13/05/2012

A quem interessa?

PM do Rio estuda fazer ingresso único para Praças e Oficiais

Postado  em 11 maio 2012 às 16:30

Acesso ao oficialato seria apenas por prova interna, após período no posto mais baixo da hierarquia. Hoje há duas escolas de formação distintas.


Recrutas da PM no Centro de Formação de Soldados. Pelo modelo estudado, futuros oficiais terão de ser praças antes.

A  Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro estuda inovar no sistema de ingresso de soldados e oficiais na corporação e implantar o acesso único para oficiais e praças.

Assim, todos os policiais precisarão primeiro ser soldados para poderem concorrer a uma vaga no Curso de Formação de Oficiais (CFO). O projeto está em estudo há cerca de três meses por uma comissão formada de coronéis e tenentes-coronéis da PM, nomeada pelo comando da corporação.
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Pela nova forma de acesso, a prova inicial para entrar na PM será para soldado, patente mais baixa da hierarquia militar, e o único acesso possível ao oficialato seria por meio de um concurso interno, após tempo ainda (possivelmente três ou cinco anos). Seria criada uma regra de transição para adequar o novo modelo aos atuais oficiais e praças.

Como consequência do atual grupo de estudo, o concurso de 2012 para oficiais da PM foi suspenso em março, como mostrou nota do Poder Online , e não fará parte do vestibular da Uerj neste ano.
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Desde 1920, os alunos passam por três anos de formação em regime de semi-internato, para se formarem como aspirantes a oficial. Os postos do oficialato são, pela ordem crescente, aspirante a oficial, segundo-tenente, primeiro-tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel; os praças são soldado, cabo, terceiro-sargento, segundo-sargento, primeiro-sargento e subtenente.

Temor de crise no oficialato e desestímulo no Corpo de Alunos atual.

Pela entrada única, só os soldados poderiam se tornar oficiais, por concurso interno.

A avaliação interna e temor dos próprios integrantes da comissão de estudo é que a nova forma de acesso gere tensões e crise no oficialato – principalmente entre os mais jovens – de uma instituição militar, que prima pela hierarquia e disciplina. Outra preocupação é não desestimular o atual Corpo de Alunos, que entrou pela regra antiga.

FONTE: APRA

Um comentário:

Emir Larangeira disse...

Em primeiro lugar, há uma gritante ilegalidade na medida. Afinal, existe todo um corpo de legislação (FEDERAL) que impede essas aventuras, embora o que mais se veja atualmente é o desdém ao que é legal e moral. Entretanto, há um limite em tudo e parece que a PMERJ quer ter "asas maiores que o ninho". Ou menores (o que é pior), pois, até que me convençam em contrário, o concurso público não pode ser restrito, é inconstitucional. E a proposição em comento não passa, para mim, de casuísmo a tentar burlar a ordem constitucional e legal.
Creio que isto só fará a PMERJ passar mais uma vergonha por ter perdido a noção do ridículo. Uma medida dessa deveria ser apreciada por toda a oficialidade, e não se resumir ao capricho de alguns que nem sabemos como se saíram nos cursos de formação e de aperfeiçoamento. O que falta à PMERJ, aí sim, é valorizar no mundo acadêmico os seus cursos internos, que desde muito tempo nada devem à pós-graduação do mundo civil.
Uma mudança dessa amplitude e profundidade sugere que somos todos "malformados" ou deformados intelectualmente, como se o lado de fora fosse melhor, o que não é verdade. Temos, sim, muitas topeiras ocultas por trás dos galões, mas lá fora também é assim e muitas topeiras civis vão longe em virtude do nome de família. Nos dois casos, dentro e fora, predomina a cultura da casa-grande e da senzala. Agora, tentar alterar essa tacanha cultura com invencionice é loucura pronta e acabada. Espero que a Justiça, a ser acionada pela AME/RJ, pelo menos, sepulte essa obscura ideia que lembra o romance de Deonisio da Silva: "Avante soldados: para trás!"
Em tempo: sou o único responsável pelo que escrevo.
Emir Larangeira