Mediação! Alguém se opõe?
Ditadura
dos fuzis dá lugar ao diálogo
UPPs
abrem caminho para MP ajudar moradores a firmar acordos judiciais
POR FELIPE FREIRE
A mãe de X conseguiu acordo
e ganha R$100 mensais do ex-marido para ajudar a alimentar o filho.
Foto: Paulo Araújo / Agência
O Dia
Apesar de o trabalho no
núcleo ter começado há meses, só em dezembro foi assinado o convênio com a
Secretaria de Segurança Pública para recrutar mão de obra policial. Com 58 PMs
em 28 UPPs, o número de ‘soluções’ disparou. Nos primeiros 20 dias, foram 118 atendimentos.
Na sede do MP, foram sacramentados outros 46 acordos.
“Quando me separei, ele
parou de ajudar. Os policiais me chamaram e negociamos. Terei R$ 100 por mês”,
elogiou A., que chegou ao acordo em menos de duas semanas.
Além de levar democracia a
áreas antes dominadas pelo tráfico, a medida desafoga o Judiciário. “Na
política do medo, a última palavra era do tráfico. Agora, o morador pode
conversar e atingir o consenso”, revela a promotora Eliane de Lima,
subcoordenadora do núcleo.
Polícia cria nova relação com morador
O mediador não tem poder de
decidir, apenas de facilitar a comunicação entre as partes e ajudar a criar
opções para os problemas. Com este propósito, os policiais devidamente
capacitados por cursos do Tribunal de Justiça vêm construindo uma nova relação
com os moradores das áreas pacificadas e um novo cenário nestas comunidades.
“O grande mérito da
mediação é ser uma ferramenta de rápida conclusão e desenvolver a prevenção de
eventuais crimes”, define o capitão Leonardo Mazzurana, que é subcoordenador de
ensino e pesquisa da CPP.
“Além de ser um ganho de democracia e de
direitos que eles não tinham antes, pelo próprio acesso à Justiça, sai a
polícia de confronto e entra a que consegue resolver os problemas na base da
conversa”, elogia a coordenadora do Núcleo de Mediação do MP, a procuradora de
Justiça Anna Maria de Masi.
Fonte: O Dia online
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