"Quem comandava a sacanagem tá solto, Doutor (sic) Álvaro, Doutor (sic) Zé Renato".
Repercutiu no Dia
21/4/2007
01:21:00
Marina acusa Álvaro Lins
Deputada federal e inspetora licenciada diz, em gravação da Polícia Federal, que ex-chefe de Polícia, atualmente na Assembléia, comandava quadrilha que beneficiava máfia dos caça-níqueis
Rio - Em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF), a deputada federal e inspetora licenciada Marina Maggessi acusa o deputado estadual e ex-chefe de Polícia Civil no Rio Álvaro Lins e o ex-subchefe José Renato Torres de serem comandantes de uma quadrilha. A conversa entre Marina Maggessi e o inspetor Hélio Machado da Conceição, o Helinho, aliado de Álvaro Lins, foi gravada em 16 de dezembro, um dia após a expedição do mandado de prisão contra o policial por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis.
Helinho e outros dois policiais civis ligados a Álvaro Lins foram denunciados pelo Ministério Público Federal por formação de quadrilha, acusados de integrar o grupo do capo do jogo Rogério Andrade, que está preso. Agentes federais tentaram cumprir o mandado de prisão de Helinho durante a Operação Gladiador.
ACUSAÇÕES
'Que (quem) comandava a sacanagem tá solto, Doutor Álvaro, Doutor Zé Renato', reclama Maggessi, que ainda diz ter pedido à mulher do ministro da Cultura, Gilberto Gil, Flora Gil, para falar com o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, sobre prisão de Helinho.
A O DIA, ontem, Maggessi afirmou que só pediu à amiga Flora Gil um telefone de contato do ministro da Justiça, mas não chegou a falar com ele. 'Mas fui à ministra do Supremo Tribunal (Federal), Carmem Lúcia (Antunes Rocha). Essa conversa não foi com o Helinho, mas com um primo dele, no dia em que ele seria transferido para o presídio de Bangu 1. Falei que era absurdo um policial ir para lá', contou a deputada, sem revelar o nome do tal primo.
Procurado pela reportagem, o deputado Álvaro Lins não foi localizado. Seus telefones de contato estavam desligados, assim como os do delegado José Renato Torres. Helinho se entregou seis dias depois da Operação Gladiador, em dezembro. Na ocasião, a PF prendeu 19 acusados de envolvimento no esquema de caça-níqueis.
HOSPEDAGEM
No mesmo processo, o Ministério Público Federal pediu busca e apreensão no apartamento do ex-chefe de Polícia, em Copacabana. O mandado acabou não sendo cumprido porque Álvaro Lins já tinha imunidade parlamentar, pois já havia sido diplomado deputado estadual pela Justiça Eleitoral.
Em outro trecho da mesma gravação, onde Helinho diz à deputada que não tem onde ficar porque sua prisão foi decretada, Maggessi oferece sua casa, para hospedá-lo. Ela ainda disse que não teria problema se policiais o procurassem lá porque era diplomada e tinha imunidade, portanto, na sua casa, só entrariam 'om ordem do Supremo Tribunal Federal' A inspetora licenciada marcou de ir buscar o policial porque estava de 'vatura'. Um dia depois de ter dito que Helinho havia dormido em seu apartamento no Leblon, ontem, Maggessi negou a hospedagem ao policial. 'Falei: 'Dorme aqui, amanhã vou com você se entregar na DAS (Divisão Anti-Seqüestro)'. Ele não quis ficar. Ele nunca foi para minha casa', garantiu. Sobre as acusações a Álvaro Lins e José Renato Torres, a inspetora licenciada não quis comentar.
A Corregedoria da Polícia Civil e a Corregedoria Geral Unificada (CGU) já abriram sindicância para apurar se Maggessi deu abrigo a um foragido da Justiça e se teria dito que um delegado merecia levar tiros.
POLÍCIA QUER ANALISAR HD APREENDIDO
A Polícia Civil vai pedir o HD (memória permanente do computador) do computador de Júlio César Guimarães, apreendido na fortaleza do jogo do bicho onde morava, para submeter o equipamento a auditagem. A análise permitirá identificar, por meio das senhas, quem acessou o sistema privado da Polícia Civil, a Rede Medusa. As investigações têm 90 dias para serem concluídas. Esse prazo pode ser prorrogado por três meses. Cem policiais estariam ligados à máfia dos caça-níqueis.
Todo policial civil tem acesso à Medusa, mas não ao conteúdo completo dela, o que é permitido só à cúpula da Polícia. Para obter a senha da rede, é preciso que o delegado da unidade em que o servidor é lotado peça à Divisão de Informática e Telecomunicações, que gerencia o programa. 'Se há policiais envolvidos é transgressão gravíssima, que pode ser punida com demissão', explica a corregedora da Polícia Civil, Ivanete de Araújo.
Na Rede Medusa há informações sobre mais de 10 mil policiais civis, inclusive os já aposentados. Segundo investigações da Polícia Federal, Júlio a consultava para acompanhar as lotações dos policiais envolvidos com a organização criminosa. Nela, é possível obter não só dados profissionais, mas também informações pessoais, como endereço. Há pelo menos 15 anos os dados da Polícia Civil estão informatizados, mas a Rede Medusa foi implantada em 2002.".
Só para lembrar, tanto Lins, quanto Maggessi - além, é claro, de Itagiba - se opuseram (fornecendo, inclusive, declarações a respeito) ao trabalho desenvolvido pela PM em 2005 (lavratura de termos circunstanciados), o qual permitia, por exemplo, que os PONTOS DE BICHO fossem "estourados" e os infratores conduzidos à Justiça, SEM PASSAR PELA POLÍCIA CIVIL.
Agora, as coisas parecem fazer mais sentido!
A propósito, a praga do JOGO DO BICHO vai continuar LIVRE, LEVE e SOLTA?
As indas e vindas do DINHEIRO da CONTRAVENÇÃO continuam?
Por que o JOGO DO BICHO parece ter (AINDA) SALVO-CONDUTO no RJ?
Um comentário:
Voces sabiam que o surdo cel pm wilton quando foi cmt geral foi contra a equiparação de salários com a Policia Civil que foi proposta pelo Garotinho e o Cel Josias dizendo que um salário alto iria desestimular a tropa, temos que desmascarar este cidadão.
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