se que a PM foi recebida a tiros e, em meio ao "confronto", a criança foi atingida.
Meu Deus, será que os responsáveis pela "operação" não sabiam que, em face das eleições e de questões outras alusivas ao terreno, era previsível grande afluxo de pessoas às ruas? Que em razão de tais fatos, qualquer "troca de tiros" poderia ter resultados desastrosos?
Será que o alegado confronto não poderia ter sido evitado?
Até quando vamos continuar assistindo a PM "matar", agora, ao que parece, regularmente, crianças inocentes (perdoem o pleonasmo)?
Os responsáveis pelo evento serão instados a arcar com a devida responsabilidade por seus atos?
Há vida inteligente na PM do Rio?
E em meio aos eleitores de Marcelo Itagiba e Álvaro Lins (deputados eleitos com expressiva votação), respectivamente, ex secretário de segurança e ex chefe de polícia civil do Rio?

01/10/2006

Parece mentira!

Mas, infelizmente, não é.
Conforme evidenciam os números do TSE, figuras carimbadas do cenário da segurança pública fluminense serão nossos representantes na Câmara e na Assembléia Legislativa.
É lamentável, mas o quadro que se avizinha apresenta Marcelo Itagiba, Josias Quintal, Álvaro Lins e, pasmem, Marina Magessi, como prováveis eleitos.
Todavia, fico feliz em perceber que candidatos como Cel João Carlos, Zaqueu Teixeira e Paulo Souto não devem chegar lá.
Ao menos, os Bolsonaros (pai e filho) estarão lá e, por certo, continuarão a defender causas sérias e probas, como homens íntegros que são.

24/09/2006

Itagiba, o melhor secretário da história!

Gostaria de saber quais foram os parâmetros objetivos adotados pela UNIVERCIDADE para aferir a gestão de MARCELO ITAGIBA à frente da pasta de segurança pública como a melhor da história.
A indicação consta de manifestação da instituição de ensino, publicada no Jornal o Dia da presente data, onde são pedidos votos para Itagiba (bem como para Sérgio Cabral e João Pedro). É verdade que o tema aborda comparação complicada, já que as administrações da pasta têm sido débeis, amadoras e produzido (ou reproduzido) conseqüências nefastas.
Acredito que apesar da grande campanha feita em prol de Itagiba, abrangendo, inclusive, sucessivas visitas a Quartéis da PM Fluminense para ministrar "palestras" (onde nem sempre é possível se perguntar o que se pretende), participação em eventos festivos na área de segurança pública, além de amplo esforço publicitário que, a propósito, deve estar custando bastante dinheiro, os fatos falarão alto o suficiente para calar glorificações artificiosas.
É sempre bom lembrar que foi o Delegado Itagiba que contribuiu para que a PM permanecesse encerrada em seu anacronismo mórbido, ao interromper a lavratura de termos circunstanciados levada a efeito pelo 7º Batalhão, em São Gonçalo.
É bom lembrar também que os reflexos de suas "políticas públicas" (reconheço que identificá-las é tarefa difícil) persistem até hoje, com força total, afinal, em menos de dez dias, TRÊS CRIANÇAS MORRERAM vítimas (direta ou indiretamente) de ações de "combate ao crime" da PM fluminense.
Será que a UNIVERCIDADE procurou verificar os dados estatísticos alusivos à "gestão" do Delegado Itagiba? Checou as mortes de inocentes ocorridas, fruto do decantado "combate ao crime"? Verificou as pífias (e quase secretas) taxas de elucidação de delitos produzidas pelas Delegacias Legais?
E o que dizer, por exemplo, do jogo do bicho, que afrontava e continua a afrontar nossa inteligência, contribuindo para a disseminação da sensação de impunidade e cuja leniência estatal é, no mínimo, flagrante.
É bom lembrar também que o mesmo termo circunstanciado cuja lavratura pela PM foi impedida por ato do Delegado Itagiba, é instrumento eficaz de atuação estatal em face de tal prática delituosa (além, é claro, de muitas outras).
Por favor, apesar de a UNIVERCIDADE apontar Itagiba como homem "acima de qualquer suspeita", faça campanha CONTRA ELE e, se encontrar alguém disposto a votar nele (e em outros já elencados aqui neste pequeno blog), preste relevante serviço público e forneça esclarecimentos quanto à realidade, como dizem, nua e crua.

17/09/2006

De quem é a culpa?

Acabo de ler no JB que duas pessoas foram mortas em incursão feita pela PM no Borel. O que também chama um pouco de atenção na matéria é que, diferentemente do que se deu em ocasiões anteriores (ou, ao menos, do que foi argumentado), os mortos eram pessoas inocentes. Trata-se de um policial mililtar de 33 anos e de uma criança de 9 anos de idade, atingida por um disparo na face.
Como de costume, a versão predominante, ao menos do ponto de vista do estado, é de que o tiro que atingiu a criança partiu de traficante de drogas.
Mas, afinal de contas, e daí? Saber de quem é a culpa é, realmente, o mais importante? E, se for, de quem é a culpa?
A culpa eu não sei, mas a responsabilidade está por demais clara (embora, inominada) !
Sendo verídicas as informações constantes da matéria, é oportuno que se verifique quem determinou (ou autorizou) a realização de tal incursão, levada a efeito às 1200 h de um sábado, em localidade densamente habitada, baseada em mera denúncia anônima (dando conta de que o "chefe do tráfico" do Morro do Alemão estaria no Borel) e incumbida a militares sem farda, os quais teriam ingressado no local a bordo de um táxi?
Por que tamanha preocupação com o "chefe do Alemão"? E o Borel, não tem chefe?
Quais normas administrativas justificam a utilização do modus operandi elencado?
Houve alguma preocupação prévia com a eventual perda de vidas inocentes?
Os militares que executaram a "missão" tinham preparo para tal?
Buscando-se culpados, é importante que se saiba, realmente, de onde partiram os tiros que levaram a óbito o militar e a criança; todavia, sob o enfoque da responsabilidade, interessa evidenciar de quem partiu o verdadeiro primeiro tiro, representado pela ordem ou consentimento para que a incursão se desse.
O triste é que o fato noticiado não se apresenta como algo isolado, mas como resultado regular de práxis cotidiana em nosso estado, alimentada não apenas pela incompetência e, quiçá, má fé, mas, preponderantemente, pela IMPUNIDADE, representada não somente pelas taxas quase nulas de elucidação de delitos da polícia civil, mas, em casos similares (ouso dizer), principalmente pela ausência de imposição de penalidades às autoridades públicas responsáveis pela autorização (ou determinação) para a realização de tais "operações policiais", criando verdadeiro ciclo perverso, onde nada impede que amanhã ou mesmo alguns instantes após escrever tais palavras, fato similar ocorra (se é que já não ocorreu), gerando a perda de mais vidas inocentes de EXECUTORES e vítimas de intentos que, no mínimo e na melhor das perspectivas, parecem derivar do mais lídimo idiotismo.