31/05/2007

Agora, o passado parece fazer mais sentido. Mas e o presente?

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"Propina mensal de R$ 1,1 milhão

Esse seria o valor pago pela máfia dos jogos ilegais no Rio a policiais militares, civis e federais
Rio - Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) durante buscas e apreensões realizadas pela Operação Furacão, em 13 de abril, revelam que a máfia dos jogos de azar pagava mensalmente R$ 1,138 milhão às polícias Federal, Civil e Militar, segundo despacho da juíza da 6ª Vara Federal Criminal, Ana Paula Vieira de Carvalho.
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O relatório tem como base ofício encontrado na casa de Luciano Andrade do Nascimento, o Boca, que apontava gastos fixos com o pagamento das propinas.
Boca seria homem de confiança de Júlio César Guimarães, sobrinho de Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães.
No apartamento de Júlio, a PF encontrou atrás de parede falsa R$ 9 milhões.
A lista dos bingos revela que seriam pagos R$ 848.600 para a Polícia Civil, R$ 51.500 para a Polícia Militar, R$ 240 mil para a Polícia Federal, R$ 23 mil para políticos e R$ 45 mil para escritórios, além de folha de pagamento de funcionários de R$ 61.300. Também haveria referências a R$ 60 mil para a sigla ‘Prefeit’ e R$ 9 mil com a rubrica ‘Publi’, que, segundo a PF, significariam 'prefeitura' e 'publicidade'."(O Dia online - 01Jun07 - grifos meus).

"Contraventor tinha relação de 12 políticos supostamente financiados pela máfia
O Globo

RIO - A Polícia Federal descobriu, ao apreender documentos em imóvel usado pela máfia do bicho e dos caça-níqueis, durante a Operação Hurricane , papéis que mostram supostas doações financeiras do esquema para 12 políticos do Rio de Janeiro, incluindo quatro candidatos ao governo do estado em 2002, entre os quais Benedita da Silva (na época, governadora) e Rosinha Garotinho. Os acusados negam ter recebido recursos ilegais .
Ao lado das abreviaturas de nomes, a PF colocou entre parênteses a identificação dos beneficiados. Entre eles, 'A. Lins' (Álvaro Lins, na época chefe de Polícia Civil e hoje deputado estadual); 'J. Quintal' (Josias Quintal, ex-secretário de Segurança e hoje empresário do ramo de segurança eletrônica e pré-candidato a prefeito de Santo Antônio de Pádua); 'B. Rodrigues' (Bispo Rodrigues, ex-deputado federal); 'Flávio Furtado' (delegado federal); 'B. Silva' (Benedita da Silva, na época governadora e hoje secretária estadual de Desenvolvimento Social do Rio); 'S. Amaral' (Solange Amaral, na época candidata ao governo estadual e hoje deputada federal); 'JR Silveira' (identificado no relatório como 'José' Roberto Silveira, mas que pode ser Jorge Roberto Silveira, candidato ao governo estadual na época).
Na lista, figuram também os nomes de 'Conde' (Luiz Paulo Conde, ex-prefeito, candidato a vice na chapa de Rosinha na época, hoje secretário de Cultura), 'Rosinha' (Rosinha Garotinho, na época candidata ao governo estadual); 'D. Braz - André Luiz' (Domingos Brazão, deputado estadual, e André Luiz, ex-deputado federal, posteriormente cassado); 'Eurico' (Eurico Miranda, na época deputado federal, que não se reelegeu); e 'CH Mang.' (Chiquinho da Mangueira, na época secretário de Esportes e posteriormente eleito deputado estadual).
Rosinha, pela contabilidade, é agraciada com três doações, nos dias 8, 9 e 10 de fevereiro (provavelmente em 2002), no valor total de '1.600.00' (valor que, provavelmente, é de R$ 1,6 milhão), Benedita recebe uma doação, no dia 8, de '40.00' (provavelmente R$ 40 mil); Solange teria recebido '200.00' (em 8 e 9 de fevereiro), Jorge Roberto, '100.00'.
Há doações cujos favorecidos não foram identificados no relatório. Entre eles está 'JO/PAU', que é o mais favorecido: 2.500.00 (R$ 2,5 milhões), entre 11 de janeiro e 3 de fevereiro.

Os papéis foram encontrados num imóvel que seria utilizado pelo advogado Júlio Cesar Guimarães Sobreira, sobrinho do contraventor Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, ex-presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio (Liesa). Os dois foram presos junto com outros bicheiros cariocas, durante a Operação Hurricane. Júlio seria o responsável pela liberação do dinheiro usado nos pagamentos de propinas a policiais e no financiamento de campanhas de políticos."(Extra online - 01Jun07 - grifos meus).

Se verídicos os indícios documentais apreendidos, parece realmente fazer sentido a recente inércia estatal alusiva à contravenção penal do jogo do bicho. Parece que seus responsáveis pagavam para não serem incomodados.

Mas e agora, o que ocorre?
Afinal, o jogo do bicho parece continuar gozando de certo salvo-conduto para funcionar no RJ.
Será que alguém ainda recebe propina para que tal estado de coisas se mantenha?
Quem?
Ninguém?
Então por que o jogo do bicho continua livre, leve e solto?

2 comentários:

Anônimo disse...

É Major, passo todos os dias por vários apontadores do jogo do bicho e nada muda. O Tolerância Zero ainda está longe de ser realidade. Vida que segue...

Anônimo disse...

voce e todos que passam todos os dias próximos às maquinetas e jogo do bicho, toma vergonha e passe a apreendê-las; vc tb é omisso.